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11 de setembro de 2016

O golpe

Há um golpe em curso .
Como no Brasil não se trata de um golpe militar , mas um golpe de pantufas ,  lento , burocrático , hipócrita .
A opinião pública vem há muito a ser preparada e intoxicada para o aceitar, designadamente através dos meios de comunicação oficias com destaque para a RTP .
O país esta em estagnação desde que o Euro entrou em circulação . Com o governo PSD /CDS a economia afundou-se , o PIB teve uma queda histórica , bem como o investimento público e privado .
Aumentou dramaticamente o desemprego , a emigração e a dívida pública e nem  saímos da situação de défice excessivo.
Se se continuasse com a mesma política a situação era hoje bem pior , pois nem sequer teríamos o estímulo do consumo interno no quadro do abrandamento da economia europeia e da forte quebra de importantes mercados das nossas exportações . A que há que juntar as situações apodrecidas do BANIF , Caixa e Novo Banco vindas do governo anterior e os inaceitáveis constrangimentos do défice a limitarem fortemente o aproveitamento dos fundos europeus e portanto o investimento público .
Isto é conhecido . 
No entanto continua-se a carregar nas tintas pretas , como se o peso da situação não viesse de trás .
 As grandes acusações feitas a este governo , embora nem sempre explicitadas são : a  reposição dos vencimentos dos trabalhadores da função publica, modesta , as 35 horas , a diminuição do IVA na Restauração. " O exacto oposto do que  deveriam fazer" dizem os agentes da Troika  opinião sempre amplificada por certa comunicação social e pelos bitates dos Schaubles e Dijsselbloens . Só que a opinião destes últimos e as ameaças de sanções da Comissão já tiveram efeito negativo nas taxas de juros sobre a dívida pública portuguesa , factura que lhes devia ser endossada .
Pintado o quadro de negro e não se dando saída para o investimento público , golpe está em marcha e uma das suas etapas decisivas  já está marcada para 21 de Outubro. 
O executante na sombra será o BCE seguindo as orientações mais ou menos explícitas , dos Schaubles e dos Dijsseelbloens e contando com as habituais posições à Pilatos dos Holandes ,Renzis e  companhia.
 Antes disso teremos mais uma intensa campanha de preparação da opinião pública  que terá o seu auge a 15 de Outubro , com Bruxelas a pressionar e a chantagear com as propostas do Orçamento de 2017 e  com as medidas ditas exepcionais  em alternativa às sansões e  a direita a falar na " teimosia do governo ".
 Depois da preparação da opinião pública  o quadro político  será analisado e o BCE ponderará- pois terão sempre que medir as consequências de uma nova crise na U.E - crise em Portugal , Espanha, Itália com referendo prometido - perto das eleições Alemãs e Francesas . Se o clima for favorável  o BCE será  tentado a sugerir á sua correia de transmissão a agência de rating canadiana DBRS a baixar numa primeira fase as perspectivas  da  dívida portuguesa de estável para negativa com as consequentes aumentos de juros ou  mesmo a baixar o rating  permitindo o corte de financiamento do BCE . O golpe final de baixar o rating pode ser decidido mais tarde , mas tudo isto feito debaixo da aparência de neutralidade técnica e com a direita em pose pesarosa a justificar a decisão da agência de rating .
Na realidade tratar- se- á  de uma decisão puramente política visando punir os maus exemplos . 
Pode ser que as circunstancias da altura   não aconselhem o desencadear do golpe , mas que ele está ensejado, está !
Como afirmou recentemente Stiglitz enquanto Portugal se mantiver no Euro estará sempre sujeito a este tipo de golpes e chantagens e nós acrescentamos: e  pressionado a compensar as perdas de competitividade devido ao Euro pela redução dos salários e pensões e com taxas de crescimento ao nível da estagnação.
Saberá o PS tirar as  conclusões que se impõem.






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