Há um golpe em curso .
Como no Brasil não se trata de um golpe militar , mas um golpe de pantufas , lento , burocrático , hipócrita .
A opinião pública vem há muito a ser preparada e intoxicada para o aceitar, designadamente através dos meios de comunicação oficias com destaque para a RTP .
O país esta em estagnação desde que o Euro entrou em circulação . Com o governo PSD /CDS a economia afundou-se , o PIB teve uma queda histórica , bem como o investimento público e privado .
Aumentou dramaticamente o desemprego , a emigração e a dívida pública e nem saímos da situação de défice excessivo.
Se se continuasse com a mesma política a situação era hoje bem pior , pois nem sequer teríamos o estímulo do consumo interno no quadro do abrandamento da economia europeia e da forte quebra de importantes mercados das nossas exportações . A que há que juntar as situações apodrecidas do BANIF , Caixa e Novo Banco vindas do governo anterior e os inaceitáveis constrangimentos do défice a limitarem fortemente o aproveitamento dos fundos europeus e portanto o investimento público .
Isto é conhecido .
No entanto continua-se a carregar nas tintas pretas , como se o peso da situação não viesse de trás .
As grandes acusações feitas a este governo , embora nem sempre explicitadas são : a reposição dos vencimentos dos trabalhadores da função publica, modesta , as 35 horas , a diminuição do IVA na Restauração. " O exacto oposto do que deveriam fazer" dizem os agentes da Troika opinião sempre amplificada por certa comunicação social e pelos bitates dos Schaubles e Dijsselbloens . Só que a opinião destes últimos e as ameaças de sanções da Comissão já tiveram efeito negativo nas taxas de juros sobre a dívida pública portuguesa , factura que lhes devia ser endossada .
Pintado o quadro de negro e não se dando saída para o investimento público , golpe está em marcha e uma das suas etapas decisivas já está marcada para 21 de Outubro.
O executante na sombra será o BCE seguindo as orientações mais ou menos explícitas , dos Schaubles e dos Dijsseelbloens e contando com as habituais posições à Pilatos dos Holandes ,Renzis e companhia.
Antes disso teremos mais uma intensa campanha de preparação da opinião pública que terá o seu auge a 15 de Outubro , com Bruxelas a pressionar e a chantagear com as propostas do Orçamento de 2017 e com as medidas ditas exepcionais em alternativa às sansões e a direita a falar na " teimosia do governo ".
Depois da preparação da opinião pública o quadro político será analisado e o BCE ponderará- pois terão sempre que medir as consequências de uma nova crise na U.E - crise em Portugal , Espanha, Itália com referendo prometido - perto das eleições Alemãs e Francesas . Se o clima for favorável o BCE será tentado a sugerir á sua correia de transmissão a agência de rating canadiana DBRS a baixar numa primeira fase as perspectivas da dívida portuguesa de estável para negativa com as consequentes aumentos de juros ou mesmo a baixar o rating permitindo o corte de financiamento do BCE . O golpe final de baixar o rating pode ser decidido mais tarde , mas tudo isto feito debaixo da aparência de neutralidade técnica e com a direita em pose pesarosa a justificar a decisão da agência de rating .
Na realidade tratar- se- á de uma decisão puramente política visando punir os maus exemplos .
Pode ser que as circunstancias da altura não aconselhem o desencadear do golpe , mas que ele está ensejado, está !
Como afirmou recentemente Stiglitz enquanto Portugal se mantiver no Euro estará sempre sujeito a este tipo de golpes e chantagens e nós acrescentamos: e pressionado a compensar as perdas de competitividade devido ao Euro pela redução dos salários e pensões e com taxas de crescimento ao nível da estagnação.
Saberá o PS tirar as conclusões que se impõem.
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