Noticiários com muita excitação consideraram que o “mundo
inteiro” se tinha emocionado com a demissão do Papa. Esta do mundo inteiro,
quando apenas uns 17 a 18% da população mundial é considerada católica (o que
não quer dizer que o seja de facto) faz lembrar aquela história dos tempos do
imperialismo britânico em que a BBC dizia: “há nevoeiro no Canal, o continente
está isolado”.
Em 16 de janeiro passado o NY Times relatava o encontro do sr. Leon Panetta com o Papa. Um
encontro justificado, não só por o sr. Panetta assistir à missa todos os
domingos, mas por vir à Europa despedir-se dos aliados com quem travou, pelo
que se viu ótimas relações como diretor da CIA e Secretário da Defesa dos EUA.
“Obrigado, por ajudar a proteger o mundo” – disse o Papa. “Reze
por mim” – replicou o sr. Panetta. (1)
Vejamos o que o Papa considera “proteger o mundo”, e o
relato que faz Jay Janson historiador, escritor e artista em Nova Iorque.
Nas
funções que Panetta desempenhou foram desencadeadas impiedosas guerras ilegais
no Afeganistão, Paquistão, Somália, Iémen, com o custo de milhares de vidas de
homens, mulheres e crianças inocentes, nas suas pobres nações.
Sob Panetta, mercenários foram pagos para destruir a
nação mais próspera de África antes dos
bombardeamentos da NATO, embora a população demonstrasse apoio ao governo da
sua revolução Verde a Kadaffi.
Na Síria 60 000 já morreram na tentativa dos
anteriores poderes coloniais assumirem de novo o controlo do país com o apoio
dos EUA e satélites como Israel, Turquia, Arábia Saudita.
É um facto mais que comprovado que a CIA tem violado
as leis dos EUA e internacionais com assassínios, raptos e tortura. (Paul Kraig Roberts - CIA's Hypocracy Astonishes the World, www.vdare.com, 9/6/2009)
É a isto que o Papa chama
“proteger o mundo”? Será que as suas orações são escutadas em algum lugar
a não ser nas sedes da CIA, transnacionais e governos satélites destes poderes?
Se há algo que possa espantar o mundo e os homens de
boa vontade é o bispo de Roma, ser conivente com crimes de guerra. Irá haver
agora mais um Papa escolhido com o “nihl obstat” da CIA? Isto de acordo com a
revista TIME em fevereiro de 1992, relativamente a João Paulo II.
1 .-
Jay Janson em "Information Clearing House” - January 17, 2013 " - Jay Janson is an archival research peoples historian activist,
musician and writer; has lived and worked on all continents; articles on media
published in China, Italy, UK, India and the US; now resides in NY
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