Não há alternativa política? A "esquerda" não se entende ?
Esta é uma questão cada vez mais colocada perante o descalabro da situação!
Os outros – PCP e Bloco – não têm hipóteses acrescentam... Estes são os esquemas mentais que levam muitos a não verem uma saída, uma alternativa política.
Nas suas mentes ainda concedem que há alternativas no plano económico, não vêem é forças políticas com maioria para as aplicar.
Estão prisioneiros de doses massivas de falsificações matraqueadas, por noticiários e comentadores, de preconceitos e pelos resultados eleitorais anteriores que estes factores têm ajudado a produzir: a alternância sem alternativa, o rotativismo mantendo no essencial a mesma política ao serviço da oligarquia!
Quais são essas principais falsificações.
Vamos às mais conhecidas para não alongar.
a) a de que as eleições legislativas são para eleger o 1º Ministro. Com isto procuram inculcar logo à partida a ideia de que só o PS e o PSD é que têm hipótese!
Ora isto é falso. Não há eleições para Primeiro-ministro, mas sim para deputados. O partido mais votado, legalmente, pode não ser sequer chamado a formar governo. O governo sai das maiorias que se formarem.
Imaginemos uma hipótese em que o PS tem 25%, o PSD 23%, o CDS 7% e o PCP e o Bloco juntos 45%. Neste caso o PS não faz maioria com o CDS, nem com o PSD. Neste caso a correlação de forças no Parlamento obrigaria o PS a virar-se para o PCP e Bloco e a inflectir a sua política, não só nas palavras mas também nos factos. A alteração na correlação de forças obrigaria as " esquerdas a entenderem-se". O principal obstáculo é a política defendida pelo PS Mas o PS numa outra correlação de forças na A.R. era obrigado a ceder á esquerda até pelas suas bases mais populares....
b) A de que há um “arco” de partidos do poder – procurar inculcar a ideia que os únicos partidos que podem aspirar a governar são o PSP, PSD e o CDS!
Com isto quer-se também excluir logo à partida o PCP e Bloco, procurando dar a ideia que o voto nestes partidos é apenas um voto de protesto.
c) A do preconceito anti comunista procurando excluir das soluções governativas, a força mais enraizada popularmente e nos trabalhadores, a mais organizada e a mais coerente.
No quadro económico, social e político que estamos a viver o aumento significativo dos votos à esquerda do PS e em particular no PCP é a mais sólida garantia de o país vir a ter uma outra política.
O reforço do PCP é a mais sólida garantia para a mudança, o mais determinante factor para arrastar as bases de esquerda do PS e também a sua direcção.
Se não houver uma alteração na correlação de forças na Assembleia da República, Portugal terá um novo governo, mas no essencial com a mesma política.
O Secretário Geral do PS diz que Portugal precisa de um novo governo!
Portugal precisa de um novo governo com outra política.
O PS já está a pôr o conta quilómetros a zero procurando fazer esquecer as suas governações anteriores, ao mesmo tempo que avança com linhas políticas vagas sem se comprometer com a rectificação das principais malfeitorias deste governo.