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28 de setembro de 2016

FMI

Nota  de Guilherme Fonseca Statter a propósito do texto aqui publicado com o título  de TraFulhas:

«Devo dizer que em muitos dos artigos/comentários (aqueles a que tive acesso) a propósito do sr. Subir Lall há um grande (parece-me...) mal entendido relativamente à postura do FMI e ao que disse este ou aquele funcionário do dito cujo FMI sobre Portugal ou a Grécia.
O FMI não é uma insitutição «monolítica» (ou «unanimista»...) em que todos papagueiam as mesmas receitas ou os mesmos relatórios...
Como pagam muito bem aos seus múltiplos (e «altamente qualificados»... «quadros» (funcionários...) podem perfeitamente dar-se ao luxo de «dar alguma folga» (não é «rédoa solta»...) a quem tenha de vez em quando uns arrobos de independência intelectual e resolva escrever algo de dissonante... Dá à insitutição um certo verniz «ciêntífico» (do tipo académico «publish or perish»...), uma outra respeitabilidade (pois...) e uma eventual «maior credibilidade» às suas - por vezes aparentemente contraditórias - conclusões sobre os resultados das suas próprias receitas impostas aos países que caem na ratoeira de lhes «pedir ajuda»...
É assim que se explica que haja uns técnicos do FMI a dizer umas coisas «bonitas» e haja uns dirigentes do FMI a querer impôr outras coisas «proto-criminoso-imbecis»...

27 de setembro de 2016

A Banca ao serviço dos banqueiros e grandes accionistas

Tudo fazer para adiar o krash antes das eleições

LA DEUTSCHE BANK, IL NE MANQUAIT PLUS QUE CELA ! par François L.
Billet invité.
La Deutsche bank a connu hier une nouvelle journée noire, son action dévissant de 7%, la valeur de ses obligations hybrides (contingentes et convertibles) diminuant de 3% et le spread de ses CDS augmentant de 250 points. En dix-huit mois, son action a perdu les 2/3 de sa valeur. Après le gouvernement italien, c’est au tour de Berlin d’être aux prises avec sa crise bancaire, et d’être coincé entre un bail-in réglementaire aux conséquences imprévisibles ou inacceptables politiquement, et un bail-out circonvenant aux dispositions de l’Union bancaire tout aussi désastreux en période électorale.

La banque sera-t-elle en mesure de régler l’amende actuellement fixée à 14 milliards d’euros par le Ministère de la justice américaine, qui remonte au scandale des prêts immobiliers subprimes, une fois celle-ci négociée ? Sur le papier, elle semble pouvoir la digérer, vu sa taille gigantesque et ses fonds propres. Mais avec un effet de ricochet pas assumable si cela devait impliquer un bail-in de sa dette subordonnée, qui pourrait avoir été achetée par les fonds de pension allemand. Comme toujours, s’agissant des mégabanques, les aspects systémiques d’une déconfiture font problème. La Deutsche a un rôle prédominant dans la liquidité interbancaire et dans les opérations de compensation avec l’étranger.
Dans l’immédiat, le gouvernement allemand et la direction de la banque ont affirmé chacun de son côté qu’il n’était pas question d’une recapitalisation. Il ne peut en être autrement, car si cela doit être le cas, elle a toutes les chances d’être repoussée au lendemain des prochaines élections législatives, qui doivent se tenir entre août et septembre 2017. Mais la question est déjà ouvertement posée, car la Deutsche est clairement trop importante pour chuter. Il va falloir tenir plus d’une année.
Le gouvernement grec est dans la même situation, ayant besoin d’une décision à propos de la restructuration de sa dette et de la diminution de ses objectifs d’excédent budgétaire, comme le FMI le réclame. Mais les dirigeants européens font pour la même raison la sourde oreille. Toute importante décision européenne dépend désormais du calendrier électoral allemand, c’est la démocratie !
Faisant contraste, les autorités américaines ne soulagent pas la pression sur leurs propres banques. Daniel Trullo, le gouverneur de la Fed en charge de la régulation, a annoncé que les huit plus grandes banques internationales d’importance systémique vont devoir augmenter leurs fonds propres de plusieurs milliards de dollars dès l’année prochaine afin d’accroître leur filet de sécurité. L’American Bankers Association (ABA) n’a pu lui opposer comme argument qu’un grand classique  : « cela compliquera l’activité de prêt des banques. »
La Fed, qui a demandé en septembre dernier à deux autres régulateurs, le FDIC et l’OCC, qu’il soit interdit aux banques d’investissement de se livrer à des activités dans le domaine des matières premières n’attend pas que le Congrès à majorité républicaine statue. Les banques s’y livrant – Goldman Sachs et Morgan Stanley principalement – vont devoir renforcer leurs fonds propres de 4 milliards de dollars, si toutefois elle maintient telle quelle cette nouvelle disposition réglementaire qui est soumise à discussion.

Des deux côtés de l’Atlantique, les réponses apportées ne sont décidément pas identiques, même si elles ont en commun d’avoir renfloué sur fonds publics les banques. Voulant jouer sur tous les tableaux à la fois, les Européens ont enterré les faiblesses coupables de leurs banques et doivent désormais en assumer les conséquences quand elles deviennent trop criantes, dans la confusion.
Blog de P.J

23 de setembro de 2016

Trafulhas

A criação do clima para o golpe continua

O FMI, que volta meia volta vem confessar que se enganou para depois receitar a mesma coisa, a mesma terapêutica  que levou à mais profunda recessão, queda do investimento e brutal acentuação das desigualdades, vem agora, na sua recente análise à economia portuguesa, «Portugal: growth needs further reforms», pela primeira vez, sublinhe-se, com uma referência explícita ao risco de novo resgate. 
Esta afirmação que nada tem de técnica , para além de preparar a opinião pública tem como efeito dar justificação aos ditos mercados para o aumento das taxas de juro .
Na verdade , candidamente, o FMI, sócio da Troika, afirma que «O baixo crescimento, a despesa pública o atraso nas reformas e bancos frágeis não permitirão a convergência com a zona Euro, e poderão levar à perda de acesso ao mercado, mesmo perante pequenos choques.»
E, tornando os avisos/chantagens ainda mais claros, o Fundo diz-nos que o baixo custo de financiamento da República se deve às compras do BCE (quantitativ easing).
Isto é, lembra-nos (ameaça/chantagem) que se o BCE nos tirar o tapete via DBRS (o golpe) as taxas de juro subirão 
.O Banco de Portugal, fazendo coro, já veio dizer que sem o BCE as taxas estariam 2,5 pontos acima das verificadas.
 Sem rodeios, o FMI aponta como solução para o défice um corte de 900 milhões de euros na despesa do Orçamento do Estado para 2017, para além da pressão sobre mais cortes em 2016!
E onde deverão ser feitos esses cortes?
Camilo Lourenço, um dos sacristães(sacristanum ) da  missa cantada do neo-liberalismo, descodifica e vai directo ao assunto: cortes nas pensões, salários e prestações sociais. (Negócios, 23 de Setembro de 2016)
Em tom triunfante acrescenta  ainda, precisamente o contrário do que defendem PCP e Bloco .
É a receita da austeridade perpétua, isto é, da continuação da política de concentração da riqueza, como recentes estudos, mais uma vez, evidenciaram.
E quando se procura fazer alguma correcção fiscal, mesmo que timidamente para atenuar a acentuação das desigualdades ,  o coro dos defensores dos grandes senhores do dinheiro grita em uníssono: é a classe média, é a classe média,. 
"É a classe média mais uma vez,a ser atingida."

 Trafulhas e golpistas!
Carlos Carvalhas

GREVE

Publicado em ABRIL, ABRIL

O CAPITAL FAZ “GREVE” AO INVESTIMENTO!
Sabe-se que os grandes empresários e capitalistas portugueses gostam muito de fazer “greve”. “Greve” à legislação laboral, “greve” às obrigações fiscais (ver resultados conhecidos da Operação Furacão). E, neste tempo de Governo PS, viabilizado na AR por partidos de esquerda, sucedem-se as ameaças e, de facto, a prática de “greve” ao investimento. A única greve de que não gostam mesmo é de verdadeiras greves, da greve dos trabalhadores! Que as fazem sempre, segundo os mesmos, sem motivo, quando não por motivações político-partidárias, orquestrados por tenebrosas potências anti-iniciativa privada!
Sabe-se que essa mesma gente e os seus representantes institucionais – algumas confederações do grande patronato – não gostaram do desfecho das eleições de 04OUT16! E não o disfarçaram, em manifestações públicas junto de órgãos de soberania, de ameaças e chantagens sobre o apocalipse que aí vinha com um possível governo PS, viabilizado por PCP, BE e Verdes… e onde se fazia já, o pré-aviso da “greve” ao investimento!
São muitas as notícias. Poderíamos começar por dizer que com a bênção do PSD e CDS, para quem vale tudo, até tirar olhos. Passos Coelho não tem papas na língua nem pudor político em afirmar “Mas quem é que põe dinheiro num país dirigido por comunistas e bloquistas? Quem é o investidor que acredita que o futuro estará seguro naqueles que têm sanha, que não gostam, pelo contrário, que atacam aquilo que eles designam o capital (…)?”.
Entre outras, registemos a de alguns ilustres representantes do grande capital. Pedro Queirós Pereira (PQP), em nome da Portucel, agora baptizada Navigator, depois de há meses, em entrevista ao Expresso, ter anunciado que não investia (120 milhões de euros numa nova unidade na área da pasta de papel) por causa do PCP no Governo, agora veio declarar que não o faz porque o Governo (conforme acordo com os Verdes/PEV) quer proibir a ampliação da área do eucalipto no País. (Expresso 03SET16). (Mas não há milhares de toneladas de eucalipto em pé no país, pese os incêndios florestais, para matéria-prima das celuloses? Há, mas têm que a ir buscar e pagar!). Ribeiro da Silva, patrão da ENDESA (capital espanhol),
sente-se no direito de pôr fim à construção da Barragem de Girabolhos (um investimento de 400 milhões de euros), contratualizada com o Estado há cerca de dez anos, porque o Ministro do Ambiente terá anunciado uma reflexão e avaliação do Plano Nacional de Barragens! (É obrigatório o Governo esclarecer esta história!). No mesmo Expresso, o patrão da FRULACT, João Miranda, acha que tal acontece por falta de incentivos, mas também porque “Todos sabem que o BE e o PCP não simpatizam muito com a iniciativa privada”. Numa peça do Jornal de Negócios de 13SET16, o Presidente da ATP (Associação Têxtil e Vestuário de Portugal), Paulo Vaz, afirma, “Os investidores nacionais e internacionais não confiam num Governo que, por muito assertivo que queira ser, tem por base de apoio partidos da extrema-esquerda, com contínuas exigências radicais (…)”. No mesmo jornal, Rafael Campos, Vice-Presidente da AIMMAP (Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal), “sei que há alguns casos de empresas que estão inclusivamente a pôr em causa a possibilidade de novos investimentos em Portugal” porque “Existe desconfiança assumida nas forças políticas que apoiam o Governo. As empresas sentem-se inseguras com a influência crescente do Bloco de Esquerda e do PCP. E enquanto isso continuar a acontecer, dificilmente regressarão aos investimentos”. Fechem-se estas citações com chave de ouro. Para António Saraiva, Presidente da CIP, “Não há confiança na relação de forças que sustenta o governo e isso continua a gerar muita instabilidade que não atrai investimento essencial à criação de emprego e ao crescimento da economia” (Diário de Notícias 06JUL16)!
Diga-se em abono da verdade, e da justiça, que há quem assim não avalie a ausência de investimento privado. No mesmo Dossier do Jornal de Negócios (13SET16), Vieira Lopes, Presidente da CCP refere que a banca não dá facilidades e que são restritivos os critérios de acesso ao crédito, ou os que, como Paulo Almeida, da AEP, falem da evolução negativa dos mercados externos! A par de referências à paralisia do Portugal 2020 e da falta de incentivos fiscais, sobretudo a não concretização das reduções do IRC do Governo anterior.
Mas o mais interessante desta anunciada “greve política” ao investimento é que, no dito Dossier do Jornal de Negócios, se refiram Inquéritos junto
de empresários do INE, onde se verifica que mais de 50% das respostas dizem que as razões para o não investimento radicam-se na perspectiva da falta de vendas, isto é, de mercado solvável para as mercadorias, isto é, de crescimento económico! (o que também acontece por falta de investimento privado!). E só depois aparece, como 2º motivo, a rentabilidade dos investimentos (20% das respostas), a que se segue a capacidade do autofinanciamento (11%), e depois o crédito (8%)! Nada de “greve política”! Uma conclusão: os líderes do capital estão muito dessincronizados da classe! Aliás, um inquérito do Expresso de Outubro/Novembro de 2014 (em pleno reino de Passos e Portas) a quatro mil empresários de pequenas e médias empresas, à Pergunta: “Tem planeado um investimento relevante na sua empresa?” 54% respondia que não tinha planeado qualquer investimento relevante, 41%, na melhor das hipóteses, só a partir de Outubro de 2016!
A primeira coisa a perguntar aos “grevistas” seria porque não investiram eles quando o Governo era o do PSD/CDS, de Passos Coelho e Paulo Portas, que tinha toda a sua confiança política?! Farsantes… Os dados conhecidos não deixam margens para dúvidas: durante o mandato desse Governo (2011/2015) o Investimento Privado caiu 24,6%! Mas se não houve disponibilidade para o investimento, ou pelo menos para reduzir a dívida empresarial, houve e muita para distribuir dividendos, nem que seja por recurso à contracção de novos empréstimos… Em 2015 (prosseguindo 2014) 8 das 12 empresas cotadas na Bolsa/PSI-20, distribuíram aos accionistas mais de 70% dos lucros… que tinham subido em 2015 para 2,91 mil milhões de euros (mais 280 milhões que em 2014)!
Não por acaso, Cristina Casalinho, Presidente do IGCP (Jornal de Negócios 13MAI16), falando das diferenças entre o comportamento do empresário português e o estrangeiro na “retoma económica”, sublinhava:
“Uma das maiores diferenças prende-se com o menor contributo de lucros retidos para o financiamento das empresas e menos desalavancagem em Portugal”.
Devemos questionar a nossa ignorância. Ignorantes, pensávamos que gestores experimentados e de excelência, empresários empreendedores e
amigos do risco, investiam quando sentiam (através dos seus sensores “empreendedorísticos”) uma oportunidade de negócio, quando julgavam azado o momento para a expansão das actividades, ou para a modernização de um projecto industrial! Afinal, é tudo muito mais simples: trata-se de ter no Governo gente amiga da “iniciativa privada”, que dê confiança, da que não falta com os benefícios fiscais, e mesmo uma reduçãozita do IRC, e chorudos subsídios comunitários e outros… enfim, gente do peito. Ou seja, garantia de um Estado mínimo, que dê o máximo de facilidades e ajudas ao capital privado! Porque sem isso, ele não se mexe…. Parasitas…
O que diria essa gente se ontem ou amanhã (longe vá o agoiro!), organizações de trabalhadores invocassem como causa da luta, motivo de uma greve, a composição partidária, por exemplo PSD/CDS, de um governo…
E finalmente, compreendermos como é essencial a titularidade pública de empresas estratégicas ou equipamentos estruturantes. Como um País não pode estar dependente na realização desses investimentos, da boa vontade ou humor do capital privado, quando eles se movem com uma exclusiva agenda política e ideológica (como é da sua natureza!) destinada a maximizar os seus lucros! Por exemplo, na fileira florestal, onde a produção de pasta de papel tem um peso decisivo, que assume uma natureza estratégica pela seus impactos na balança comercial, no emprego directo e indirecto, nos rendimentos de milhares de pequenos proprietários rurais, na ocupação do território (embora em geral só se façam contas depois do desastre dos incêndios florestais), e onde a privatizada Portucel tem um papel central, pode um País como Portugal aceitar que os investimentos necessários estejam dependentes dos interesses do capital monopolista de Pedro Queirós Pereira? Pode um País como Portugal, permitir que os investimentos em grandes centros electroprodutores, como grandes barragens, ou em redes de transporte de energia, se realizem ou não, conforme os negócios e interesses do capital privado?
Não, não pode!
E podemos também perceber como é absolutamente decisivo, neste momento difícil que Portugal atravessa, o investimento público! Até para fazer arrancar e dinamizar o investimento privado!
19SET16
Agostinho Lopes

21 de setembro de 2016

Bruxelas Permite !

1 )O "Negócios" de hoje titula : " Governo é o mais à esquerda que Bruxelas permite "
Ficámos a saber que a cor dum governo  na U.E , sobretudo se for um país pequeno , é ditada por Bruxelas . 
Os povos escolhem mas Bruxelas é quem determina...
Grande democracia , grandes democratas . 
Os ditos europeístas  de esquerda não dizem nada sobre isto ?

2) A carta do Comissário Pierre Moscovic socialista é um mimo , um monumento à devoção neo -liberal . 
Mais uma vez lá temos a pressão , a chantagem e a hipocrisia . Uma vergonha .
A carta , citando o relatório feito pela Comissão em ligação com o  Staff do BCE "  enfatiza diz Moscovic " a rigidez do mercado de trabalho " e  "quer a implementação de reformas mais ambiciosas ", isto é mais ambição do mesmo, mais austeridade.
Os ditos europeístas de esquerda não dizem nada sobre isto ?

20 de setembro de 2016

Bendita a austeridade !

Comentários breves

1)Na campanha para criar o clima favorável à intervenção dos círculos mais reaccionários de Bruxelas e ao  " Golpe " foi lançada  há dias a ideia que estava quase esgotado o limite da compra pelo BCE de dívida pública portuguesa . Alguns meios de comunicação social foram de imediato ouvir uns obscuros especialistas que procuraram dizer que sim numas explicações no mínimo confusas .
Como logo afirmámos por que não foram ouvir o Banco de Portugal ?
Calaram se .
Mas alertaram as agências internacionais
Hoje o Banco de Portugal em resposta à Reuters veio dizer  que "A disponibilidade de dívida pública portuguesa para compras está longe de atingir o limite ," e o "Negócios " titula " BCE com margem para comprar dívida nacional. "
Mais uma que deve ficar registada.

2) Segundo um estudo de Carlos Farinha Rodrigues economista no ISEG divulgado esta semana no Expresso ": As desigualdades em Portugal agravaram-se acima da média europeia nos anos da crise.
" O rendimento dos 5% de Portugueses mais ricos é 19 vezes maior que o dos 5% mais pobres .
Mais uma confirmação de que a ditas políticas de austeridade foram sim políticas de concentração de riqueza.
Uma minoria bem nutrida pode dizer : bendita austeridade , benditas as políticas de austeridade.




17 de setembro de 2016

Para que conste a denúncia fica feita .

O PSD estava ( não sei se ainda está ) a contar com o golpe  à brasileira . Lá terá informação dos seus amigos do PPE e não só .
Mão amiga , para   usar  a tradicional fórmula ,  fez me chegar agora  um artigo de Pedro Braz Teixeira ex - Secretário de Estado de um governo de Ferreira Leite publicado no jornal " I " em 9 de Setembro .
Segundo este  , a DBRS a 21 de Outubro podia baixar o rating a Portugal , mas o mais certo seria " diminuir as perspectivas do rating para Portugal de estáveis para negativas , com graves consequências financeiras , económicas e políticas" 
Acrescentava : " Uma tal decisão colocará o país à beira do precipício , com forte subida das taxas de juro , mas ainda com hipotse de recuperação , se o governo se dispuser a tomar finalmente as medidas que até agora se tem recusado.
Como se imagina , isso colocará uma pressão máxima sobre a coligação de esquerda e não é seguro que esta lhe sobrevirá " 
A ante visão  da chantagem e do fim do governo !
Mais claro não se poderia ser. 
A partir daqui Passos , Maria Luis e comentadores de direita mutiplicaram as afirmações triunfanttes .
No dia 12 António Ribeiro Ferreira escrevia no  " I" : " De vento em popa a caminho de mais um resgate " "... os juros à espera da agência de rating canadiana ".
Mas as coisas não estão doces para aventuras esquemáticas.
Como já afirmei . a situação política , económica e financeira na U. E. poderá  não aconselhar para já tal passo e talvez por isso as agências de rating Fitcher , Standard & Poor , Modys decidiram manter inalterado o rating a Portugal . 
O triunfalismo da Direita e dos seus comentadores arrefeceu .
Poderá estar,  para já , tudo adiado  mas fica também e desde já denunciado o " Golpe " á brasileira  , cínico , hipócrita e de pantufas bem como os seus principais  cúmplices e participantes .

Carlos Carvalhas

Mais material explosivo para um novo rebentamento da crise .

Mais material explosivo para um novo rebentamento da crise , mais dificuldades para os golpistas

Ainda antes de se saber o montante da enorme multa aplicada ao  Deutsche. B. pela manipulação das taxas de referência  e intervenção na crise do sub prime os investidores e gestores de fortunas alertavam :

"Deutsche Bank, la banque qui peut tout faire basculer
En ce qui concerne le troisième point, Deutsche Bank (DB) constitue peut-être le plus gros problème bancaire pour le système financier.
La quatrième banque de l'union européenne, DB, est assise sur le plus gros stock de dérivés du monde : 64 000 milliards de dollars, soit 17 fois plus que le PIB allemand et 83% du PIB mondial
La quatrième banque de l'union européenne, DB, est assise sur le plus gros stock de dérivés du monde : 64 000 milliards de dollars, soit 17 fois plus que le PIB allemand et 83% du PIB mondial.
Tout ça dans une seule banque.
En outre, les Allemands, terrifiés à l'idée que le NIRP (politique des taux négatifs) grignote leurs économies, ont commencé à retirer massivement leurs dépôts.
Pendant des années, les Allemands n'ont cessé d'épargner de l'argent sur des comptes épargnes malgré la chute des taux d'intérêt. Les épargnants considéraient que ces comptes étaient sécurisés, et qu'ils leur permettraient toujours d'accéder facilement à des liquidités. Mais dernièrement, nombre d'entre eux n'y croient plus.
Les taux d'intérêt s'enfonçant en territoire négatif, la demande en faveur de coffres-forts est en train de s'accélérer. Burg-Waechter KG, le plus grand fabricant de coffres, a enregistré une hausse record de 25% de ses ventes au premier semestre, par rapport à l'année dernière.
Autrement dit, des retraits massifs ont lieu. Et le marché commence à flairer que DB pourrait avoir des ennuis. Et si les actions DB plongent, l'Union européenne va être précipitée dans une véritable crise, semblable à celle de 2008.
Gardez cela en tête. Il s'agit d'un problème systémique. " La Qu . Croissance " Agora . 14 /9.

15 de setembro de 2016

Os golpistas entre a tentação e o receio .

A chantagem continua , mas o  " Golpe " da agência de notação DBRS  via  BCE   em Outubro  talvez  não seja  ainda desencadeado , pois há a consciência generalizada que há demasiada instabilidade na U.E. e que uma nova crise poderá ser fatal.
O Le Monde de hoje 14 /9  num artigo com o título  "A Europa em plena dúvida existencial " cita Mario Monti apresentado como " grande especialista da política europeia" : " Eu sempre considerei que é pelas crises que a Europa tem progredido . Mas pela primeira vez eu expressei (em 2015) dúvidas de que elas ainda nos possam ser benéficas . O que mudou foi que o mecanismo foi quebrado , As crises não me parecem mais gerar energias políticas novas capazes de nos fazer ir em frente ."
O social democrata Holandês Frans Timmermans é também claro : A União Europeia (U.E.)enfrenta tantas crises simultâneas que pode não sobreviver . " 
 Interrogado pelo Le Monde Enrico Letta ex presidente do Conselho Italiano e presidente do Instituto Jacques Delors afirma : " A Europa ameaçada ? Sim ou pior ainda....Com a crise económica  que persiste , a dos refugiados , terrorismo , Brexit ...a situação é sem precedentes . "
Até o magnifico social democrata Jeroen Dijsselbloem apertado na Holanda pela subida do Partido para a Liberdade que diz querer acabar com esta Europa afim de restaurar o Estado providência vem agora constatar que as "desigualdades estão entre os principais factores de inquietação " Que maravilha !
As tentações por parte da direita mais ultramontana para que o golpe seja desde já desencadeado em Outubro serão muitas , mas a dura realidade pode obrigá-los a um compasso de espera .
E , como a experiência nos diz não é cedendo a chantagens que se evitam e derrotam os golpes .
C. C.

14 de setembro de 2016

A contarem com o GOLPE

Apesar de Centeno não ter falado em Resgate e de já ter sido desmentido a campanha continua :

Passos Coelho em Coimbra : 

" Sabia que o modelo do PS ia falhar não pensava que era tão cedo " Jornal I hoje
E o  " I" continua :
" O ex primeiro ministro não quer usar a palavra resgate  " ... "mas a acontecer um mal maior é por acto deliberado do governo "
" O governo ainda vai a tempo de mudar de rumo " diz a santa da Maria Luís Albuquerque .
" Se o governo continuar a andar para trás corremos o risco de voltar a fevereiro ou a março de 2011 "
afirmação de Daniel Bessa o economista que nos apareceu na sede do MDP a seguir ao 25  de Abril a debitar Marx em catadupa...mais um exemplo do ...dinheiro o dinheirinho ..é tão bonito o ladrão  o manganão ...
No entanto a agência de Rating Modys veio dizer ontem que um resgate é improvável num futuro próximo. 
Um pouco de agua fria para já até à apresentação do projecto de Orçamento . Até lá a chantagem e as pressões vão continuar . Talvez o momento ainda não seja o azado depois do Brexit e de tantas nuvens no horizonte . Mas que o plano de golpe se mantém de pé na cabeça de importantes ortodoxos neo - liberais ditos "europeistas"é uma evidencia . 
Carlos Carvalhas

13 de setembro de 2016

A generosidade de Cristas

"Não nos parece que seja o contexto ideal para defendermos que podemos ter políticas mais generosas, como todos gostamos de ter, mas gostamos de ter com os pés assentes na terra e sabendo para onde estamos a caminhar", defendeu Assunção Cristas, apontando um "crescimento débil" e "dívida pública a aumentar".

A líder centrista reagia à atualização do Indexante dos Apoios Sociais (IAS), atualmente fixado nos 419,22, avançada hoje pelo Jornal de Negócios, à saída de uma audiência com o primeiro-ministro, António Costa, de preparação da cimeira europeia informal de sexta-feira. Jornais hoje.
Uma simples e modestíssima actualização , que se não fosse feita significaria uma diminuição em termos reais dos apoios  sociais  é considerada pela líder do CDS uma política generosa... 
Estamos conversados.
A, Cristas mostrou-se também muito preocupada com o fraco crescimento , aumento da dívida e falta de investimento..
Mas no governo de que fez parte nunca a vimos manifestar preocupação com o afundamento do PIB e do Investimento e do aumento significativo da dívida pública . O descaramento tem destas coisas .

Continua a preparação do GOLPE

 Continua a preparação, manipulação da opinião pública para o golpe de uma forma aparentemente displicente e casual.
Pouco tempo depois do actual governo tomar posse e sem qualquer justificação plausível o ministro das finanças alemão afirmou que Portugal caminhava para um segundo resgate.
Confrontado com a enormidade o ministro alemão veio de forma pouco clara negar o que disse . Na altura o alcance de tal afirmação  , atabalhoadamente desdita  , passou despercebida  parecendo  mais uma caturrice de tal personagem . No entanto o que hoje se percebe é que naquela precipitação foi revelada a idealização do golpe . Claro que os direitinhas dirão que isto é teoria da conspiração !
Mais recentemente tivemos o episódio da entrevista de Centeno denunciada no sítio " Truques da Imprensa portuguesa "
 : O truque: A CNBC colocou no título uma frase supostamente atribuída a Mário Centeno: "We'll do all we can to avoid a second bailout" Uma frase que, observando a entrevista, o ministro nunca disse. Ao trazer a informação para o contexto nacional, o Negócios foi prudente. Percebendo que havia, no mínimo, um lapso, atribuiu a informação à CNBC logo no título. -Não foi Centeno que disse, foi a CNBC que disse que Centeno disse.- Já os jornais que o sucederam na pesca ignoraram a complexidade da questão e como quem conta um conto acrescenta um ponto, aí vai: "Centeno diz estar a fazer tudo para evitar um novo resgate." Do mito se fez facto.
Lendo a entrevista percebe-se que, ao dizer que "é a sua principal tarefa", Centeno referia-se à "estabilização da economia" e não ao segundo resgate, como, aliás, mais à frente fica totalmente esclarecido. "
O tema " resgate " por esta e por aquela forma  " mantêm se em actualidade " para que os ouvidos se vão habituando .
Ontem o Público , certamente  também por mera casualidade , entrevistou o ministro das finanças  grego que na altura negociou o "resgate", em que este lembra que o BCE tem a chave do Reino pois dele depende a liquidez da banca e a Alemanha a palavra decisiva.
Também ontem Maria Luis Albuquerque em tom de sonsa foi entrevistada  , por acaso , no " Negócios " tendo à pergunta sobre um eventual resgate respondido com um angelical : Eu  não colocaria a questão dessa forma , mas acrescentando que o governo ainda está a tempo de mudar de rumo...
Hoje  no" Espresso Curto " o tema regressa :

"O resgate. Qual resgate?

Bom dia,

“O stress pós-traumático é uma perturbação por ansiedade causada por eventos muito stressantes, assustadores ou perturbadores.” A definição de stresse pós-traumático do Serviço Nacional de Saúde britânico serve, na perfeição, de preâmbulo para um dos temas que marcou o dia de ontem. Num país que viveu três resgates do FMI, que pouco cresce e onde a dívida pública está acima de 130% do PIB, é normal que o resgate seja um papão terrível. E ontem foi um fantasma que pairou sobre Maria Luis Albuquerque (a ex-ministra das Finanças) e Mário Centeno (o atual responsável da pasta).

Justiça lhes seja feita, a ‘culpa’ foi dos jornalistas que decidiram puxar o assunto. Vale pena ouvi-los em discurso direto (e em vídeo) no Negócios e na CNBC. O que surpreende, no entanto, é a forma diferente como Maria Luis Albuquerque e Mário Centeno lidam com o ‘trauma’. Enquanto Maria Luis diz, preto no branco, que “não colocaria a questão nesses termos”, Centeno admite que evitar um novo resgate é a sua “principal tarefa”. O que, para quem pretende afastar esse cenário, não parece uma estratégia muito adequada. Afinal, há risco ou não de um novo resgate? De quê? De um resgate. Ah, o resgate. Qual resgate?

Para se juntar à festa, a ARC Ratings – a antiga Companhia Portuguesa de Ratingmanteve ontem Portugal um degrau acima de ‘lixo’ e reviu a perspetiva para negativa. A agência não tem o peso dos gigantes que marcam o ritmo dos mercados internacionais mas não deixa de ser um sinal. Sexta-feira fala uma das grandes – a Standard & Poor´s – que tem Portugal em ‘lixo’ com perspetiva estável. "

Como é evidente a campanha está em curso para que o golpe a ser dado pela DBRS  sob a orientacão do BCE, a meados de Outubro apareça como a reacção  natural  , anódina e  lógica dos mercados .
 E a verificar-se  , os que estão na programação do golpe ficarão na sombra e os comentadores de direita em hipocrisia solene dirão que foram  repetidamente avisando, no puro estilo do Conselheiro Acácio .
Maria Luís Albuquerque , Cristas e Passos dirão com voz pesada e semblante carregado : depois de tantos esforços os portugueses não mereciam isto ....




11 de setembro de 2016

O golpe

Há um golpe em curso .
Como no Brasil não se trata de um golpe militar , mas um golpe de pantufas ,  lento , burocrático , hipócrita .
A opinião pública vem há muito a ser preparada e intoxicada para o aceitar, designadamente através dos meios de comunicação oficias com destaque para a RTP .
O país esta em estagnação desde que o Euro entrou em circulação . Com o governo PSD /CDS a economia afundou-se , o PIB teve uma queda histórica , bem como o investimento público e privado .
Aumentou dramaticamente o desemprego , a emigração e a dívida pública e nem  saímos da situação de défice excessivo.
Se se continuasse com a mesma política a situação era hoje bem pior , pois nem sequer teríamos o estímulo do consumo interno no quadro do abrandamento da economia europeia e da forte quebra de importantes mercados das nossas exportações . A que há que juntar as situações apodrecidas do BANIF , Caixa e Novo Banco vindas do governo anterior e os inaceitáveis constrangimentos do défice a limitarem fortemente o aproveitamento dos fundos europeus e portanto o investimento público .
Isto é conhecido . 
No entanto continua-se a carregar nas tintas pretas , como se o peso da situação não viesse de trás .
 As grandes acusações feitas a este governo , embora nem sempre explicitadas são : a  reposição dos vencimentos dos trabalhadores da função publica, modesta , as 35 horas , a diminuição do IVA na Restauração. " O exacto oposto do que  deveriam fazer" dizem os agentes da Troika  opinião sempre amplificada por certa comunicação social e pelos bitates dos Schaubles e Dijsselbloens . Só que a opinião destes últimos e as ameaças de sanções da Comissão já tiveram efeito negativo nas taxas de juros sobre a dívida pública portuguesa , factura que lhes devia ser endossada .
Pintado o quadro de negro e não se dando saída para o investimento público , golpe está em marcha e uma das suas etapas decisivas  já está marcada para 21 de Outubro. 
O executante na sombra será o BCE seguindo as orientações mais ou menos explícitas , dos Schaubles e dos Dijsseelbloens e contando com as habituais posições à Pilatos dos Holandes ,Renzis e  companhia.
 Antes disso teremos mais uma intensa campanha de preparação da opinião pública  que terá o seu auge a 15 de Outubro , com Bruxelas a pressionar e a chantagear com as propostas do Orçamento de 2017 e  com as medidas ditas exepcionais  em alternativa às sansões e  a direita a falar na " teimosia do governo ".
 Depois da preparação da opinião pública  o quadro político  será analisado e o BCE ponderará- pois terão sempre que medir as consequências de uma nova crise na U.E - crise em Portugal , Espanha, Itália com referendo prometido - perto das eleições Alemãs e Francesas . Se o clima for favorável  o BCE será  tentado a sugerir á sua correia de transmissão a agência de rating canadiana DBRS a baixar numa primeira fase as perspectivas  da  dívida portuguesa de estável para negativa com as consequentes aumentos de juros ou  mesmo a baixar o rating  permitindo o corte de financiamento do BCE . O golpe final de baixar o rating pode ser decidido mais tarde , mas tudo isto feito debaixo da aparência de neutralidade técnica e com a direita em pose pesarosa a justificar a decisão da agência de rating .
Na realidade tratar- se- á  de uma decisão puramente política visando punir os maus exemplos . 
Pode ser que as circunstancias da altura   não aconselhem o desencadear do golpe , mas que ele está ensejado, está !
Como afirmou recentemente Stiglitz enquanto Portugal se mantiver no Euro estará sempre sujeito a este tipo de golpes e chantagens e nós acrescentamos: e  pressionado a compensar as perdas de competitividade devido ao Euro pela redução dos salários e pensões e com taxas de crescimento ao nível da estagnação.
Saberá o PS tirar as  conclusões que se impõem.






9 de setembro de 2016

O fim do TTIP?

O acordo de comércio livre e investimento, entre a UE e os EUA não vai ser concluído? Duvidoso. Para já foram suspensas as negociações. Mas…porquê?
Apesar da propaganda, silêncio dos media quanto a significativas manifestações, recolha de assinaturas em número que obrigavam a que as negociações fossem suspensas – de acordo com as regras da UE – e o assunto debatido no PE. A CE ignorou os protestos e arranjou argumentos falaciosos para ignorar o abaixo-assinado, escamoteado pelos media, como lhes compete na sua vergonhosa missão de defesa do sistema.
A Alemanha decidiu recuar e a França foi atrás. Claro que este recuo não é alheio à contestação nem ao facto de se aproximarem eleições nesses países. Junquer diz que as negociações têm de prosseguir. O incrível Hollande – exemplo da degradação política que o reformismo pode atingir – declara que o tratado não vai ser concluído e assinado “não nestes termos”. Então quais?
Negociado em segredo até para os deputados do PE, mas não para os lóbis das transnacionais (TN), este recuo não é estranho às contradições e competição entre as TN. As multas aplicadas por exemplo à VW e segundo constou ao Deutsch Bank nos EUA, têm a réplica na UE – sob pressão alemã – de multas a empresas dos EUA na Irlanda (Apple, 13 000 M€), Luxemburgo (Google, Facebook, Linkedin) e Holanda (Amazon) por favorecimento fiscal contrário às regras da UE. Como se tudo isto não fosse conhecido há muito!
Para falar do TTIP a RTP 2 chamou o sr. Tiago Pereira de Sá, do Instituto de Política e Relações Internacionais. Pelo que temos ouvido de elementos deste instituto limitam-se a transmitir e justificar a geopolítica dos EUA e as ações da NATO.
Nitidamente incomodado pela suspensão do TTIP toma como seu o desagrado das TN e falou em “limitar a globalização por decreto”, quando o TTIP representa impor a globalização pela ditadura das TN através de um decreto à revelia dos povos.
Na opinião do comentador o TTIP “é do interesse de toda a Europa”, em particular agora que “a ordem internacional liberal dos EUA e da Europa está a ser contestada pela Rússia (mas não é Europa?!) e pela China.
Esta ordem, que defende como um bem supremo, apenas tem criado pobreza, desemprego, crises, caos económico, social, humanitário, intoleráveis guerras e permanente conspiração contra tudo o que se afaste da ortodoxia neoliberal imperialista.
O mais espantoso foi considerar que para Portugal o tratado seria vital! Mas baseado em quê?  Como argumento, diz que na posição atlântica do país este tratado traria grande desenvolvimento. Mas por onde passa o comércio atual com os EUA? Que percentagem passa pelos portos nacionais? E o que o leva a fazer aquela ridícula afirmação, estando a produção e o consumo na Europa central e norte com portos bem adaptados sem comparação com os nacionais.
Isto sem falar nos casos em que desajustamento de processos e meios leva a que mercadorias para territórios nacionais fossem desembarcados por exemplo na Holanda…
Registe-se que o apresentador, no final e em resumo declara: “”para Portugal são só más notícias”. Assim vai a (des)informação, sem o vislumbre de contraditório.

7 de setembro de 2016

Cavaco e as facilidades no BPN

No Jornal I de hoje ,  Fernando Lima antigo assessor de Cavaco Silva afirma que Luis Montez genro de Cavaco " beneficiou das mesmas facilidades que Cavaco no BPN, mas não era permanente fustigado"
Seria muito interessante que Fernando Lima explicitasse " o nariz de cera " : "beneficiou das mesmas facilidades "
Que facilidades beneficiaram Cavaco e o seu genro ? 
Elas são  em parte conhecidas mas teria todo o interesse  para a opinião pública se essas ditas facilidades fossem detalhadas por Fernando Lima .

Noticias da Embaixada Americana

O Público dito jornal de referência , na verdade um jornal dos "mercados "  noticia  em alerta :

" Exército sírio acusado de novos ataques químicos em Alepo
 

Público.pt 
Bombas de cloro terão feito perto de uma centena de feridos em bairro controlado pelas forças rebeldes. "Além do mais para o jornal do Belmiro /Continente  , na Síria os terroristas são rebeldes.... 

O caso vergonhoso do BANIF


"A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) condenou a TVI pela actuação em torno do Banif. Ao que o Negócios apurou, a decisão foi unânime dentro do conselho regulador e obriga a estação de Queluz de Baixo a transmitir, em antena, as conclusões da ERC sobre o rodapé que saiu a 13 de Dezembro e que, por meia hora, anunciou que o fecho do banco estava a ser preparado.
Aliás, o Negócios apurou que um dos aspectos que mereceu reparos por parte da ERC é o facto de a TVI não ter contactado as partes interessadas, nomeadamente o Banif, antes de avançar com os rodapés de 13 de Dezembro.

Nesse domingo, a notícia da TVI que falava no fecho do Banif foi sendo corrigida ao longo de 30 minutos, passando depois a falar em resolução. Apesar de desmentida, a fuga de depósitos que se seguiu, em torno de mil milhões de euros, foi atribuída à notícia pelo Banco de Portugal. A 20 de Dezembro, o Banif foi alvo de uma resolução com venda ao Santander Totta.


A notícia foi um dos temas na comissão de inquérito ao Banif, sendo que o relatório final, elaborado por Eurico Brilhante Dias, deixou a ideia de que a notícia não determinou a resolução do Banif, ainda que tenha remetido para a ERC e para o Ministério Público o apuramento de quaisquer responsabilidades." J.Negócios

A questão central não é a de se saber se a noticia da TVI determinou ou não a resolução . A questão central é que a noticia da TVI em que o Santander tem influência determinou a fuga de depósitos de mil milhões de euros , favorecendo o Santander com a desvalorização do banco. 
Logo depois de formalizada a compra o Santander inscreveu no seu balanço uma choruda mais valia ganha com a compra do Banif .  
Quem paga a factura ? Os trabalhadores e o povo português !
Num outro quadro político esta pouca vergonha devia determinar a nulidade da operação e colocar os principais responsáveis a contas com a justiça.
Assim sem incómodos o Santander recebeu de mão beijada uns bons milhões e agora  cuida de dourar a sua imagem com uns amendoins para os fogos na Região Autónoma da Madeira ou patrocinando a volta a Portugal em Bicicleta. 
Uns artistas !

4 de setembro de 2016

O Que Se Saúda

No "Público"de 28/8 /2016  Manuel Carvalho admirador de Barreto e dos seus escritos sobre a Reforma Agrária escreveu esta preciosidade que deve ter agradado a Belmiro e quejandos :

"No actual estado, nem temos o Bloco e o PCP no Governo (o que se saúda), nem na oposição (o que se lamenta). Temos uma pasta mole, um vazio que tolera um governo de contingências e torna ainda mais insípida e errática a oposição do PSD e do CDS."

PCP e Bloco no governo cruzes canhoto ...

1 de setembro de 2016

Contas Nacionais

Nota sobre as Contas Nacionais Trimestrais – 2º trm de 2016
INE, reviu em alta estimativa do PIB no 2º trm
Depois de há três semanas, nas suas estimativas rápidas o INE ter estimado, um crescimento do PIB no 2º trimestre do ano, de 0,2% em cadeia e 0,8% em termos homólogos, veio agora rever essas estimativas em alta. Afinal o PIB, de acordo com as mais recentes estimativas do INE, cresceu em cadeia 0,3% e termos homólogos 0,9%.
Para esta alteração contribuiu fundamentalmente a incorporação de informação adicional sobre os deflatores das importações e exportações e sobre a balança de pagamentos.
Os dados agora divulgados mostram que apesar do crescimento em termos homólogos registado nos dois primeiros trimestres do ano ter sido idêntico (0,9%), os contributos para esse crescimento, da Procura Interna (Consumo Público, Consumo Privado e Investimento) e da Procura Externa Líquida (Exportações Líquidas das Importações) foram muito diferentes de um trimestre para o outro.
Enquanto no primeiro trimestre do ano, a Procura Interna contribuiu com 1,7% para o crescimento em termos homólogos e a Procura Externa Líquida contribuiu negativamente com -0,7%, neste segundo trimestre a Procura Interna registou um forte abrandamento para 0,6% e a Procura Externa Líquida contribuiu positivamente com 0,2%.
Para o abrandamento da Procura Interna, do primeiro para o segundo trimestre, contribuiu por um lado o menor crescimento do Consumo Privado (passou de 2,6% para 1,7%) e por outro lado a queda ainda mais acentuada do Investimento (de -1,2% para -3,1%). Do lado da Procura Externa Líquida a melhoria registada em termos homólogos deveu-se ao facto de em termos reais a desaceleração das exportações de bens e serviços (de 3,1% para 1,5%) do primeiro para o segundo trimestre, ter sido bem menor do que a desaceleração real das importações de bens e serviços (de 4,6% para 0,9%). Quer as exportações, quer as importações em termos reais foram neste último trimestre fortemente influenciadas pela queda dos preços das exportações (-3,0%) e das importações (-4,9%), as mais elevadas dos últimos trimestres.
Os dados agora divulgados pelo INE permitem ainda concluir que na óptica das Contas Nacionais, enquanto no primeiro trimestre do ano em termos homólogos o emprego tinha crescido 1,1% (+ 50 300 empregos), neste segundo trimestre o emprego cresceu 0,8% (+ 35 800 empregos). Tendo em conta que estes dados sobre o emprego estão corrigidos de sazonalidade é também possível a partir destes dados afirmar que nos primeiros seis meses de 2016 foram criados 28 500 empregos.
Numa síntese final podemos afirmar que a nossa economia cresceu no 1º semestre a um ritmo de 0,9%, metade do ritmo previsto pelo Governo para todo o ano e apesar de ter criado neste período 28 500 empregos como resultado da reposição de parte dos rendimentos dos trabalhadores e pensionistas e do consequente crescimento do consumo, viu cair o investimento e abrandarem as exportações e as importações.  
Esta estimativa sugere que a economia portuguesa não conseguiu ainda inverter o ritmo de desaceleração do crescimento registado desde o início do 2º semestre do ano passado.
Os resultados da nossa economia são cada vez mais claros e óbvios, pressionados pelas imposições do Tratado Orçamental, pelas necessidades de redução do défice orçamental e por um enorme e crescente serviço da dívida, o investimento público caí para níveis nunca antes vistos e arrasta consigo o investimento privado, a queda do investimento por sua vez tem óbvias implicações num menor ritmo de crescimento da economia e consequentemente do emprego, do consumo, das importações e exportações.
A nossa economia está hoje em ponto morto e sobrevive com apenas um motor a funcionar (o consumo), já que dois dos seus principais motores estão praticamente parados (investimento e exportações). Esta é uma situação insustentável a prazo!
31 Agosto de 2016                                                

  Lourenço