Os recentes dados do Eurostat referentes a 2011 mostram que a pobreza e a exclusão social não cessam de crescer na UE. Em 2013 com a economia a regredir a situação só pode piorar e o mesmo acontecerá em 2014 com crescimento anémico que é apontado e que vale tanto como as previsões em 2011 para 2013.
O número de pessoas na pobreza, mesmo após transferências de apoio social, e em risco de exclusão social (isto é, severamente privados de recursos materiais para pagar dívidas, fazer face a despesas inesperadas, aquecer a casa, ter alimentação adequada) ascendia a 120 milhões, 24,2% da população, quando em 2008 já era de 23,5%.
Nada foi feito para corrigir esta dramática situação além do habitual palavreado das boas intenções e da propaganda para iludir a miséria com ações de caridade. Só a existência de bancos alimentar contra a fome, devia encher de vergonha os responsáveis e coniventes com as políticas da UE face à escandalosa riqueza que uma diminuta camada continua a ostentar sob a capa dos “mercados” e dos “riscos sistémicos” de que são os beneficiários. Como dizia alguém, “se são demasiado grandes para falir, façam-nos mais pequenos”.
Mesmo os países mais ricos apresentam injustificáveis níveis de pobreza e exclusão social: Bélgica – 21%; Dinamarca – 18,9%; Alemanha – 19,9%; França – 19,3%; Áustria – 16,9%; Suécia – 16,1%; Reino Unido – 22,7%.
Países fora da UE – não sujeitos aos seus iníquos tratados – apresentam melhores indicadores: Islândia – 13,7%; Noruega – 14,6%.
Países com programas de “ajuda financeira”, na realidade pactos de agressão económica e social, afundam-se na pobreza: Irlanda – 29,9% em 2010 (sem indicação de valor para 20011 - 23,7% em 2008); Grécia – 31%. Na escala descendente estão também a Espanha – 27% e a Itália – 24,5% (2010).
Relativamente a Portugal para 2011 é referido 24,4%, 2,6 milhões de pessoas. Valor inferior ao de 2008 – 26%. Sabemos como em 2012 se deu um verdadeiro afundanço das condições sociais, estando preparado para 2013 uma situação ainda pior.
Verdadeiramente dramática é a situação de países da Europa do leste, ex-socialistas: Bulgária – 49,1%; Letónia – 40,1%; Lituânia – 33,4%; Hungria – 31,0%; Polónia – 27,2%; Roménia – 40,3%.
Será que este retrocesso faz hesitar os governantes e tecnocratas da UE? De modo algum, enquanto os contratenores do costume continuam com seus falsetes de “mais Europa”, D. Merkel e o seu patrão das finanças, dizem em que é que isso consiste: mais austeridade, por mais anos.
E para quê? Para ganhar a confiança dos “mercados” e dos investidores (eufemismo para desbragados exploradores). “Há os que não acreditam que sejamos capazes” – diz D. Merkel.
Raras vezes se terá visto na História tamanho retrocesso social e inversão de valores como o que ocorre na UE. O que nos deve levar a perguntar: Como foi possível chegarmos a isto? Como nos vamos livrar do embuste em que se tornou a UE e o euro?
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