Nota
de Conjuntura
Maio
2016
A informação
estatística acabada de divulgar pelo INE, referente às Contas Nacionais
Trimestrais do 1º trimestre de 2016, a informação referente ao passado mês de
Abril do Índice de Produção Industrial, do Índice de Volume de Negócios,
Emprego, Remunerações e Horas Trabalhadas no Comércio a Retalho e das
Estimativas Mensais do Emprego e Desemprego e o Inquérito de Conjuntura às
Empresas e aos Consumidores do mês de Maio, permitem-nos concluir o seguinte
sobre a actual situação conjuntural da nossa economia:
1.
O abrandamento que se vinha registando na
evolução da nossa economia ao longo do 2º semestre de 2015, prolongou-se pelo
1º trimestre de 2016, com a nossa economia a crescer em termos homólogos 0,9% e
em cadeia apenas 0,2%. Os resultados já
conhecidos referentes ao mês de Abril, do Índice de Produção Industrial, do
índice de Vendas do Comércio a Retalho e da evolução do Emprego e Desemprego,
bem como o Indicador de Confiança dos Consumidores e o Indicador de Clima
Económico do mês de Maio apontam no sentido de uma melhoria no 2º trimestre do
ano.
2.
Para esta evolução do PIB em termos reais no 1º
trimestre do ano, o principal contributo positivo veio da Procura Interna
(+2,0%), enquanto a Procura Externa Líquida (Exportações menos Importações),
tal como aconteceu ao longo de todo o ano de 2015, continuou a registar um
contributo negativo (-1,1%).
3.
Dentro da Procura Interna, o Consumo Privado,
Público e Investimento tiveram contributos diferentes para o seu crescimento.
Assim enquanto o Consumo Privado cresceu em termos reais e homólogos no 1º
trimestre 2,9%, acelerando o seu ritmo de crescimento em relação ao 2º semestre
de 2015, o Consumo Público cresceu 0,9%, o mesmo ritmo de crescimento do 2º
semestre de 2015, enquanto o
Investimento ao fim de 10 trimestres com crescimentos homólogos positivos,
voltou a registar no 1º trimestre de 2016, um crescimento negativo de -0,6%.
Uma análise mais fina da evolução do
Investimento mostra-nos que a sua evolução foi marcada pela queda do
Investimento em Construção, que após ter crescido 4,4% no último trimestre de
2015, caíu -3,9% no 1º trimestre de 2016.
4.
O Índice de Produção Industrial em Abril cresceu
em termos homólogos 3,5%, e em termos médios anuais 2,2%, enquanto o volume de
negócios, as remunerações e as horas trabalhadas no Comércio a Retalho também
cresceram neste período, quer em termos homólogos, quer em termos médios anuais.
A estimativa do desemprego corrigido de sazonalidade atingiu em Abril os 12,0%,
o valor mais baixo do ano e menos 0,9 ponto percentuais do que em Abril de
2015. Em termos mensais de acordo com os dados do INE, entre Janeiro e Abril do
corrente ano foram criados cerca de 10 mil postos de trabalho.
5.
Por fim os resultados conhecidos dos Inquéritos
Qualitativos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores do mês de Maio
indicam uma melhoria na Confiança dos Consumidores e no Clima Económico das
Empresas. Quer isto dizer que uns e outros de acordo com estes Inquéritos têm
expectativas da que a situação da sua família (Consumidores) e da sua empresa
possa vir a melhorar nos próximos meses três e doze meses.
6.
Os dados
agora divulgados, com a confirmação de uma evolução negativa do Investimento no
1º trimestre do ano, permitem-nos afirmar que esta é a variável macroeconómica
com comportamento mais negativo nestes 6 meses do novo Governo, o que constitui
um motivo de crescente preocupação.
CAE,
31 de Maio de 2016 J, Lourenço
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