O desemprego jovem na UE atingiu
em setembro de 2013, 23,5% (23,4% em setembro de 2012). Na zona euro 24,1%
(23,6% um ano antes), afetando 3 548 milhares de jovens com menos de 25 anos.
Os países mais afetados são a Grécia (57,3%), Espanha (56,5%). (dados Eurostat).Em Portugal como
se sabe, apesar da emigração se elevar a 120 000 pessoas num ano,
fundamentalmente jovens, o desemprego atinge cerca de 40% dos jovens.
Trata-se de um problema a
agravar-se desde há pelo menos uma década, sem nada de eficaz ter sido sequer
tentado, o que é estranho para gente que tem tantos pruridos com os seus
propalados desideratos de “eficácia”.
É mais um concílio da teologia
neoliberal, para laudatório ao neoliberalismo tal como outros. Serve para
entreter a opinião pública, espalhando ilusões, fazer prédicas e invocações à “iniciativa
privada” e ao empreendedorismo – outra forma de precariedade.
Já dizia um daqueles livros
dos “segredos” para triunfar na vida: “se quiseres ser rico, pensa como eles”,
isto é, trata de explorar os outros o mais que puderes.
No final, como de costume,
vai-se aplaudir decisões tomadas antes para os países canalizarem dinheiros da
UE para programas de incentivos, (mais um…) de que se aproveita o grande
capital, para ter custos laborais ainda mais reduzidos, pagar menos impostos e
aumentar os lucros que logo desaparecem nos “paraísos fiscais”.
O que se pretende é deixar
tudo na mesma, e “incentivar” o capital para explorar mais trabalhadores jovens,
com ordenados de pobreza, em precariedade e “flexibilizados”.
A única preocupação desta
gente são as consequências da radicalização do descontentamento da juventude,
na contestação a um sistema que os marginaliza e que sobrepõe os interesses da
agiotagem e dos monopólios aos direitos sociais.
È espantoso como gente que
alardeava a sua arrogância contra o “despesismo” do Estado, atacando as
políticas sociais que representariam uma forma de resolver problemas (educação,
saúde, segurança social) “despejando dinheiro sobre os problemas”, não fique
nada incomodada e até aplauda este despejar de dinheiro para “incentivos” ao
capital, sem controlo da forma como o aplica – aqui já vale o “mercado”.
A frase de Galbraith é conhecida,
mas temos de recorda-la – pena é que a generalidade das pessoas a ignore – pois
retrata exemplarmente este modelo de sociedade: para o neoliberalismo os ricos
nunca são demasiado ricos para investir, nem os pobres suficientemente pobres
para trabalharem mais.
Eis a que se reduzem as “preocupações
sociais” na UE.
É este o “sonho europeu”
srs. europeístas, que querem “a plena integração numa Europa viável"? Mas…viável
como e para quem? Para os jovens está provado que não.
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