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18 de março de 2016

A questão fundamental

A questão fundamental da filosofia, segundo o marxismo, é o das relações entre o ser e o pensamento. Segundo o modo de resolver esta questão as correntes filosóficas dividem-se em: materialismo e idealismo (ou “ideialismo”). A filosofia materialista representou ao longo da História a luta do campo progressista contra o campo reacionário.
Porém, uma questão fundamental se põe às forças progressistas: que leva grandes massas populares a identificarem os seus interesses individuais e coletivos com os dos seus exploradores, com os que efetivamente estão na origem dos problemas com que se defrontam?
É aqui que entram os processos de alienação que os reacionários dominam hoje totalmente, graças também à conciliação com o neoliberalismo – um neofascismo.
Que fazem ou pensam agora os que saíram à rua em Kiev contra a corrupção e pela democracia, face ao novo poder nazi-fascista – apoiado pelos EUA e UE? Do mesmo modo nos podemos questionar quanto às “revoluções laranja” no leste europeu, ou na Venezuela contra a revolução bolivariana.
Vemos multidões no Brasil contra o governo do PT. Quem convenceu aquelas multidões que a corrupção era uma questão do governo PT? Que ilusão os leva a não se questionaram sobre os benefícios que a oligarquia obtém das privatizações e dessa mesma corrupção?
É aqui que entram os mecanismos de alienação e o que parece ser a questão fundamental: como é que as forças progressistas, patrióticas e populares perderam a batalha ideológica.
Entre nós, TV, rádios, imprensa, promovem intensivamente mecanismos de alienação nos programas de “entretenimento” – alguns mero embrutecimento. Os telejornais são orientados pelos conceitos da direita pela ocultação de factos e de opiniões divergentes ou sua distorção por “comentadores”.
As entrevistas a gente de esquerda e mesmo do PS, assemelham-se a interrogatórios a delinquentes se atingem de forma mais incisiva os dogmas da direita. As “antenas abertas” exibem preocupantes exemplos de ódio ao regime democrático e aos princípios constitucionais. As próprias rádios e TV estatais em nada contribuem para a defesa destes princípios.
A censura prévia do fascismo chama-se hoje “critério editorial” dominado direta ou indiretamente pelos oligarcas.
Contra o governo PS apoiado á sua esquerda está a ser orquestrada uma campanha de descrédito para instilar animosidade junto da população ao mesmo tempo que se procede à reciclagem de gente da direita. Não por acaso, Pires de Lima toma agora conta da Média capital (TVI, etc.)
Compare-se a forma, que chega a ser agressiva, como são tratados governantes do PS face à tolerância, mesmo cumplicidade, da comunicação social com o governo PSD-CDS. Veja-se a forma como Passos Coelho mentia tranquila e repetidamente sem ser minimamente questionado pelos jornalistas; veja-se como era tratada a austeridade anterior justificada pelo “não há alternativa” com as críticas ao atual OE.
É sem dúvida a altura de todos os democratas e anti neoliberais, colocarem a questão de sempre: Que fazer.

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