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30 de junho de 2012

O APÓLOGO DA RÃ E DO ESCORPIÃO…OUTRA VEZ, NÃO!

1– A Alemanha já destruiu várias vezes a Europa – desde a barbárie dos Cavaleiros Teutónicos a leste, passando pela guerra dos 30 anos, ao nascente império prussiano no século XVIII que culmina com a constituição em 1871 em Versalhes do Reich alemão (o segundo…). No século XX o III Reich destrói duas vezes a Europa a que se acrescenta o desmembramento da Jugoslávia. No século XXI aí temos a tentativa de um IV Reich que está a destruir de novo a Europa e tal como no apólogo a própria Alemanha não se salva. Os meios são os absurdos e iníquos tratados da UE e do euro ao estilo de Munique em 1938 a que governantes ao serviço dos interesses hegemónicos cedem: É o mito do “bom aluno”.
Ao que consta, Lenine teria dito que “quem controla Berlim, controla a Europa”. É uma evidência. Por isso era tão fundamental a existência de dois Estados alemães. Vendo a situação dos Estados europeus, percebemos como a URSS e a RDA, eram afinal o garante das liberdades, da democracia, dos direitos sociais e sindicais, tanto a leste como a oeste. Por muito que se minta e se queira negar era para o socialismo que os povos olhavam com esperança face às crises e às dificuldades. Nunca então as oligarquias tiveram coragem ou capacidade de impor austeridades. E os países progrediam.
Aqueles que aplaudiram a queda do muro de Berlim, deviam ver que caía também a barreira que defendia os trabalhadores do desemprego, da precariedade, da crescente pobreza e do domínio da finança especuladora e usurária (os “mercados”) com os mais ricos a ficarem sempre mais ricos. (ver listagem da “Forbes Magazine”). Morreram pessoas a tentar atravessar o muro. É lamentável, porém é pena que os jornais não falem dos que morreram e morrem ao tentar atravessar a fronteira do México com os EUA, é que nos EUA num ano morriam mais pessoas que em 30 anos na RDA. E também há um muro. São as maravilhas de um Tratado de Comércio Livre (o NAFTA).
Aqueles que aplaudiram a reunificação alemã, fazem lembrar a cena final de um livro de J.P. Sartre, “Le sursis” (da trilogia “Les chemins de la Liberté). Daladier, primeiro-ministro francês, após o pacto de Munique em Setembro de 1938 que consagrou a anexação de parte da Checoslováquia pela Alemanha, foi recebido com manifestações de júbilo: a paz fora salva!. Daladier ao vê-los do cimo da escada do avião, murmura: “Les cons” (Os idiotas). Um ano depois começava a II Guerra Mundial.

2 – Com tudo isto, mais uma cimeira europeia de milagrosas soluções. Os comentadores do costume bem se esforçam, como aqueles sujeitos que nas feiras de diversões se esforçam pelo barulho por propagandear maus espetáculos. Agora dizem que a Espanha e a Itália bateram o pé à Alemanha impondo condições para o crescimento económico e fingem que o socialista (?) Hollande não abandonou com saídas de sendeiro as eleitorais entradas de leão.
Esquecem que a Alemanha vinha com a recomendação do imperador norte-americano -  falido e a caminhar para mais uma recessão económica apesar dos biliões de dólares injectados em bancos e grandes empresas. Porém a Alemanha sem medo de ser contraditada afirma este disparate: crescimento, mas com austeridade.
São 120 000 milhões de euros aplicados nas empresas segundo o postulado do “supply side economy”, isto é, mais do mesmo: sem procura solvente da parte dos trabalhadores não há crescimento. Trata-se apenas de embaratecer custos de trabalho para fomentar exportações (para onde?). Das “ajudas” a parte de leão há-de ir para os países mais fortes: como de costume. Além disto, onde vão buscar este dinheiro? É simples. Criação de mais dívida no BCE, que os trabalhadores hão de pagar com austeridade. Lembremos que entre 2008 e 2011 foram injectados na banca europeia 4,5 biliões de dólares. Qual o resultado? A banca europeia está de rastos, tudo o que lá cai entra logo no circuito especulativo, cada vez mais tóxico. O poder de compra em queda e a maximização dos lucros a isso obrigam.
Os nossos comentadores, repetem o que vem lá de fora, dizem que os mercados reagiram positivamente. Pudera! As medidas são ouro sobre azul para os especuladores e usurários, “os mercados”. Agora baixam os juros, logo hão desubir outra vez como de costume.

3 – A 20ª cimeira europeia depois da crise do euro, foi “muito positiva” dizem. É proibido não ser otimista. Os fundos estruturais, que para pouco ou nada serviram para os países mais frágeis, também não vão agora resolver as crises.
O mais interessante é o facto de para a Espanha e a Itália o BCE recapitalizar diretamente os bancos sem o fazer por via da troika. O problema é simples, e não se trata de nenhuma cedência. Eles sabem muito bem como as medidas da troika são destrutivas. Aplicadas a um país como a Espanha poderia representar para breve à implosão não só do euro, mas da própria UE.
Tudo o que está a ser feito tem de ser lido à luz das necessidades imperialistas da Alemanha, que os seus servidores mascaram de mais Europa – esquece-se que a propaganda nazi também fazia uso deste lema, para a “proteger” do “bolchevismo”. “A Alemanha necessita de dinheiro, muitíssimo dinheiro, muito mais do que tem e está sacando da especulação com o euro”. “Berlim (seria) a capital de um novo império germânico integrado por países empobrecidos submetidos a uma ditadura financeiro-especulativa (…) que teria à sua disposição em breve um imenso exército de desempregados de todas as qualificações”. Note-se ainda que “a maioria das repúblicas ex-soviéticas e países sob sua influência estão em decomposição”. “Por isso necessita do euro essa moeda débil e sobrevalorizada que lhe permite sacar enormes rendas que não provêm da produtividade, mas da especulação que empobrece a outros.” (1)
O sistema financeiro alemão está tão mal como a Grécia, Itália ou Espanha. Ora a Alemanha financia-se (a 6 anos) a 0,95% (alguns títulos mesmo a 0%) e a França a 1,97%. Compare-se com as taxas aplicadas pelos países em dificuldades, 4, 5 ou 6%, depende do humor dos “mercados”. Eis pois a “ajuda” que esta UE dá aos países em dificuldades. Mais Europa?
O problema desta Alemanha é que precisaria de uma Europa com crescimento, porém tal como o escorpião da história ao matar a rã, também morreu, afogado.

1 - Alemania y el nuevo orden mundial - Pedro Luis Angostowww.rebelión.org – 26.junho.2012
http://www.youtube.com/watch?v=mNtMSseYgoQ Pedro L. Angosto. Junio de 2012.

27 de junho de 2012

Bem avisámos. Assim não íamos lá!


No passado dia 26 de Abril, após ser conhecida a execução orçamental do 1º trimestre do ano, tive oportunidade de na Assembleia da República questionar directamente o Sr. Ministro das Finanças. Transcrevo de seguida parte das questões que então lhe coloquei:

"Não posso deixar de começar esta minha intervenção Sr. Ministro das Finanças sem lhe perguntar já. Diga-nos Sr. Ministro que medidas se prepara para aprovar em Julho quando a execução orçamental do 1º semestre mostrar o completo fracasso que foi a execução orçamental do 1º semestre?
Para nós a execução Orçamental do Estado no 1º trimestre de 2012, divulgada na passada sexta-feira reflecte já, os efeitos da profunda recessão em que o nosso país está mergulhado. O Governo e os partidos do Governo consideram que não e que só lá mais para a frente (talvez no final do 1º semestre) será possível fazer essa análise. Quem terá razão?
Do nosso ponto de vista a informação disponível no final deste 1º trimestre permite já afirmar que esta política que tem vindo a ser seguida conduzir-nos-á a uma profunda recessão e consequentemente não nos levará à redução do défice orçamental pretendida, podendo mesmo no limite agravá-lo. Não porque a despesa do Estado não caia, mas antes porque a esperada subida da receita fiscal não se irá verificar, dado o impacto negativo da recessão sobre a receita fiscal arrecada.
A prova daquilo que afirmamos aparece bem reflectida na evolução registada na receita fiscal total e dos princípios impostos directos e indirectos (IRS, IRC, IVA e ISP) arrecadada no 1º trimestre do corrente ano, comparativamente com igual período do ano passado e não só, fizemos essa comparação para os últimos 5 anos."
Em resposta o Sr. Ministro das Finanças respondeu-me que a execução orçamental decorria dentro do previsto e que não havia motivos para preocupação.
Agora conhecida a execução orçamental dos primeiros cinco meses verifica-se que:  

1.      A receita efectiva do Estado caiu nos 1ºs cinco meses de 2012 comparativamente com igual período de 2011 (-2,3%), enquanto a despesa efectiva subiu no mesmo período 2,0%.
2.      O saldo global do Estado se agravou nos 1ºs cinco meses do ano comparativamente com igual período de 2011 de -2 105,9 milhões de euros para -2 715,9 milhões de euros, um agravamento de 610 milhões de euros nos 1ºs cinco meses do ano.
3.      Estes resultados reflectem já os efeitos da profunda recessão em que o nosso país está mergulhado sobre a receita fiscal arrecadada e põem em causa a redução do défice orçamental.
4.      A informação disponível no final destes 1ºs cinco meses do ano confirma que esta política que tem vindo a ser seguida conduzir-nos-á a uma profunda recessão e consequentemente não nos levará à redução do défice orçamental pretendida, mas antes agrava-lo-á. Não porque a despesa do Estado não caia mas antes porque a esperada subida da receita fiscal não se irá verificar, dado o impacto negativo da recessão sobre a receita fiscal arrecada. Tal como sempre temos afirmado o efeito da queda da actividade económica sobre o volume da receita fiscal arrecadada acaba por ser bem superior à receita fiscal que se esperaria arrecadar com o agravamento da carga fiscal sobre as famílias e as empresas. Estamos perante aquilo a que os economistas chamam de exaustão fiscal, isto é, a carga fiscal sobre as famílias e as micro, pequenas e médias empresas é tal que, qualquer aumento da carga fiscal em vez de provocar uma subida da receita fiscal tem um efeito contrário porque a recessão económica leva a que as famílias e empresas consumam menos e faz com que a evasão fiscal atinja níveis muito mais elevados.
5.      Repare-se nos cinco meses de 2012 a receita fiscal arrecadada foi inferior à de 2011 em cerca de 480 milhões de euros (-3.5%). Em 2007, há cinco anis atrás, arrecadaram-se nos 1ºs cinco meses do ano mais 1 735 milhões de euros de receita fiscal do que este ano. Por outro lado, de acordo com o Orçamento Rectificativo de Estado aprovado em meados de Abril, a receita fiscal deveria aumentar este ano 2,6% (+893 milhões de euros) e em vez disso diminuiu nos 1ºs cinco meses do ano -3,5% (-480 milhões de euros). Ou seja para que a receita fiscal aumente os tais 893 milhões de euros em 2012 ela terá que aumentar nos próximos oito meses 1373 milhões de euros.  
6.      Repare-se que dos 4 principais impostos, respectivamente IVA, IRS, ISP e IRC, só o IRS aumentou a receita arrecada nos 1ºs cinco meses de 2012, mais cerca de 366 milhões de euros pagos pelos trabalhadores apesar do aumento do desemprego, enquanto os restantes caíram. O IRC menos 335 milhões de euros arrecadados (-15,5%), O ISP menos 81 milhões de euros (-8,4%), devido à queda no consumo de gasolina e gasóleo resultantes da forte quebra da actividade económica e o IVA menos 165 milhões de euros (-2,8%).
7.      Repare-se também que o Governo aposta tudo no acréscimo das receitas provenientes da cobrança do IVA, por isso mesmo passou um considerável nº de bens e serviços da taxa reduzida de 6% para 23% e de 13% para 23%. O governo pretende em 2012 arrecadar mais 1508 milhões de euros de receitas de IVA, mais 11,6% em relação a 2011, mas aquilo que se verifica é que nos 1ºs cinco meses as receitas de IVA caíram 165 milhões de euros, (-2,8%).
8.      Se nos primeiros meses o Governo, quando o questionávamos sobre os sinais já visíveis de um mau comportamento da receita fiscal, dizia que ainda não era visível na evolução das receitas fiscais o impacto das medidas orçamentais aprovadas com o OE para 2012. Com a divulgação da execução orçamental do mês de Maio esse argumento desapareceu e foi o próprio Governo que tendo tomado conhecimento antecipado do desastre que foi a execução orçamental nos 1ºs cinco meses do ano, se antecipou à sua divulgação e veio dizer que com estes resultados a redução do défice corre sérios riscos.
9.      Os dados da execução orçamental permitem-nos desde já afirmar que a política que tem vindo a ser seguida vai conduzir-nos a uma recessão cada vez mais profunda. A situação é de tal forma grave que nos 1ºs cinco meses do ano o único imposto cuja receita aumentou apesar do aumento exponencial do desemprego foi o IRS. E mesmo este melhor resultado deveu-se quase exclusivamente a um montante muito inferior de reembolsos efectuado em sede de IRS nos 1ºs cinco meses do ano comparativamente com igual período de 2011. Esse montante de reembolsos baixou neste período em 289 milhões de euros. Não é possível saber hoje se esse menor montante de reembolsos até Maio é já o resultado de todas as medidas aprovadas pelo Governo PS com o orçamento de Estado para 2011 e que levaram à redução das deduções das despesas de educação, saúde e habitação ou se estamos apenas fundamentalmente perante um atraso deliberado desses reembolsos, que os próximos meses irão clarificar. Por outro lado do lado da despesa efectiva do Estado, esta sobe fundamentalmente porque as despesas com juros dispararam 80,1% já que as despesas com pessoal caíram 7,2% e as despesas com aquisição de bens e serviços caíram 7,1%.
10.  Uma nota ainda para referir o forte agravamento que do lado da despesa se verifica no Orçamento da Segurança Social. Apesar de todos os cortes verificados no subsídio de desemprego e de centenas de milhares de trabalhadores desempregados continuarem sem receber subsídio de desemprego a que deveriam ter direito, a subida que se tem vindo a verificar no nº de desempregados no início deste ano tem sido tal que a Segurança Social viu aumentar a despesa com este subsídio em 200 milhões de euros (+23%) nos 1ºs cinco meses do ano.
11.      Por fim uma nota para referir que vários cálculos que posteriormente à divulgação da execução orçamental foram apresentados por alguns economistas apontam para que a este ritmo o agravamento do défice orçamental em relação a 2011 possa ultrapassar os 2 mil milhões de euros (1,2% do PIB) no final de 2012, ou seja o défice orçamental ser de cerca de 5,5%, 1 ponto percentual acima da meta que nos foi imposta pelo Pacto de Agressão.
12.Há muito que  todos percebemos que a assinatura do Pacto de Agressão entre a Troika (FMI/BCE/CE) e os partidos que têm prosseguido uma política de direita em Portugal (PS/PSD/CDS) e a fixação nesse Pacto da redução do défice orçamental como objectivo principal das políticas macroeconómicas, constituiu o argumento de que o governo de direita neoliberal (PSD/CDS) se tem socorrido para atacar, o código laboral (facilitando os despedimentos e reduzindo as indemnizações por despedimento, pagando menos pelas horas de trabalho extraordinário, pagando menos de subsídio de desemprego, reduzindo o nº de dias de férias e feriados, etc.) e os direitos sociais conquistados pelos trabalhadores e pelo povo português com o 25 de Abril.
13. Suprema hipocrisia, desculpam-se com um acordo que assinaram com a Troika e de que só assim teremos o financiamento externo de que dependemos, para atingirem um objectivo que há 37 anos presseguem e que nunca tiveram a coragem de assumir perante os trabalhadores e o povo - destruir todas as grandes conquistas sociais que a revolução de Abril de 74 trouxe ao povo português.
14. Nada disto deveria no entanto surpreender os portugueses, afinal não foram estes mesmos partidos que após a revolução tiveram a lata de colocar nos seus programas o socialismo como o objectivo máximo a atingir, porque só assim podiam nessa altura enganar o povo. É caso para dizer que há medida que os anos passam e a contra revolução avança, vai-lhes caíndo a máscara e mostram o seu verdadeiro rosto.

26 de junho de 2012

Uma opinião sobre o relatório do Banco de Pagamentos Internacionais com sede na Suiça

Impressão e depressão
Cécile Che
Quem melhor do que um banco central para soar o alarme sobre a saúde ... dos bancos centrais? E o que dizer quando é o banco central dos bancos centrais que disparou o alarme?

O Banco de Pagamentos Internacionais  publicou um relatório sobre a saúde dos bancos centrais. E a conclusão é clara: eles estão queimados. Exaustos, secos, sem recursos, sem meios ... em resumo, é o Berezina.

Ora o BPI está muito bem informado pois esta instituição financeira internacional é o órgão de coordenação das diferentes políticas dos bancos centrais do planeta. É, portanto, uma fonte de primeira ordem sobre o estado das suas finanças.

Aqui estão as constatações do BPI: 1. Não há regresso ao crescimento. “Cinco anos após o início da crise financeira, a economia global está longe de atingir os objectivos de crescimento equilibrado", disse Stephen Cecchetti, Chefe da Divisão de Assuntos Económicos e Monetários do BCI, o banco central bancos centrais ", citado pela AFP.

2. Os bancos centrais esgotaram os seus meios legais de intervenção, quer os legais ou até mesmo os de fora do quadro previsto. Política de juros zero, compra sob várias formas de dívida soberana, apoio ao sistema bancário, tudo já tentaram  ... tendo como resultado …

3. ...a explosão ... dos balanços dos bancos centrais. O BPI afirmou que o balanço dos bancos centrais duplicou em 10 anos, para 18.000 biliões, ainda é 30% do PIB mundial. Nestas linhas voltámos várias vezes sobre a explosão do balanço do BCE ou da Fed que os levou a um estado de falência efectiva desde há meses.

4. Os bancos centrais não são os jogadores todo-poderosos da economia e eles não se podem substituir aos Estados, disse Stephen Cecchetti: "Há limites claros para o que os bancos centrais podem fazer. Eles não podem reparar os balanços patrimoniais, eles não podem aumentar a produtividade e eles não podem colocar a política no caminho da sustentabilidade ".

Ora, nós constatamos desde o início da crise grega, os Estados da zona euro, incapazes de se porem de acordo entre si sobre as soluções, tendem a delegar as decisões e as intervenções a organizações supranacionais, como o BCE ou mesmo o FMI.

O BCE forneceu dinheiro - alguns diriam que demasiado - mas ele não pode substituir a vontade política. Uma vontade política que na Europa deve também passar por meio de: - uma vontade comum de intervenção para salvar os países da Zona em perigo, e, portanto, a moeda única; - um enquadramento dos déficits e dos gastos dos estados; - uma reforma do funcionamento da zona euro, das suas instituições e das suas regras fiscais. [Nota do Editor: Actue antes que as coisas virem muito mal para a zona euro: Aqui estão seis medidas a tomar rapidamente para ajudar o seu dinheiro áa atravessar este momento difícil ...]

5. Um começo de solução com a união bancária. Depois de ter definido os limites do âmbito de intervenção dos bancos centrais, o BPI propõe a criação de uma União Bancária Europeia. Qual será o papel desta União Bancária Europeia?
- controlar os bancos europeus. Até agora, esta tarefa é delegada a instâncias nacionais; - garantir os depósitos dos bancos europeus. Um problema que está sob os holofotes nos últimos dias, enquanto a corrida aos bancos (fuga de depositantes) se acelera na Grécia, mas também em Espanha e Portugal. Com a implementação desta Garantia Europeia, o BPI espera tranquilizar os mercados e depositantes.

Este projeto deve ser discutido nos dias 28 e 29 de Junho, na Cimeira Europeia em Bruxelas. Bem ... não nos iludamos muito: quando se trata de passar à acção, a zona euro, de repente torna-se surda, muda e paralítica. A razão principal - e nisto, estamos de acordo com o BPI -: a zona euro sabe que o BCE continua a ser um último recurso tanto para acalmar os mercados de títulos como para apoiar os bancos europeus.

Intrevenção de Agostinho Lopes Na Moção de Censura do PCP


Moção de Censura do PCP ao governo
25 de Junho de 2012


1. Como caracterizar a política económica em curso? Não temos dúvidas em afirmá-lo: uma versão de «fascismo económico» conduzindo o País para o desastre total.
De facto, estamos perante uma cruzada em marcha forçada de concentração e centralização de capitais à custa de uma reforçada exploração do trabalho e a espoliação dos pequenos capitais (micro, pequenas e médias empresas) por recurso ao poder e potência do Estado. Pela total promiscuidade do poder económico com o poder político. (Por outros ver caso recente da CIMPOR).
Uma política de salvação dos Grupos Económicos Monopolistas e do capital financeiro. Uma política que faz sr. 1º Ministro pagar aos trabalhadores, às pequenas empresas, às despesas sociais e ao investimento público, a factura dos desmandos, da especulação, dos jogos de casino, o lixo tóxico do capital financeiro nacional (BPN, BPP, BCP, etc) e estrangeiro, o enriquecimento sem limites e despudorado de grandes capitalistas e banqueiros, que tiveram total cobertura política do PSD, CDS e PS!
Políticas que não só ameaçam o futuro como mergulham o presente na agonia económica, pondo em causa qualquer recuperação no curto e médio prazos. E nem as contas públicas, que dizem fundamentar estas políticas, endireitam.
Há quem pense que esta «destruição» que alguns dizem «criadora» é o ponto de partida necessário para uma recuperação económica! Naturalmente, são as respostas dos responsáveis pela crise, que outras respostas não têm para a crise, senão as das políticas que aqui nos conduziram.
2. E para os que podem considerar exagerada a nossa classificação de «fascismo económico» a política económica em curso, faria um breve registo histórico.
No próximo sábado, 1 de Julho, perfazem-se 84 anos sobre a entrada em vigor do Orçamento Geral do Estado para 1929/1930 do ministro das Finanças Oliveira Salazar. Um orçamento com um excedente, com «saldo positivo». Um orçamento que cumpria com antecipação os critérios de convergência de Maastricht e do Pacto de Estabilidade. Orçamento que foi recordado no ano de 1999, quando fez 70 anos, nas páginas do Diário de Notícias, os comentários económicos elogiosos de ex-ministros e economistas de governos PSD, PS e CDS. Escreviam então (e cito para os que gostam de anacronismos): «Salazar (…) é um ministro das Finanças moderno.» (Braga de Macedo). «eu não gostaria de sugerir que os meus amigos do FMI são salazaristas, mas fazem as contas da forma como Salazar refere (…) » (Miguel Beleza). «se dermos números às medidas (…) (de Salazar) acabamos por anunciar em termos teóricos, os critérios de Maastricht.» (Ernâni Lopes). «Salazar tinha "toda a razão quando afirmava que a consolidação (orçamental) era absolutamente indispensável para o País ganhar condições de progresso económico"» (Silva Lopes)
Anacrónicos, sr. Deputado Luís Montenegro, sr.s deputados, são os que adoptam, passados mais de 80 anos, os critérios de Salazar na gestão orçamental e económica!
E foi pena que os ex-ministros não tirassem conclusões sobre aonde conduziu o País essa política de «equilíbrio orçamental», porque teriam de afirmar: conduziu ao país mais atrasado da Europa e a uma negra ditadura necessária para impor aquela «ditadura financeira» aos trabalhadores e ao povo português!
Regressemos ao presente. A semana passada, deputados do Grupo de Trabalho da Grande Distribuição/Comissão de Economia e Obras Públicas, tiveram a oportunidade, na Audição da CONFAGRI, de ouvir o seu Presidente referir que o poder económico dos Grupos da Grande Distribuição não era já e apenas uma questão de economia, mas que punha a democracia em causa. E puderam ouvir, na mesma Audição, o Presidente da Federação Portuguesa das Associações de Suinicultores falar de «ditadura económica» desses Grupos.
3. É, assim, risível, ouvir o Governo falar da mudança de paradigma, a propósito das ditas «reformas estruturais» do governo.
Risível, porque faz «reformas» como a da concorrência, em que deixa intacto e sem qualquer alteração significativa o poder de mercado dos grupos monopolistas e oligopolistas, ao não assumir o conceito de «posição económica dominante colectiva», ao não desenvolver e tipificar o conceito de abuso de dependência económica, e o mesmo com o conceito de «dumping».
Risível, porque propagandeando o corte de lucros/rendas excessivas dos, monopólios da energia, com a EDP à cabeça e anuncia um ligeiro aparar desses lucros inaceitáveis (a EDP é afectada em 1% dos seus resultados), não os faz devolver o que cobraram a mais nos últimos anos, em profunda contradição de que faz com os trabalhadores e beneficiários da segurança social a quem, ilegal e retroactivamente, corta e recupera verbas. E em menos de um ano, aumentaram a electricidade 3 vezes!
Risível, porque prossegue uma política de afundamento das micro, pequenas e médias empresas e do sector produtivo, pela sobrecarga fiscal (caso do IVA), encarecimento dos custos dos factores de produção (energia) e secagem total do crédito. Que era também a agenda do Governo PS.
Risível, porque através das privatizações, feitas e anunciadas, completa a espoliação do património do povo português de empresas estratégicas, num grave ataque à soberania nacional, pela sua entrega ao capital estrangeiro, e mesmo a desindustrialização do País, como foi o abrir caminho ao desmembramento da CIMPOR. Que era também a agenda do Governo PS.
Risível, porque é a política de continuidade absoluta de um modelo económico centrado na pseudo produtividade e falsa competitividade, pelos custos salariais, assente na mão-de-obra barata e de baixo valor acrescentado, com toda a focagem na exportação e completa desvalorização do mercado interno. Que era também a agenda do PS.
Não, não há qualquer mudança de paradigma, de modelo económico, de estratégia para as políticas nacionais. É a continuidade absoluta das políticas económicas dos últimos 35 anos de PSD, CDS e PS. Políticas de classe, centradas na exploração dos trabalhadores e do povo, da ruína das pequenas empresas e destruição da produção nacional, de empobrecimento do País.


Não há dinheiro. não há alternativa ...não é convincente...

Os cães de guarda do Belmiro  isto é a rapaziada do Público escreveu hoje que a  alternativa do PCP apresentada na sua moção de censura era pouco convincente....O PCP não convenceu o Belmiro , nem os seus capatazes no Público...Pudera!...Agostinho Lopes criticou as grandes distribuidoras...O Continente reagiu
Portas também disse que com as soluções d0 PCP Portrugal ainda estaeia mais pobre ! Pois é .
Com o PCP não teria havido a negociata dos submarinos...

24 de junho de 2012

Que ricas ajudas !!!

Artigo a Traduzir


La baisse des coûts de financement de l'Allemagne depuis 2009 compense le coût des sauvetages grecs. La France a amorti son soutien à la Grèce à 80 %.


Mais c'est oublier que la crise grecque, à l'origine d'une défiance générale envers la zone euro, a provoqué un mouvement de « fuite vers la qualité », qui s'est traduit par une ruée sur la dette allemande. Pour preuve, Berlin se finance sur certains titres à un taux de 0 %. Plus remarquable encore, le coût d'emprunt à deux ans sur le marché secondaire a été négatif au début du mois de juin. Ce qui signifie que les investisseurs étaient prêts à perdre de l'argent pour préserver leur capital, un peu comme s'ils louaient un coffre-fort à la banque.
L'attention se cristallise toujours sur la facture allemande. Celle que Berlin doit acquitter pour les deux plans de sauvetage de la Grèce depuis mai 2010. L'Allemagne est le plus gros contributeur de la zone euro, avec une participation de 29 % aux programmes d'aide à Athènes. Jusqu'à aujourd'hui, elle a déboursé 46 milliards d'euros environ et doit encore signer un chèque qui fera monter la facture à 67 milliards d'euros.
Un calcul approximatif (*) montre que les économies générées par la baisse des coûts de financement depuis trois ans s'élèvent à 63 milliards d'euros environ. Les taux à 6 ans - ceux qui correspondent à la maturité moyenne de la dette allemande -sont en effet passés de 2,66 % en 2009 à 0,95 % en 2012. Le pays est donc assuré d'avoir récupéré sa mise sur la Grèce : la baisse de ses coûts d'emprunt compense quasiment les prêts octroyés à Athènes.
Selon le même raisonnement, la France (*), qui a vu son taux à 6 ans décliner de 2,91 % en 2009 à 1,97 % cette année, a amorti son aide à la Grèce à 80 %. Les gains théoriques réalisés sur ses emprunts représentent 38 milliards d'euros, tandis que les prêts à Athènes s'élèvent à 48 milliards, dont 33 milliards ont déjà été versés.
Il n'en reste pas moins que la contribution de l'Allemagne et la France ne s'arrête pas à la Grèce. Les deux pays soutiennent aussi l'Irlande, le Portugal et bientôt les banques espagnoles, à travers le fonds de secours européen.
ISABELLE C., Les Echos

22 de junho de 2012

NOTÍCIAS QUE A ATUAL CENSURA CORTA

Assassinatos de inocentes pelos EUA
Um Relatório foi apresentado pelo relator especial da ONU para execuções sumárias e extrajudiciais ao Conselho de Direitos Humanos da ONU. Os EUA devem justificar a crescente utilização de drones para realizar assassinatos seleccionados no Afeganistão, Paquistão, Iraque, Somália, Iémen. Estes ataques tiram a vida a muitos inocentes e segundo o relatório poderão estar a violar o direito internacional. Assim, “o governo (dos EUA) deve clarificar os procedimentos postos em prática para garantir que todos os assassinatos estão conformes ao direito humanitário internacional e aos direito humanos e deve especificar todas as medidas tomadas para impedir que haja vítimas assim como medidas para permitir inquéritos independentes, rápidos e eficazes, sobre eventuais violações.”
(www.legrandsoir.info – 20.junho.2012)
Quem diria que isto se passava com um Prémio Nobel da Paz…

Democracia imperialista…
Talvez o que se passa no Egipto se torne mais claro sabendo que os EUA desbloquearam uma ajuda militar de 1,3 mil milhões de dólares; 250 milhões para programas ditos económicos e políticos; além de outra verba para programas secretos. O resultado está à vista. O Conselho Militar Supremo promulgou uma lei que permite a candidatura de altos funcionários do regime de Mubarak, o último primeiro-ministro de Mubaraz é candidato a presidente da Republica, uma constituição provisória que reforça os poderes dos militares foi emitida pelo Conselho que designou ele próprio uma comissão para elaborar a Constituição definitiva. Qualquer que seja o presidente, o poder está nas mãos dos militares, a casta (repressiva e corrupta) que durante 30 anos apoiou Mubarack ao serviço dos EUA, até ser derrubado pelo movimento popular, e que o sr. Obama classifica como garante de “uma transição ordeira e pacífica”.
(Manlio Dinucci - 19 juin 2012 em” il manifesto” - www.legrandsoir.info – 20.junho.2012)

Julian Assange : O que custa ser dissidente no Ocidente…
Wei Ling Chua escreve em Dissident Voice (www.dissident.voice) que os dissidentes ocidentais não gozam da mesma benevolência que os dissidentes chineses. Julian Assange prestou um serviço à Humanidade revelando como as decisões políticas dos EUA eram ditadas pelo controlo do petróleo mais que pela luta contra o terrorismo, e que os assassínios e tortura de milhares de civis eram crimes de guerra. Os políticos do mundo “livre” – diz Wei Ling – não querem reconhecer que ele agiu nobremente revelando violações dos direitos humanos e crimes de guerra pelos EUA e a NATO. O sr. Obama (o tal Prémio Nobel da Paz…) fala de « deplorável fuga de documentos », republicanos querem que seja tratado como “combatente inimigo” ou “terrorista de alta-tecnologia”, outros políticos e certa imprensa pedem-se a sua condenação à morte. Nos EUA, Canadá, Alemanha o acesso ao Wikiliks foi bloqueado. A Interpol tem um mandato de captura contra ele. O principal conselheiro do primeiro-ministro do Canadá pede que seja morto por um drone.
As fontes de financiamento foram fechadas e Wikileaks foi encerrada em 2010. Nos EUA pede-se para que a lei sobre espionagem seja alterada…
Os advogados de defesa de Julian queixam-se de ser vigiados e sofrer pressões dos EUA. Acrescente-se que Julian foi abandonado pelo seu país de origem, a Austrália, cujo governo juntou sua voz à dos EUA. Pode ser que ele acabe como o soldado Bradley Manning (já aqui referido em “Democracia na América” dez.2011) – que divulgou informações sobre assassínios e torturas feitos pelo exército dos EUA, preso há dois anos em condições desumanas, sem ser condenado por nenhum crime, mantido em isolamento, perseguido e privado de sono, como manda o manual da CIA. (tem apenas direito a uma hora de “passeio” por dia para andar às voltas em 8 numa outra cela. Além disto são administrados antidepressivos). O processo de Mannig é mantido secreto pelo mundo “livre”…
(www.legrandsoir.info – 19.junho.2012

O Frankfurter Allgemeine Zeitung põe em causa a versão sobre o massacre de Houla
O massacre de Houla serviu para desencadear apelos a uma intervenção militar contra a Síria (fazendo lembrar outras cenas, depois desmentidas: Sérvia, Líbia, etc.). O jornal investigou e servindo-se de testemunhas oculares, na sua edição de 13.junho descreve como rebeldes sunitas (armados e vindos do exterior) põem em prática a “liquidação” de todas as minorias. Desde há muito que a freira madre Agnès-Mariam De La Croix – que a imprensa ocidental ignora, relata o clima de violência e medo na região de Homs levada a cabo pelos rebeldes sunitas: expulsão de cristãos, violação de jovens, liquidação gradual das minorias. Ela e outras freiras são testemunhas de assassinatos, torturas, clima de terror e violência que os “rebeldes” apoiados pelo prémio Nobel da Paz cometem em nome da democracia imperialista.
Já referimos esta freira em textos sobre a Síria, por exemplo convidou 50 jornalistas católicos para visitarem o país, compareceram 15, nenhum texto sobre as suas visitas foi divulgado. Aos senhores da social-democracia nada disto choca…

18 de junho de 2012

Faça o teste: O REI VAI NU?

Teste os seus conhecimentos sobre os reizinhos que nos controlam, contra nossa vontade. Se não souber nenhuma resposta, parabéns. Candidate-se a comentador televisivo, ou mesmo deputado de um dos partidos que nos submetem à “troika”. Não fará pior figura que os srs. Coelho, Portas ou Seguro. Basta repetir de forma assertiva o que dizem os do grande capital, considerar as questões que se seguem ou verdades absolutas ou inquestionáveis mistérios da teologia.
Se souber as respostas – pode encontra-las neste blog, por ex. – paciência, os “tachos” não são para si. Integre-se na próxima manifestação de repúdio pelos “reizinhos que nos querem controlar e lembre-se de António Gedeão : “Não há machado que corte a raiz ao pensamento / porque é livre, livre como o vento".

1 – Por que será um tragédia para a “Europa” a Grécia sair da zona euro, se o seu PIB representa apenas 2% dessa zona?
2 – Por que é que países que não adoptaram o euro, como a Dinamarca e a Suécia, estão bem melhor que os países da zona euro?
3 – Por que é que a Noruega, que não faz parte da UE está bem melhor que os países da UE?
4 – Por que é que a Islândia que decidiu não resgatar bancos falidos, nem pedir empréstimos a nenhuma “troika”, mas sim prender e julgar políticos e banqueiros responsáveis, tem crescimento económico triplo da média da zona euro?
5– Por que é que Portugal desde que adoptou o euro, tem de média anual do crescimento económico entre 2000 e 2012 menos de 0,2% , absoluta estagnação?
6 – Por que é que é necessário os povos fazerem sacrifícios para dar “confiança aos mercados”?
7 – Qual a vantagem dos mercados financeiros controlarem os governos em vez dos governos controlarem os mercados financeiros?
8– Por que é que quando os mercados foram desregulados os países entraram numa crise sem fim à vista, se isso conduziria à máxima eficiência económica?
9– Por que é que dizendo que as privatizações e as exportações são a salvação da economia, quanto mais se privatiza e mais se exporta maior o endividamento e o desemprego?
10– Que espécie de ajuda trazem as medidas da troika se o país ficou ainda pior do que já estava?
11– Por que é que quanto mais se alterou a legislação laboral para reduzir salários e facilitar despedimentos, com o argumento de promover a criação de emprego, mais aumentou o desemprego?
12– Por que é que ter emprego com salários abaixo do nível de pobreza e sem direitos é considerado – pelo sr. António Borges, por ex. – um progresso?
E agora a pergunta que é moda designar como a “million dollar question”:
14– Por que é que o BCE não financia os Estados, empresta aos bancos a 1% (juro negativo em termos reais) , e estes emprestam aos Estados 5, 6, 7, 8%, como melhor acham?

15 de junho de 2012

Quem não paga os Impostos

http://www.pauljorion.com/blog/?p=38226

COMO OS CDS TERÃO MORTO O EURO

Tradução Livre
12 Junho 2012 por Paul Jorion
E os especuladores de CDS (credit-default swaps) que não pagam impostos? Por que nunca se fala sobre isso? Fala-se muito dos gregos que não pagam impostos e, agora, por causa da falta de jeito de alguns, também conhecidos como funcionários internacionais, especialmente os do Fundo Monetário Internacional, fala-se também que não pagam impostos, mas sobre os especuladores dos CDS que não pagam impostos, procurem saber por quê? Siẽncio total!



É preciso dizer que não é tão simples saber quem eles são exactamente pois que eles fazem parte do sistema bancário paralelo, o sector financeiro da sombra. O que é isso? São as finanças não regulamentadas. Por que não está regulamentada? Porque é ela que está pagando os salários dos lobistas que escrevem os textos das leis que regulam as finanças (e às vezes outros) que os deputados recebem prontinhas na mão e só têm que assinar.



Estando na sombra, na realidade não se sabe quem são. Será que eles nunca explicam quem eles realmente são? Sim, de certa maneira: quando um especulador fala em seu nome, ele sempre usa a mesma expressão: "Um bom pai de família". Quando um especulador explica o que ele faz, ele começa a sua frase com "Um bom pai de família faz isto ou aquilo ...". No resto do meu bilhete, por isso vou chamar aos especuladores, "bons pais de família", e saber-se-há de quem estou falando.



No momento em que se preparava a queda da Grécia, houve muita conversa sobre a responsabilidade dos CDS no que estava acontecendo. Agora, sobre a Espanha, boca calada! Porque é que já não se fala dos CDS? Eu não sei, ou melhor sei, como diz a canção: "Nunca se esquece nada de nada, habituamo-nos, é tudo."



Como terão os CDS morto o Euro? Eu explico. Começo por lembrar que um CDS pode agir como um seguro sobre a dívida. Você emprestou € 100 ao Oscar. Como você não tem a certeza que ele lhos devolva, você vai ter com Eusébio, que lhe faz um seguro. Você vai pagar todos os meses 5 € ao Eusébio, e em troca desse prêmio, Eusébio pagar-lhe-à o dinheiro que faltar na chegada. O Oscar apenas o reembolsou em € 75? O Eusébio dar-lhe-à os € 25 que faltam. O Oscar pirou-se? O Eusébio pagar-lhe-à os € 100 que faltam.



É por isso que chamam a isso uma posição de "cobertura" sobre CDS. Agora, as posições "nuas". Atenção, é mais complicado, porque há agora cinco pessoas: estão a mais Jules e Gontran. Jules emprestou € 100 a Gontran. Vou ter com Eusébio e pedir-lhe-ei para me segurar sobre a eventualidade de Gontran não reembolsar Jules. Por que faria eu isso? Porque eu sou um bom pai de família, é claro! (Juro que há pessoas, que fazem perguntas engraçadas!).



Eu não vou explicar por que apanhámos o hábito de chamar a uma posição "nua" sobre CDS: "segurar o carro do vizinho:" Eu acho que você entendeu.
As posições "nuas" sobre CDS serão proibidas na Europa a partir do mês de Novembro. Por que esperaram tanto tempo, quanto as posições "nuas" sobre CDS já tinham feito a Grécia cair em Janeiro de 2010?

Sobre isso, mais uma vez, eu juro, que há quem faça perguntas engraçadas! Porque restavam Espanha, Itália, França ..., a mandar para a sucata, e que poderão re-vender em pedaços a um bom preço aos pais de família (com visão), que teriam feito poupanças.
Como é que os bons pais de família fazem para derrubar países? Sobre isso, de novo, vou ser rápido: eles fazem seguros sobre o país do vizinho. Como eles são (pelo menos) quatro vezes mais numerosos do que aqueles que fazem seguros sobre o seu país real (e que na verdade tem algo a perder), eles incham a demanda e fazem elevar o preço.
Durante esse tempo, os economistas que vêem isto dizem: "Meus Deus, reparem que como o risco aumenta Gontran não reembolsará! Traz as fichas! "



Os economistas, não entendem portanto que são os bons pais de família que fazem subir os preços? Não, nos seus livros de economistas, a especulação não existe: isso não é explicado. Sim, há uma nota de rodapé na página que diz: "Os bons pais de família trazem liquidez aos mercados". Ponto final parágrafo.
O preço do prêmio do CDS aumenta porque a demanda aumenta. Os economistas calculam o risco de os países não reembolsarem a sua dívida, fazendo os cálculos noutra direção: a partir do preço do prémio do CDS.

Resultado, no dia em que Gontran se representa, o mercado de capitais pede-lhe para lhe emprestar, uma taxa de juros em que lhe meteram (chamam spread a isso nos jornais) o prêmio de risco do mercado de CDS (segurados reais e bons pais de família), e depois pedem a Gontran para emprestar por 10 anos, a uma taxa de juros de 28,9% (como à Grécia neste momento segundo a Bloomberg), e isso é o fim para Gontran: a Troika já está a bater à sua porta para lhe explicar como se chega a escravo, e que, afinal de contas, isso não é assim tão ruim.



Espere, espere, isso não é o fim: falta ainda o mais engraçado! A uma seguradora, pede-se-lhe para fazer reservas, certo? Dessa forma, se algo inesperado acontecer, ela poderá recorrer às suas reservas. Na maioria dos casos, isso será suficiente, e se isso não acontecer, bem, o problema só vai surgir para a diferença entre o total da soma a pagar e as reservas, que tenham, pelo menos, actuado como um amortecedor. Mas no caso dos CDS (e aqui eu vejo que já arreganham a tacha porque já sabem o que quero dizer), os CDS são o sistema bancário paralelo, o sector de sombra, certo? E para que serviria ser o sector da sombra, se no sector da sombra fossem obrigados a fazer reservas, como (os idiotas do) no sector da luz ?



Portanto, não há reservas para amortecer o impacto, se algo der errado, e como disse há (pelo menos) quatro vezes mais pais de família que se se asseguraram no país do vizinho do que aqueles que corriam um risco real ...
E eis porque a vossa filha é muda, e os CDS terão matado o euro (ou,, . como isto começou...).



13 de junho de 2012

Uma opinião sobre Espanha. Sobre a Itália segue dentro de momentos...


Rescate: se consuma el engaño

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JUAN TORRES LÓPEZMADRID10/06/2012 13:21 Actualizado: 10/06/2012 21:14

Primero los gobiernos les crearon las condiciones para que financiaran una

burbuja de crédito sin precedentes y con la que han ganado docenas de miles de

millones de euros. Dictaron leyes de suelo para que los promotores les pidieran

préstamos que financiaran construcciones en todas las esquinas de España, que

irían quedándose vacías y sin vender cada vez en mayor número. Aumentaron

las facilidades fiscales para promover las ventas y desincentivaron el alquiler y el

consumo colectivo de servicios de ocio o residencia.

Solo de 2000 a 2007, los bancos multiplicaron el crédito total destinado a la

actividad productiva por 3,1, el dirigido a la industria por 1,8, el de la construcción

por 3,6 y por 9 el dirigido a la actividad inmobiliaria. Y eso que cada vez disponían

de menos depósitos para generarlo: en 2000 la banca española recibía 1,43 euros

en depósitos por cada euro que concedía a crédito, mientras que en 2007 solo

0,76 euros.

No contentos con los beneficios que les daba el negocio inmobiliario que

condenaba al monocultivo a la economía nacional, impusieron políticas de bajos

ingresos y recortes salariales para que las familias y pequeños empresarios

vivieran en el filo de la navaja y tuvieran que endeudarse hasta las cejas.

Pero no contentos con obtener beneficios normales, los bancos utilizaron a sus

tasadores para aumentar artificialmente los activos sobre los cuales iban a dar

créditos, para así generar más deuda y cobrar comisiones más suculentas y

recurrieron a todo tipo de prácticas comerciales predatorias para fomentar el

consumo: manejaban a su antojo los índices de referencia, incluían la abusiva

cláusula que autoriza al banco a vender el piso en subasta notarial si se produce

el impago de la deuda, reclamaban importes elevadísimos por cuentas que

creían canceladas, cobraban comisiones leoninas (más que en cualquier otro

lugar de Europa) por cualquier cosa, giraban una y otra vez un recibo inatendido

por el cliente generando múltiples gastos de reclamación por una misma deuda,

embargaban saldos en cuentas corrientes sin respetar lo establecido en la ley...

hasta cuatro folios me ocupa el listado de malas prácticas que han recopilado

las asociaciones de usuarios, es imposible consignarlas todas aquí. Y eso, por

no hablar de las estafas estrella, que han podido suponer un auténtico robo de

entre 12.000 y 15.000 millones de euros, si no más, mediante las participaciones

preferentes, las cláusulas suelo, etc.

Mientras sucedía todo esto, las autoridades dejaron hacer, consintieron las

tropelías bancarias y permitieron que se inflase la burbuja sin cesar, haciendo

oídos sordos a todas las advertencias.

El actual Ministro de Hacienda, Cristóbal Montoro, decía en 2003: "no existe

una 'burbuja inmobiliaria' (...) el concepto de burbuja inmobiliaria es una

especulación de la oposición que habla insensatamente de la economía de ladrillo

y olvida que la construcción es un sector fundamental para la economía del país

y en el que trabajan cerca de un millón de personas" (El Mundo 2 de octubre de

2003). Y el más tarde Ministro de Economía, Pedro Solbes, afirmaría que quienes

auguraban el riesgo de recesión por esa causa "no saben nada de economía" (El

País, 11 de febrero de 2008).

Los dirigentes de uno y otro partido negaban lo que hiciera falta, por muy evidente

que fuese para el resto de los españoles, con tal de dejar que los banqueros y los

grandes empresarios de la construcción literalmente se forraran a costa de todos

los españoles.

El gobernador del Banco de España que había colocado el PP, Caruana, se

pasaba por el arco del triunfo la denuncia de sus inspectores que en 2006 le

señalaban formalmente que no se hacía nada frente a un endeudamiento creciente

y muy peligroso de la banca española. Pero eso sí, no había declaración suya

o más tarde de su sucesor, el socialista Férnandez, en la que no reclamasen

moderación salarial y recortes de gasto social.

Pero gracias a todo ello, los bancos españoles se convirtieron en los más rentables

del universo, justo, eso sí, en la misma medida en que situaban a nuestra

economía entre las más vulnerables.

Cuando estalló la burbuja y ya no se iba a poder disimular lo que había pasado,

el inmenso negocio que los bancos habían hecho a costa de la deuda, todos

consintieron en disimular.

Permitieron que los bancos declarasen en balance los activos dañados a precios

de adquisición siendo cómplices así de un engaño descomunal que hirió de

muerte la credibilidad de nuestra economía porque, por mucho que Zapatero

dijese en septiembre de 2008 -como le dictaban Botín y compañía- que el sistema

financiero español era "el más sólido del mundo", los inversores y prestamistas

internacionales sabían lo que de verdad había hecho la banca española.

Los dos grandes partidos, a los que se suman los de los nacionalistas de derechas

de Cataluña y el País Vasco, colocaron en las cajas de ahorros a sus amigos y

militantes y crearon una red de oligarquías provinciales que alentó la especulación,

extendió la corrupción y que comenzó a llevar al desastre a la gran mayoría de las

entidades, al convertirlas en clones de los bancos privados, sin tener capacidad

real ni naturaleza legal para serlo.

Y para facilitar la recuperación de los bancos mas grandes y dejarles a ellos

todo el mercado consensuaron la ley de cajas que las llevaba a su bancarización

forzada, para provocar cuanto antes su caída y el reforzamiento por esa vía de los

bancos más grandes.

Claro que, a cambio, esos mismos partidos han recibido cientos de millones

de préstamos para ir ganando las elecciones, ahora uno luego otro, que no

devuelven, y han podido colocar en sus consejos de administración, o en los de

empresas participadas, a docenas de ex dirigentes o socios.

Luego, cuando el sistema saltaba por los aires porque a los alemanes les

consumía el ansia de cobrar los préstamos que con la misma compulsión habían

dado a los bancos españoles, todos se concitaron para negar que iban a pedir un

rescate. Diez días hace que lo negaba rotundo el presidente Rajoy: "no va a haber

ningún rescate de la banca española" (EFE 28 de mayo).

Y cuando lo han pedido, niegan lo que efectivamente han pedido: 100.000 millones

de euros para entregar a la banca y que vamos a pagar todos los españoles.

Niegan que vaya a tener efecto sobre el déficit y la prima de riesgo, cuando será

el Estado quien tenga que devolverlo (¿cómo lo harían unas entidades que se

capitalizan precisamente porque no tienen dinero?) y tratan de hacer creer que es

algo positivo y una ayuda generosa: "Las noticias que traemos hoy son positivas",

dijo el Ministro de Guindos cuando empezaba la rueda de prensa que dio ayer para

anunciar el rescate.

Nos han engañado a todos cuando dicen que van a rescatar a España cuando lo

que van a hacer es hundirla para años. Nos han engañado los bancos, nos han

engañado los gobiernos del PSOE y del PP. Nos han engañado los dirigentes

europeos que están borrachos de ideología neoliberal y no se dan cuenta de que

las medidas que toman llevan al desastre a los países que las aplican (¿o acaso

es que está mejor la economía de Portugal, por no hablar de los ciudadanos

portugueses, desde que fue "rescatada"?). Nos ha engañado el Fondo Monetario

que se ha sacado de la manga un informe deprisa y corriendo solo para justificar la

decisión ya tomada y en el que cifra las necesidades de financiación de la banca

española en una horquilla que sitúa, nada más y nada menos, que entre 45.000

millones y 119.000 millones de euro. ¿En qué quedamos?

Y nos engañarán esta tarde el presidente Rajoy y el Príncipe Felipe si es que

definitivamente se han ido a ver el partido de fútbol cuando griten ¡España,

España!, porque lo que están demostrando es lo contrario: España, los

españoles de abajo, les importamos un pepino. Ellos y el resto de los políticos

que han permitido lo que acabo de señalar, junto a los banqueros y los grandes

beneficiarios de la burbuja y de la crisis, que tendrían que vivir 500 años más

para disfrutar de todo lo que han ganado a costa de los españoles, son los

responsables de este engaño descomunal. Hay que pedirles cuentas a todos y

echarlos para siempre.

Juan Torres López, Catedrático de Economía Aplicada en la Universidad de

Sevilla

© Diario Público.
Calle Caleruega nº 104, 1ª planta. Madrid 28033.
Teléfono: (34) 91 8387641
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11 de junho de 2012

A PAPISA LAGARDE E MARIA ANTONIETA


A directora do FMI – cargo como se sabe mal afamado – declarou recentemente que os gregos deviam começar por pagar impostos (em vez de criticarem a troika) e que tinha mais pena das crianças do Níger que das gregas.
Estranha afirmação para quem, tal como o seu “staff”, se aloja em hotéis de 5 estrelas, não paga impostos e ganha 440 mil euros por ano – limpinhos – fora despesas de deslocação e representação. Uma miséria, aliás, comparado com o que obtêm alguns administradores dos monopólios cá da terra, à conta economia de mercado e liberalismo que eles gostam.
Estranha afirmação para quem impõe regras, que só têm provocado pobreza, fome, atraso, subdesenvolvimento em todos os continentes. Chegou a vez da UE. Porém, acerca dos gregos que não pagam impostos devia referir-se aos oligarcas desse país que só na Suíça se calcula que terão (tinham em 2011) em depósitos 600 mil milhões de euros!
Estranha afirmação para quem nada faz evitar a fuga aos impostos, terminar com os paraísos fiscais, adoptar uma taxa sobre as transacções financeiras (por dia várias vezes o comércio mundial num ano) por exemplo, com a inocente taxa Tobin (0,1% sobre essas transacções), quando para tudo isto bastavam uma dúzia de linhas saídas de uma daquelas sessões de hipocrisia designadas “reuniões dos G8”.
Pode-se bombardear civis (as novas Guernica) na Jugoslávia, Iraque, Líbia, Afeganistão, Paquistão, Palestina, Líbano, apoiar os morticínios na Síria – culpando outros, mas nunca “traumatizar os mercados”.
E dizia o sr Vítor Constâncio – encostado às cordas, por assim dizer, por Honório Novo – na Comissão Parlamentar sobre o BPN que com as regras actuais era impossível a supervisão evitar as fraudes bancárias – que os que pagam impostos têm de compensar. Devia acrescentar que a vontade de incomodar os senhores do grande capital não era muita. Tínhamos confiança nessas pessoas…Acrescente-se que dos 5 processos movidos desde 2009 ao BPN só um está concluído, tendo resultado em duas multas, uma das quais suspensa! Entretanto o buraco do BPN que pagamos com a austeridade que as gentes da papisa Lagarde aplicam, ascende a mais de 7 000 milhões.
Mas voltemos a D. Lagarde e á clique neoliberal que instituiu um sistema semelhante ao da França antes da Revolução. A nobreza, apropriava-se do excedente social por via das rendas e pelo peso dos impostos; desde os anos 70 do sec. XVIII que os preços agrícolas baixavam; a crise agravou-se nos anos 80, levando a nobreza a aumentar a exploração com mais impostos e prestações e a apropriar-se de bens comunais.
O Estado, prisioneiro do sistema de Versalhes, delapidava os dinheiros do Tesouro endividando-se em proveito de uma camada que se considerava acima dos outros mortais. D. Lagarde tem a mesma visão do mundo que Maria Antonieta. Quando lhe disseram que o povo não tinha pão para comer terá replicado (segundo consta) que se não tinha pão comesse bolos.
Esta frase prenunciava uma revolução.
É o que acontecerá mais tarde ou mais cedo, pelo caminho a que esta gente leva os países sob seu domínio.

7 de junho de 2012

A Dominação


Uma vergonha

A colónia portuguesa da Europa também conhecida pelo protectorado da senhora Merkell,
está cada vez mais dependente e subserviente.

Os comentadores de serviço enaltecem o facto da troika ter mais uma vez aprovado as
contas do governo e reproduzem acriticamente o que esta diz, bem como o Ministro das
Finanças.
O chefe da missão da troika diz em entrevista ao Diário Económico, de 5/Junho/2012, que
não vai ser fácil a Portugal regressar aos mercados» e ninguém lhes pergunta face a esta
afirmação o que é que eles estão cá a fazer.

Então não era suposto que as suas medidas tinham por objectivo credibilizar a economia
portuguesa perante os “sacrossantos” mercados?

Se Portugal não consegue ir aos mercados não é evidente que as medidas da troika são
um falhanço?

Não é verdade que logo desde o início houve quem dissesse que estas medidas de
austeridade levariam o país para a fossa e que os mercados, fosse qual fosse o resultado
do défice continuariam a especular com a dívida portuguesa?

A economia produtiva afunda-se, o desemprego aumenta, o país empobrece e o “pau
mandado” do Ministro das Finanças diz que as coisas não estão a correr como
pensava por causa da conjuntura externa.

Mas então o Ministro das Finanças, não via que as medidas de austeridade em toda a
Europa levaria à redução do mercado europeu, penalizando as exportações portuguesas?

Mas o que a troika quer em nome dos seus mandantes é medidas urgentes, não para
Portugal crescer, não para melhorar o nível e a qualidade de vida dos portugueses, mas
sim para «flexibilizar salários», leia-se para diminuir os salários reais dos portugueses,
que já são muito “altos”. Uma vergonha! Perante tudo isto o «banana« do Presidente
da República assobia para o lado e pede à selecção nacional que levante o moral dos
portugueses. A selecção nacional até podia levantar o moral, mas os portugueses
continuam com os bolsos vazios.

E agora quando chegarem a Julho e não receberem o subsídio de férias ainda mais se
vão dar conta do roubo que o governo e a troika estão a fazer para equilibrar o sistema
financeiro e encher os especuladores nacionais e internacionais.

Com este nível de dívida, com estes juros agiotas e com um euro valorizado, Portugal
continuará na recessão e na estagnação e cada vez mais dominado. Uma colónia da
Europa, um protectorado da Alemanha.

A BANCA


Começa a ficar mais claro

Que a crise da dívida pública se deve no essencial à crise da dívida privada, isto é, à
crise do sistema financeiro (Banca). Veja-se o que se passa agora na Espanha.
Os Estados, com a desculpa de que não podiam deixar falir os Bancos e sobretudo
os grandes, foram em seu socorro e de uma forma directa ou indirecta ou através
do BCE têm andado a financiar a Banca com dinheiros públicos que são pagos pelos
contribuintes.
Anda o país a trabalhar para os banqueiros, que têm neste governo os seus capatazes.
Só o que rapinam em comissões que têm aumentado escandalosamente com a anuência do governo e do banco de Portugal dava um caso de polícia...

6 de junho de 2012

UM “TIRANO” DOS TEMPOS MODERNOS

O termo “tirano” tem origem na Grécia designando o chefe popular que assumia o poder contra as oligarquias e a aristocracia. Uma das medidas mais comuns e imediatas destes “tiranos” era a anulação das dívidas que oprimiam camponeses e artesãos, o povo em geral. Em Roma foram também considerados “tiranos – ou acusados de querer instaurar a tirania - e “demagogos” os Gracos, assassinados por tentarem promover uma reforma agrária; Catilina que se insurgia contra a oligarquia que dominava o Senado; César, também assassinado, cancelou parcialmente as dívidas, reduziu juros, pretendeu uma extensão do o direito de cidade na Itália, prestigiou os "tribunos da plebe", quiz reformar o senado.
Robespierre – sem omitir ou lhe desculpar as vítimas inocentes que pereceram sob o seu governo – instaurou um “reinado do terror”, porém os “democratas” do Diretório na repressão que se seguiu mataram mais gente que durante a ditadura de Robespierre. O que nunca é mencionado.

Vem isto a propósito da nova lei do Trabalho que entrou em vigor na Venezuela no passado 1º de Maio. A imprensa internacional omitindo conteúdos ou o próprio facto, apresenta-a como mais uma uma prova de força de um “autocrata” contra a oposição, obviamente “democrata”, fazendo coro com as críticas do grande patronato.
 A lei esteve em debate na sociedade durante quase dois anos, mais de 19 000 propostas foram recebidas pela comissão encarregada de elaborar o texto. A lei consagra:
- O aumento do salário mínimo que é o mais elevado da América Latina; a defesa do nível de vida dos trabalhadores – e não só – pelo controlo dos preços dos produtos de primeira necessidade e oferta de bens mais baratos provenientes de empresas nacionalizadas.
- Mais benefícios não salariais; educação e saúde gratuitas; igualdade entre homens e mulheres; mais tempo de descanso antes e após parto (no total seis meses).
- Proibição de subcontratação de trabalhadores; impedimentos ao trabalho precário/temporário.
- Aumento das indemnizações por despedimento
- Os trabalhadores terão direito a benefícios sobre os lucros (dividendos).
- O controlo dos trabalhadores – pelas suas comissões - nas empresas para impedir fechos ilegais ou fraudulentos das empresas, visando também a promoção da participação dos trabalhadores na comunidade onde vivem e na gestão das empresas  e lutar contra a especulação e açambarcamento de produtos de primeira necessidade. Os sindicatos vêm também as suas prerrogativas aumentadas (1)

Vendo isto  e olhando para trás, recordemos as arengas dos “democratas do 25 de novembro de 1975”, contra a ditadura do “tirano" Vasco Gonçalves, o que significava essa “ditadura” e o que signfica a tal “democracia” que hoje nos oprime com os pactos da troika, e os “mecanismos de estabilidade” do euro.

(1) – Segundo um texto de Thierry Deronne em www.legrandsoir.info de 05.maio.2012 e