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REAÇÃO VOLTOU A PERDER NA VENEZUELA
Durante
algumas semanas a comunicação social esmerou-se a dar um ar de caos ao que se
passava na Venezuela. O “regime” chavista de Maduro estaria perante o
descalabro económico, social e político aproximando-se as eleições de 8 de
dezembro. De repente os papagaios perderam o pio, uma notícia lacónica e falsa,
falava da maioria do PSUV, mas com crescimento da oposição.
Nunca um governo
anti-imperialista e popular é tratado como tal: é um “regime”. Como fariseus
esmeram-se à procura do que pode ser apresentado como negativo, sempre imputado
ao “regime”. Nos países submetidos ao imperialismo tal é sempre devido à
contestação radical de “extremistas” que “provocam a violência”, ou
"impedem que as reformas estruturai sejam realizadas".
Adiante. Na Venezuela, a
operação de desestabilização, uma cópia do que antecedeu o golpe criminoso de
Pinochet, que estes “democratas-cristãos” e social-democratas aliados aos
fascistas desejam repetir, fracassou. Neste processo criminoso dos “democratas”
do capital, para criar um clima de medo foram assassinados 21 jovens militantes
bolivarianos entre abril e outubro.
O PSUV e aliados (Gran Polo Patriótico)
reforçaram a diferença para a oposição coligada com mais um milhão de votos (contra
300 000 na eleição de Maduro) e uma diferença de 10 pontos percentuais: 55% contra
45% da oposição chefiada por Capriles, o fascista mascarado de social-democrata
ao serviço dos EUA.
O PPSUV de Maduro obteve
cerca de 76% dos municípios em disputa, 255 em 335.
Neste país que a UE não
aceita como uma democracia – ao contrário da Colômbia dos criminosos paramilitares
– em 14 anos de Revolução realizaram-se 19 atos eleitorais, sempre ganhos pelo
movimento bolivariano.
Note-se que em 40 anos de
alternância entre social-democratas e democratas cristãos (a democracia que os
oligarcas gostam) houve apenas 15 processos eleitorais, com a exclusão de uma
massa enorme de cidadãos impedidos de votar por serem analfabetos. Este
“regime”, para o “mundo livre” uma democracia, procedia á tortura, assassínio,
desaparecimento de oposicionistas incluindo jovens estudantes. Não consta que
cá ou em qualquer país da UE os “bons espíritos” da Internacional Socialista e
dos direitos humanos se preocupassem com o que se passava.
Jimmy Carter classificou o
sistema eleitoral venezuelano como o melhor dos 98 que tinha observado por todo
o mundo. Para a comunicação social controlada porém, continua a ser o
“regime”de Chavez ou Maduro que se esforçam por apresentar como tresloucados.
Apenas um senão: a taxa de
abstenção foi de cerca de 40%, o que para um governo popular é demasiado.
Talvez se entenda sabendo que os chamados média estão 80% nas mãos da oposição.
Note-se ainda que segundo
inquérito da ONG “Latino barómetro”, a Venezuela tem o sistema democrático que
bate todos os records de confiança dos cidadãos na América Latina : 87%. Por
exemplo, no México é de 21%.
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