Passos , ministro da economia e o dos submarinos calados para continuarem a dizer que estamos no bom caminho !
Aonde está o dinamismo dos privados ....?
Investimento continua em queda em 2015
Depois de só nos últimos 3 anos (2011, 2012 e 2013) o investimento ter caído abruptamente 39%, o inquérito semestral ao investimento empresarial realizado pelo INE entre Outubro e Janeiro p.p., aponta para mais uma queda em 2014 o que constitui um elemento mais que desmente a propaganda do Governo em torno da retoma da nossa economia.
Este inquérito feito junto de uma amostra representativa do universo empresarial português, corrige em baixa a anterior estimativa do investimento empresarial em 2014 apresentada no inquérito ao investimento realizado entre 1 de Abril e 30 de Junho de 2014. Na anterior estimativa, depois de vários anos em queda, estimava-se um crescimento nominal do investimento em 2014 de 2,4%, esta estimativa mais recente já aponta para que esse crescimento nominal tenha sido de apenas 1,0%. Se levarmos em conta o deflactor do investimento para 2014 que de acordo com o Eurostat deverá ter sido de 1,0%, concluímos que na melhor das hipóteses, o investimento privado terá estagnado em 2014 e como o investimento público caíu neste ano, então o investimento total terá caído uma vez mais em 2014.
Mas este inquérito ao investimento empresarial, tendo por base as intenções de investimento dos nossos empresários apresenta também a estimativa de evolução deste investimento em 2015, ora os nossos empresários apresentam-se muito céticos em relação à evolução da nossa economia no corrente ano e de acordo com as suas respostas o investimento deverá caír 2,2% em termos nominais, o que significará uma queda real superior a 5%, considerando a estimativa do deflator do investimento apresentado pelo Eurostat (3%).
Tal como em outros inquéritos semestrais ao investimento realizados em anos anteriores, os nossos empresários continuam a apresentar como principal factor limitativo ao investimento a deterioração das perspectivas de venda, ou seja numa linguagem menos técnica a falta de procura. Em 2014 esse foi o principal factor limitativo para 49,8% dos empresários enquanto para 2015 se estima que permaneça o principal factor limitativo para 48,3% dos nossos empresários.
Talvez respondendo à iniciativa do BCE de injectar dinheiro na economia para facilitar o financiamento às empresas, para 26% dos nossos empresários a dificuldade em obter crédito bancário é efectivamente um dos factores limitativos à realização de investimentos, embora essa mesma dificuldade apenas seja o principal factor limitativo ao investimento para 8,2% das empresas em 2014 e 8,1% em 2015.
Em síntese, nos sucessivos inquéritos ao investimento os nossos empresários têm sistematicamente referido como principal travão ao investimento no nosso país, a insuficiência da procura, a qual naturalmente reflecte a redução contínua do poder de compra dos trabalhadores e do povo português. É infelizmente por esta mesma razão que este Governo e Governos anteriores, vêm apostando no incremento das exportações, é que desta forma poder-se-ia resolver o problema da insuficiência da procura, sem ter que se aumentar os salários e as pensões aos trabalhadores e ao povo português.
CAE, 02 de Fevereiro de 2015
José Alberto Lourenço
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