Continua a preparação, manipulação da opinião pública para o golpe de uma forma aparentemente displicente e casual.
Pouco tempo depois do actual governo tomar posse e sem qualquer justificação plausível o ministro das finanças alemão afirmou que Portugal caminhava para um segundo resgate.
Confrontado com a enormidade o ministro alemão veio de forma pouco clara negar o que disse . Na altura o alcance de tal afirmação , atabalhoadamente desdita , passou despercebida parecendo mais uma caturrice de tal personagem . No entanto o que hoje se percebe é que naquela precipitação foi revelada a idealização do golpe . Claro que os direitinhas dirão que isto é teoria da conspiração !
Mais recentemente tivemos o episódio da entrevista de Centeno denunciada no sítio " Truques da Imprensa portuguesa "
: O truque: A CNBC colocou no título uma frase supostamente atribuída a Mário Centeno: "We'll do all we can to avoid a second bailout" Uma frase que, observando a entrevista, o ministro nunca disse. Ao trazer a informação para o contexto nacional, o Negócios foi prudente. Percebendo que havia, no mínimo, um lapso, atribuiu a informação à CNBC logo no título. -Não foi Centeno que disse, foi a CNBC que disse que Centeno disse.- Já os jornais que o sucederam na pesca ignoraram a complexidade da questão e como quem conta um conto acrescenta um ponto, aí vai: "Centeno diz estar a fazer tudo para evitar um novo resgate." Do mito se fez facto.
Lendo a entrevista percebe-se que, ao dizer que "é a sua principal tarefa", Centeno referia-se à "estabilização da economia" e não ao segundo resgate, como, aliás, mais à frente fica totalmente esclarecido. "
O tema " resgate " por esta e por aquela forma " mantêm se em actualidade " para que os ouvidos se vão habituando .
Ontem o Público , certamente também por mera casualidade , entrevistou o ministro das finanças grego que na altura negociou o "resgate", em que este lembra que o BCE tem a chave do Reino pois dele depende a liquidez da banca e a Alemanha a palavra decisiva.
Também ontem Maria Luis Albuquerque em tom de sonsa foi entrevistada , por acaso , no " Negócios " tendo à pergunta sobre um eventual resgate respondido com um angelical : Eu não colocaria a questão dessa forma , mas acrescentando que o governo ainda está a tempo de mudar de rumo...
Hoje no" Espresso Curto " o tema regressa :
"O resgate. Qual resgate?
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Bom dia,
“O stress pós-traumático é uma perturbação por ansiedade causada por eventos muito stressantes, assustadores ou perturbadores.” A definição de stresse pós-traumático do Serviço Nacional de Saúde britânico serve, na perfeição, de preâmbulo para um dos temas que marcou o dia de ontem. Num país que viveu três resgates do FMI, que pouco cresce e onde a dívida pública está acima de 130% do PIB, é normal que o resgate seja um papão terrível. E ontem foi um fantasma que pairou sobre Maria Luis Albuquerque (a ex-ministra das Finanças) e Mário Centeno (o atual responsável da pasta).
Justiça lhes seja feita, a ‘culpa’ foi dos jornalistas que decidiram puxar o assunto. Vale pena ouvi-los em discurso direto (e em vídeo) no Negócios e na CNBC. O que surpreende, no entanto, é a forma diferente como Maria Luis Albuquerque e Mário Centeno lidam com o ‘trauma’. Enquanto Maria Luis diz, preto no branco, que “não colocaria a questão nesses termos”, Centeno admite que evitar um novo resgate é a sua “principal tarefa”. O que, para quem pretende afastar esse cenário, não parece uma estratégia muito adequada. Afinal, há risco ou não de um novo resgate? De quê? De um resgate. Ah, o resgate. Qual resgate?
Para se juntar à festa, a ARC Ratings – a antiga Companhia Portuguesa de Rating – manteve ontem Portugal um degrau acima de ‘lixo’ e reviu a perspetiva para negativa. A agência não tem o peso dos gigantes que marcam o ritmo dos mercados internacionais mas não deixa de ser um sinal. Sexta-feira fala uma das grandes – a Standard & Poor´s – que tem Portugal em ‘lixo’ com perspetiva estável. "
Como é evidente a campanha está em curso para que o golpe a ser dado pela DBRS sob a orientacão do BCE, a meados de Outubro apareça como a reacção natural , anódina e lógica dos mercados .
E a verificar-se , os que estão na programação do golpe ficarão na sombra e os comentadores de direita em hipocrisia solene dirão que foram repetidamente avisando, no puro estilo do Conselheiro Acácio .
Maria Luís Albuquerque , Cristas e Passos dirão com voz pesada e semblante carregado : depois de tantos esforços os portugueses não mereciam isto ....
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