Mas
compreende-se o desconforto na UE e EUA. Meses de retórica contra o terrorismo,
apelos sentimentais chocantes, imagens das barbaridade dos ditos
fundamentalistas, na realidade mercenários pagos por aliados do chamado
Ocidente, como a Turquia, Arábia Saudita, Qatar, etc., e o “estado Islâmico”
prosperava.
Os bombardeamentos
de países da NATO ou mostravam um total estado de impreparação (improvável) ou não
passavam de uma estratégia para manipular a opinião pública enquanto prosseguia
o objetivo prioritário: derrubar o governo sírio para destruir o país, como a
Líbia, repartindo-a pela Turquia e em zonas rivais ocupadas pelos atuais
“terroristas” e os “moderados” - tão criminosos como os outros.
Um exemplo:
nem sequer eliminaram as rotas de abastecimento – que se faziam em zona
desértica - rotas que aliás tinham origem em países aliados ou controlados por
países da NATO. Nem mesmo fizeram cessar a obtenção de dinheiro
com a venda do petróleo roubado.
A manipulação
e censura que percorre a comunicação social ignorou as declarações do
secretário-geral da ONU, que felicitou o governo sírio pelo seu sucesso. Numa
conferência de imprensa na Jordânia, Ban Ki Moon disse que se sentia
"encorajado" pelo facto de que as ruínas romanas de Palmira, Património
Mundial da UNESCO não estava mais nas mãos dos extremistas e que o governo
sírio "agora é capaz de preservar e proteger o património cultural comum
da humanidade".
Mas esta vitória
mostra-nos algo mais. O exército sírio – e aliados - que há dois anos
comentadores e governantes dos EUA e UE com sobranceria e satisfação davam como
liquidado, tem a iniciativa e obtém decisivos sucessos militares.
Mostra a
capacidade de intervenção das forças armadas russas e a eficácia insuspeitada
até aqui dos seus equipamentos. Mostra como a Turquia que fazia tudo para
intervir ainda mais diretamente no conflito foi obrigada a recuar.
Mostra que a
guerra eletrónica não é domínio reservado dos EUA. As ruinas de Palmira
estavam armadilhadas com explosivos para serem detonadas à distância pelo ISIS,
os equipamentos russos bloquearam os sinais eletrónicos e as ruínas não foram
destruídas. Também a guerra eletrónica da Turquia (NATO…) que perturbava as
comunicações do exército sírio foi anulada.
Mostra toda
uma série de mentiras – da panóplia da propaganda habitual – a caírem pela
base. É caso dos russos atacarem população civil e “moderados”; o exército
sírio a braços com deserções e abandonando cidades – como Palmira em que ao
contrário do noticiado resistiram em inferioridade 13 dias face aos mercenários
pagos pelos que queriam destruir a Síria.
A guerra na
Síria não acaba com a vitória em Palmira, mas evidencia a derrota da agressão comandada
e financiada do exterior.
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