Porém,
uma questão fundamental se põe às forças progressistas: que leva grandes massas
populares a identificarem os seus interesses individuais e coletivos com os dos
seus exploradores, com os que efetivamente estão na origem dos problemas com
que se defrontam?
É
aqui que entram os processos de alienação que os reacionários dominam hoje
totalmente, graças também à conciliação com o neoliberalismo – um neofascismo.
Que
fazem ou pensam agora os que saíram à rua em Kiev contra a corrupção e pela
democracia, face ao novo poder nazi-fascista – apoiado pelos EUA e UE? Do mesmo
modo nos podemos questionar quanto às “revoluções laranja” no leste europeu, ou
na Venezuela contra a revolução bolivariana.
Vemos
multidões no Brasil contra o governo do PT. Quem convenceu aquelas multidões que
a corrupção era uma questão do governo PT? Que ilusão os leva a não se
questionaram sobre os benefícios que a oligarquia obtém das privatizações e
dessa mesma corrupção?
É
aqui que entram os mecanismos de alienação e o que parece ser a questão
fundamental: como é que as forças progressistas, patrióticas e populares perderam
a batalha ideológica.
Entre
nós, TV, rádios, imprensa, promovem intensivamente mecanismos de alienação nos
programas de “entretenimento” – alguns mero embrutecimento. Os telejornais são
orientados pelos conceitos da direita pela ocultação de factos e de opiniões
divergentes ou sua distorção por “comentadores”.
As
entrevistas a gente de esquerda e mesmo do PS, assemelham-se a interrogatórios
a delinquentes se atingem de forma mais incisiva os dogmas da direita. As “antenas
abertas” exibem preocupantes exemplos de ódio ao regime democrático e aos princípios
constitucionais. As próprias rádios e TV estatais em nada contribuem para a
defesa destes princípios.
A
censura prévia do fascismo chama-se hoje “critério editorial” dominado direta
ou indiretamente pelos oligarcas.
Contra
o governo PS apoiado á sua esquerda está a ser orquestrada uma campanha de
descrédito para instilar animosidade junto da população ao mesmo
tempo que se procede à reciclagem de gente da direita. Não por acaso, Pires de
Lima toma agora conta da Média capital (TVI, etc.)
Compare-se
a forma, que chega a ser agressiva, como são tratados governantes do PS face à
tolerância, mesmo cumplicidade, da comunicação social com o governo PSD-CDS.
Veja-se a forma como Passos Coelho mentia tranquila e repetidamente sem ser minimamente
questionado pelos jornalistas; veja-se como era tratada a austeridade anterior
justificada pelo “não há alternativa” com as críticas ao atual OE.
É
sem dúvida a altura de todos os democratas e anti neoliberais, colocarem a
questão de sempre: Que fazer.
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