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10 de março de 2016

A UE vista pelo antigo governador do Banco de Inglaterra

Não deixam de vir a propósito as declarações de Mervyn Allister King (MAK) ex-governador do Banco de Inglaterra, acerca da UE e do euro. Claro que com a “liberdade de informação” vigente por cá foram totalmente ignoradas. De facto, as “medidas” agora tomadas pela CE não passam da continuação da tragicomédia em que a UE se tornou: como as medidas anteriores não resultaram – tudo pioraram, aumentam a dose! É como insuflar um balão furado. E lá vão mais 80 mil milhões de euros por mês (em vez dos 60) para capital fictício…
Diz MAK que os problemas estruturais que criaram a crise financeira permanecem intocados. Mas isto não acontece por acaso "é o resultado de escolhas políticas "deliberadas " feitas pelas elites da UE. “O que acontece é revoltante mas trata-se como que um ato político deliberado o que torna ainda pior.”
(diga-se que com o objetivo de aumentar o controlo sobre os povos e aprofundar um "governo económico europeu" dominado pela Alemanha, o reconhecido líder das oligarquias europeias – como nos anos 30 do nazi-fascismo…)
Para MAK o destino da Grécia foi um "terrível" exemplo do fracasso da política económica da UE. A União Económica e monetária da Europa, precisará ser desagregada para libertar os membros mais fracos da austeridade permanente e graves níveis de desemprego.
"Na área do euro, os países da periferia nada têm para compensar a austeridade. Apenas lhes pedem para cortar despesas, sem qualquer forma de procura para compensar. Acho que isso é um problema sério” - afirmou.
“Os membros mais fracos da zona euro enfrentam pouca escolha para além de voltar para as suas moedas nacionais” " única maneira de voltar ao crescimento econômico e pleno emprego". "Os benefícios a longo prazo compensam os custos a curto prazo".
O ex-governador afirmou ainda que a desilusão popular com políticas económicas da UE é suscetíveis de levar à desintegração da moeda única, ao invés de uma mudança no sentido de "completar" a União Monetária.
A Comissão Europeia defende-se das alegações contra as medidas de austeridade considerando que é preciso punir regimes europeus incumpridores, argumentando que a política económica de Bruxelas representa um "triângulo virtuoso" de austeridade, reformas estruturais e investimento.
Entretanto, a política do BCE para aumentar os níveis de procura e encorajar despesas não são suficientes trata-se de "comprar tempo" para os responsáveis políticos. Esse tempo teria de ser usado para “tirar as economias de seu desequilíbrio presente para um adequado novo equilíbrio entre despesas e poupança, exportações e consumo," disse.
Sabemos o que comentadores e apresentadores diriam - e fariam - (como já tem acontecido) perante afirmações destas, produzidas por exemplo por um deputado do PCP...

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