Para ela, e para o PSD, será muito justo e equitativo, juros de 6, 7% ou mais, nos empréstimos, porém, não é “justo nem equitativo”, os funcionários públicos não poderem ser despedidos da mesma forma que os empregados de empresas privadas nas palavras do sr. Luís Montenegro, uma das maiores banalidades retóricas que já passaram pelo Parlamento, mas também o que se esperava para “defender” este governo…Enfim, para esta gente justiça e equidade é a precariedade geral que está em marcha.
Dizia então a sra. ministra:“o
sr deputado está a chamar agiotas a fundos de pensões” de reformados. Vê-se que
da vida só sabe o que aplicadamente – e com sucesso – decorou dos srs. Friedman
e Hayek.
É preciso muita “ingenuidade”
para não saber que os tais fundos de pensões são uma mistura de produtos financeiros
manipulados pelos agentes da finança, o que inclui conluios na fixação das
taxas de juro, lavagem de dinheiro dos cartéis da droga, etc., ilegalidades e
fraudes. Entre estes produtos incluem-se os chamados “derivados” e os
empréstimos aos Estados, como o português. Entre a agiotagem e os "fundos" das reformas" há pois uma grande distância.
Na prática, nestes fundos, os
reformados não têm garantias quanto ao que vão receber no futuro e se vão receber,
como já aconteceu, por exemplo nos EUA. Na melhor das hipóteses receberão o que
lá colocaram com uma percentagem mínima à volta da inflação.
Estes fundos, são na
realidade uma forma (mais uma) de pôr uma massa enorme de capital na mão da
finança para esta aplicar na sua economia de casino.
Note-se ainda que a sra.
ministra mostra-se mais preocupada em defender as reformas de uma certa camada abonada,
sobretudo de alemães, holandeses, austríacos, etc., do que com os pensionistas
e reformados do seu país. Estes podem empobrecer para que a especulação e a
agiotagem se mantenha.
A resposta da sra. ministra
ou a diatribe do sr. Luís Montenegro, mostra o nível de degradação já não
apenas ideológica, mas cívica que a direita atingiu.
Note-se que, segundo o OE
para 2014, o pagamento de juros incluindo Administrações Públicas, em 2013 atingiu
8 405,9 milhões de euros (86% do défice do Estado), prevendo-se em 2014, 8
174,8 milhões de euros, o que daria para o défice previsto (se fosse para
acreditar) 120%.
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