Dois anos e meio de ajustamento e o país está pior do que estava sob todos os aspetos. Os “mercados” puseram o país no “lixo” e não têm intenções de o tirar de lá, os juros são uma proporção cada vez maior do PIB e do défice; recessão, desemprego, falências são o resultado obtido com o “ajustamento”.
Que diz o PR?
Prosseguir…para regressar aos “mercados”. Mas os “mercados” não são nenhuma
solução, são o problema!
Para o PR o país tem de
parecer normal aos “mercados”. Um país normal?! Um milhão de desempregados nos
dados oficiais (milhão e meio efetivos), mais metade sem receber subsídio,
emigração em larga escala, dezenas de falências de MPME por dia, défice e
dívida descontrolados, sucessivas revisões do OE, retroatividade de cortes em
reformas atribuídas, constante redução de salários e aumento de impostos sobre
a população, generalizada precariedade, aumento da pobreza e desigualdades,
montante dos juros superior ao défice previsto para 2014.
Normal é, pois, os
sucessivos OE serem anticonstitucionais. Normal é o governo governar contra a
Constituição, errar tudo o que prevê, mentir no que promete e não haver
eleições que reponham uma real normalidade democrática.
E tudo isto é um êxito, é
“normal” e tem de prosseguir…com serenidade. Isto é, as pessoas deixem de
pensar, de exercer a sua cidadania e direitos, paguem e calem-se. Senão…ai os
“mercados”, o que será de nós!
A
DIREITA POLITICAMENTE ATACADA DE DOENÇA BIPOLAR
A direita está como aqueles
seres mentalmente perturbados daquelas tragédias de Shakespeare em que aparecem
fantasmas, neste caso são os “mercados”.
A direita tem sucessivos
ataques de agorafobia, entra em pânico, vislumbrando ficar perdida em situações
sem conseguir ajuda …dos “mercados”.
Mais grave, são os sintomas
de doença bipolar: ora estamos sem soberania, somos um protetorado devido ao
programa da troika, temos que nos libertar da troika, ora se trata da “ajuda” pelos
mesmos reclamada, negociada, aplaudida como a salvação para a qual era
necessário fazer mais ainda. Ora é para cumprir custe o que custar, ora estamos
a fazer sacrifícios, a ter medidas muito duras e, como dizia a ministra das
finanças, “queríamos ter um défice menor, mas os mercados não deixaram”. Porém,
no momento seguinte regressar aos mercados é apresentado como a via para o
paraíso!
Os comentadores de serviço
estão atacados da mesma doença, num momento há criticas ao governo, no outro dizem
que está a fazer o que tem de ser feito.
O governo vive alternâncias ciclotímicas
de euforia ora como o “sucesso” da ida aos “mercados” e de um sazonal acréscimo
no PIB, ora transmitindo depressão e pânico pela ação do TC ou se for criada
“instabilidade”, que ele próprio nos dois casos origina.
As jornadas parlamentares do
PSD-CDS, exaustivamente propagandeadas na TV, foram dos mais completos indícios
de esquizofrenia vistos na cena política. O governo transmitiu durante um dia,
como se não tivesse mais nada que fazer, perante uma plateia apática e
seguidista, as suas alucinações, ilusões e crenças falseadas da realidade.
Estas “jornadas parlamentares”, mais a normalidade que
o PR assume, recorda-nos aquela frase de Shakespeare, no Hamlet: “Life is a tale,
plenty of sound and fury told by an idiot and meaning nothing”…
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