Na entrevista ao jornal Público do passado domingo, o Sr. Primeiro Ministro afirmou que "..Há um excedente de 2 mil milhões de euros para injectar na economia". Tal frase na actual conjuntura de profunda crise, deixou muitos portugueses admirados. Afinal, pensaram esses portugueses, temos um Governo que no actual contexto extremamente adverso, conseguiu desencantar 2 mil milhões de euros para injectar na economia. Que maravilha!
Bem vistas as coisas aquilo que o Sr. Primeiro Ministro pretende fazer é tão só desviar do Orçamento da Segurança Social estes 2 mil milhões de euros que irão ser transferidos com os fundos de pensões da Banca Privada. Ao fazê-lo estará naturalmente a descapitalizar a Segurança Social, aqual se vê sem este dinheiro, mas mantem a responsabilidade de pagar a partir de Janeiro próximo as pensões de reforma de cerca de mais 27 mil pensionistas bancários.
É claro que estes 2 mil milhões não são precisos de imediato, mas a verdade é que se ficassem na Segurança social seriam objecto de aplicação financeira, que renderia juros até serem necessários, sendo desviados pelo Governo para amortizar dívidas das administrações públicas, são gastos de imediato.
Para memória futura, quando os detractores do Sistema de Segurança Social Pública e Universal, vierem argumentar com a sua insustentabilidade, teremos de lembrar-lhes esta e outras decisões destes Governos que, mais do que os desequilíbrios demográficos a que vimos assistindo, contribuiram para a degradação financeira da Segurança Social.
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