Concorreram 14 partidos, mais que o dobro que 2011. Apesar
da barreira de entrada para a Duma estatal ter sido reduzida de 7% para 5%. Só 4
partidos obtiveram representação: a "Rússia Unida" de Putin, com
maioria absoluta 54,28% dos votos (mas 75% dos mandatos) o Partido Comunista, o
partido "Rússia justa" e o Partido liberal-democrata de Jirinovski.
À luz dos resultados destas eleições, compreende-se o
silêncio dos media ocidentais, geralmente pressurosos com os comentários
venenosos dos apaniguados das políticas ocidentais. O desconforto é ainda maior
quando as organizações e partidos apoiados pelo Ocidente que tinham já um apoio
muito marginal praticamente desapareceram como, por exemplo, o principal
partido apoiado pelo Ocidente, o Jablonko.
As leis restritivas sobre a transparência financeira de
organizações como ONG ocidentais, refletiram-se no que se disse ser falta de
"oportunidades de investimento", aliás para criar tumultos e
revoluções laranja e todos os tipos de outras 'boas obras' largamente financiadas, que
impediram qualquer intervenção externa nestas eleições.
De um artigo da revista suíça "Horizons et débats” de 3
de outubro de 2016, por Robert Stelzl, especialista sobre a Rússia no
"Centro Europeu de análise geopolítica de Viena. Texto disponível em: http://www.voltairenet.org/IMG/pdf/HD_22_2016.pdf
Estas eleições das quais não houve coragem para a habitual
propaganda de fraudulentas, quando não dão os resultados desejados pelo “ocidente”
(leia-se NATO) mostram um massivo apoio interno à política de Putin, mas
leva-nos também a recordar o que diz John Perkins em "Confessions
of an economic hitman” (texto disponível em resistir.info, livros para
descarregar), acerca das fases usadas pelo imperialismo para destruir e dominar país que não procuram defender os interesses nacionais e populares.
É que falhando a corrupção, a instalação de
governos subservientes, a criação de instabilidade política tendo em vistas o
caos económico e social, etc. resta a agressão externa. É ao que agora recorre o
imperialismo, visto que claramente perdeu no xadrez interno.
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