O que aconteceu na Venezuela foi que os protofascistas do neoliberalismo apoiados
pelos EUA e pelo clã social-democrata desta UE falharam o golpe.
A sabotagem económica teve resposta firme do governo
bolivariano. O presidente Maduro em vez de se render radicalizou posições no
sentido da mobilização e esclarecimento populares, combateu a sabotagem
económica e aumentou o controlo sobre as redes de distribuição.
As manifestações da direita/extrema-direita que pretendiam
mais uma daquelas “revoluções laranja” fomentadas à força de dólares tinham
cada vez menos adeptos, descredibilizando-se pela violência, ódios instilados e
suas consequências. Pelo contrário a mobilização das forças populares foi
determinante atingindo uma dimensão e entusiasmo que fez calar a reação e frustrou
o seu objetivo de “tomar o palácio presidencial”.
A oposição aceitou então a proposta do governo de se sentar
à mesa das negociações e foi estabelecido um acordo.
Claro que face a isto os propagandistas da desinformação
tiveram de se calar. Falavam em “presos políticos”, mas agora a oposição
considera que apenas existem “pessoas presas”. Falavam que as deficiências do
abastecimento e o mercado negro eram um exemplo “da falência do socialismo” e dos
partidos “das prateleiras vazias”. Agora a oposição reconhece que existe uma
guerra económica e compromete-se a combater também a sabotagem da economia.
Os comentadores falaram no caos que o sector público tinha
lançado na distribuição. Agora a oposição aceita as políticas de cooperação
entre o sector público e privado na distribuição de bens.
Mas a direita aceita também a demissão de três dos seus
deputados eleitos fraudulentamente. As eleições vão ser repetidas numa província.
Lá ficaram os media sem os argumentos para a “ditadura bolivariana” mantida no
poder por “ações arbitrárias e fraudes”.
A legalidade constitucional venceu e com ela a Revolução.
Porém as contradições permanecem. A derrota nas eleições legislativas deveu-se
a fragilidades do processo revolucionário, como não ter estabelecido o controlo
público sobre os sectores estratégicos – distribuição por exemplo – concessões à
burguesia, corrupção e desvios nas próprias fileiras. A perda nas eleições parlamentares
deveu-se mais à abstenção do lado bolivariano do que a ganhos da direita. É
certo que camadas antes pobres foram também seduzidas pela propaganda da
direita do consumismo, da liberdade de escolha e da calúnia instituída como é sua
norma de estratégia .
O governo bolivariano ultrapassou esta luta porque soube ir
buscar energias revolucionárias onde de facto existem: ao povo.
1 comentário:
Wishful thinking.
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