(Réseau Voltaire - 20 abril 2012 – reproduzindo entrevista de Thierry Meyssan)
Durante um ano a Síria suportou uma guerra levada a cabo por milhares de mercenários vindos de toda a região e com experiência de combate no Iraque e na Líbia, sabotaram as infraestruturas energéticas e de telecomunicações além de crimes contra as populações. Poderosamente armados pela NATO, enquadrados por instrutores ocidentais, tentaram semear o terror e o caos perpetrando crimes de uma violência inaudita. A informação ocidental inventou então uma história de revolução/repressão.
As próprias informações dadas pela missão da Liga árabe
foram escamoteadas. Segundo os seus relatórios nunca foram detectadas
manifestações de massa contra o regime. Note-se que esta missão foi organizada
pelos países da NATO e do Golfo, composta por militares e diplomatas.
A guerra chegou ao fim depois do duplo veto da Rússia e da
China na ONU e entrega de armas anti-aéreas russas. A NATO viu-se então
obrigada a abandonar o seu plano de bombardeamentos…Os últimos combatentes entrincheiraram-se numa zona de Homs,
que serviu para continuar a manter a opinião pública intoxicada. No seguimento
de um acordo concluído entre um responsável francês (Claude Guéant) e o general
Assef Chawkat, os instrutores franceses deixaram o reduto e a maior parte dos
mercenários rendeu-se. Restam ainda grupos isolados que causam danos à
população.
Com a entrega do sistema de defesa anti-aéreo mais
sofisticados do mundo – a ser operado por russos - a Rússia pôs fim ao domínio
aéreo dos EUA e de Israel no Médio Oriente. Ora o poder das forças armadas
norte-americanas consiste principalmente na sua capacidade de destruição aérea,
as forças do solo têm mostrado a sua incapacidade de ocupar um terreno.
Segundo Thierry Meyssan, a derrota na Síria altera decisivamente o
equilíbrio na zona. Em 2005 Israel foi derrotada no Líbano pelo Hezbollah (guerra por
encomenda dos EUA) . Em 2011 o Pentágono foi obrigado a evacuar
gigantescas bases militares que tinha construído no Iraque; a NATO recua na
Síria e qualquer ataque ao Irão parece ser posto de parte. Porém, neste
confronto o grande derrotado não é Israel, mas os regimes como a Arábia Saudita
e o Qatar.
A Síria fazia parte de uma lista de 7 objetivos a serem atacados:
Afeganistão, Iraque, Libia, Siria, Somália, Sudão e por fim Irão, esta decisão
teria sido tomada em 15 setembro de 2001 em Camp David. O plano contra a Síria foi iniciado na
base de falsos testemunhos hoje anulados, tendo Bachar- el Assad sido acusado de
assassinatos no Líbano, entre os quais o do primeiro-ministro. Depois vieram as
sanções.
A Síria, segundo os planos, seria desmembrada em Estados
etnicamente homogéneos, mais fáceis de manipular. Os kurdos – a Turquia? - e
Israel seriam os beneficiários. A Síria seria entregue a um fantoche, Burnham
Galioum cujo programa político era romper a aliança com o Hezzbollah e o Irão,
como ele próprio explicou ao Wal Street Journal. Há ainda a considerar a o
interesse das multinacionais do sector energético no gás a explorar na região.
2 – ISRAEL CHEGA À CONCLUSÃO QUE O IRÃO
NÃO DECIDIU CONSTRUIR UMA BOMBA NUCLEAR( Réseau Voltaire - 26 abril 2012)
Após 21 anos de intoxicação sobre o programa nuclear
iraniano Israel chega à conclusão que o Irão não decidiu construir uma
bomba nuclear…E quem o diz é o Chefe do Estado Maior Israelita, general Benny
Gantz, em entrevista ao diário Haaretz,
celebrando a data de autoproclamação do Estado de Israel. Diz concretamente: “O
Irão dirige-se etapa por etapa para o momento em que estiver em condições de
decidir fabricar uma bomba nuclear. Ainda não decidiu dar esse passo (…) Se o
guia supremo, o ayatollah Ali Khamenei, quiser, dirigir-se-á para a posse de
uma bomba nuclear, mas a sua decisão terá primeiro de ser tomada.”
Eis em que fica o “perigo eminente”, transmitido sem
contestação, duarnte anos, objeto de sanções por parte de uma decadente e amorfa UE, sem
noção dos reais interesses dos seus povos. Desde 2006 a intriga e desinformação
conduziu a resoluções do Conselho de Segurança que impuseram sanções
unilaterais ao Irão para mascarar as intenções imperialistas, como o “escudo
anti-míssil contra a Rússia com o argumento do perigo iraniano.
Depois das “armas de destruição maciça” do Iraque, da derrota já óbvia no Afeganistão, da
derrota na Síria e do caos em que permanece a Líbia, aqui está a confissão de
uma fraude informativa, as tais mentiras mil vezes repetidas...
Sem comentários:
Enviar um comentário