Eletricidade: sobrecustos,
rendas e concorrência
Abel M Mateus
Presidente da AdC entre 3.2003 e 3.2008 Senior Fellow – University College London Investigador Principal - UCP
Abel M Mateus
Presidente da AdC entre 3.2003 e 3.2008 Senior Fellow – University College London Investigador Principal - UCP
Síntese
-
O papel da AdC durante o 1o mandato (2003-2008)
-
Construção de um sistema eletrico planificado sem concorrência nem
preocupação com os consumidores
-
Benchmarking
-
Quem beneficiou e quais os custos?
-
Sugestões para o futuro da política energética
9/10/2018 Comissão Inquerito Parlamentar Rendas Eletricidade 2
Papel da AdC
• Apesar das enormes limitações de recursos a AdC começou desde o seu lançamento a trabalhar no setor da energia
• Grande preocupação com a fusão EDP/ENI/GdP, que acabou por ser rejeitada pela Comissão Europeia
• Estudo da CEPA encomendado pela AdC chama a atenção que a conversão dos CAEs nos CMECs pode ser ainda mais prejudicial para os consumidores
• Apesar das enormes limitações de recursos a AdC começou desde o seu lançamento a trabalhar no setor da energia
• Grande preocupação com a fusão EDP/ENI/GdP, que acabou por ser rejeitada pela Comissão Europeia
• Estudo da CEPA encomendado pela AdC chama a atenção que a conversão dos CAEs nos CMECs pode ser ainda mais prejudicial para os consumidores
9/10/2018 Comissão Inquerito Parlamentar Rendas Eletricidade 3
-
A Autoridade tem um papel meramente de aconselhamento ao Governo (e
Parlamento) quando consultada
-
Foi consultada aquando do DL 240 que criou os CMECs em 2004, pelo
Ministro Carlos Tavares, tendo apresentado várias objeções ao Governo,
que não foram atendidas
• Voltou a ser consultada pelo Ministro Manuel Pinho, em início de 2005, tendo chamado a atenção para os elevados custos dos CMECs, elevados custos das eólicas (preço máximo de 75€/MWh contra 95, revelado pelos leilões) e para a ausência de concorrência no setor e apresentado propostas concretas para aumentar a concorrência e diminuir custos para o consumidor
Criação de um sistema eletrico planificado e de elevado custo para os
consumidores na segunda metade dos anos 1990
consumidores na segunda metade dos anos 1990
-
O início da privatização da EDP em 1997 transforma um quasi-monopólio
publico num quasi-monopólio privado, com posições dominantes em vários
mercados de geração de eletricidade (preocupação por maximização do
encaixe)
-
Governo estende em 1995 os CAEs que tinham sido atribuidos como PPAs
(financiamento projetos investimento) à Central do Pego e Tapada do
Outeiro, a toda a EDP, a investimentos já realizados e alguns já amortizados
(fragilidade legal desta medida baseada na Lei de Bases de 1995)
-
A EDP é incorporada no Sistema Vinculado, passa a haver
preços/rentabilidade garantidos a todo os grupos geradores, elimina-se a
concorrência em todos os mercados de geração
• E instalam-se os primeiros 1000 MW de potência eólica com preços de mais do dobro do custo marginal de longo prazo
9/10/2018 Comissão Inquerito Parlamentar Rendas Eletricidade 5
E esta elevada concentração mantém-se até à atualidade
Quando o HHI é superior a 2000 o Mercado levanta preocupações de concorrência
9/10/2018 Comissão Inquerito Parlamentar Rendas Eletricidade 6
-
Como já vários especialistas aqui demonstraram ( e o exemplo seguinte
comprova) um dos problemas mais graves foi a introdução de um elevado
nível de energias intermitentes (sobretudo eólica)
-
Multiplicada por remunerações demasiado elevadas da capacidade ociosa
(via CAEs/CMECs)
• Com tecnologias das renováveis imaturas (eólicas e solar) e de elevados custos, multiplicada por taxas de remuneração demasiado elevadas (sem leilões de preços)
9/10/2018 Comissão Inquerito Parlamentar Rendas Eletricidade 7
O elevado custo das externalidades das eólicas
• Assim, os benefícios – que não ultrapassariam os 200 a 300 Milhões de Euros - seriam largamente inferiores aos custos
• Imputando toda a redução de CO2 à introdução de renováveis, com a redução de 6,2 milhões toe na industria eletricidade, a um preço de 30€/t, temos um beneficio de 192€ milhões
• PORQUE É QUE EM PORTUGAL OS GRANDES PROJETOS CONTINUAM A NÃO SER OBJETO DE ANÁLISE CUIDADA DE BENEFÍCIOS E CUSTOS E ESCRUTINADOS PELO PARLAMENTO?
-
Suponhamos que o Governo apresentava ao Parlamento em 2005/6 o Projeto Eólicas, e quantificava os
custos e benefícios da produção de 6000 MW, com tarifas garantidas e acesso prioritário à rede (face a uma
potência de consumo de 4000 MW em horas de vazio)
-
O sobrecusto introduzido pelos parques eólicos, com o preço garantido de cerca de 90€/MWh e em relação
a um custo marginal de longo prazo do sistema existente de cerca de 40€/MWh era de cerca de 700 Milhões
Euros/ano (50€X14 TWh produzidos)
-
A este é necessário adicionar o acréscimo de custos fixos devido à redução da taxa de ocupação dos grupos
geradores e ao acréscimo de capacidade global para compensar a interrupção da produção eólica, que no
nosso exemplo é de cerca de 740 Milhões Euros/ano
-
No total, o sobercusto seria de 1 440 Milhões Euros/ano na geração de eletricidade
-
E quais os benefícios? A redução de emissões de carbono é reduzida pois as centrais marginais são movidas
a gás natural (só uma parte é carvão)
• Assim, os benefícios – que não ultrapassariam os 200 a 300 Milhões de Euros - seriam largamente inferiores aos custos
• Imputando toda a redução de CO2 à introdução de renováveis, com a redução de 6,2 milhões toe na industria eletricidade, a um preço de 30€/t, temos um beneficio de 192€ milhões
• PORQUE É QUE EM PORTUGAL OS GRANDES PROJETOS CONTINUAM A NÃO SER OBJETO DE ANÁLISE CUIDADA DE BENEFÍCIOS E CUSTOS E ESCRUTINADOS PELO PARLAMENTO?
9/10/2018 Comissão Inquerito Parlamentar Rendas Eletricidade 8
Cenário 1: Sem interrupção aleatória
|
||||||||||
Custos fixos totais
|
Custos variáveis totais
|
Pagamentos por unidade
|
||||||||
Taxa utilização
|
||||||||||
Fuel
|
3,500
|
100
|
3,500
|
504,000
|
140,000
|
184
|
||||
Gas natural
|
3,500
|
100
|
3,500
|
504,000
|
175,000
|
194
|
||||
Hidro
|
7,000
|
100
|
7,000
|
252,000
|
70,000
|
46
|
||||
Total
|
14,000
|
14,000
|
Total
|
1,260,000
|
385,000
|
118
|
||||
Capacidade em MW
|
TOTAL custos
|
1,645,000
|
ME
|
9/10/2018 Comissão Inquerito Parlamentar Rendas Eletricidade 9
A introdução de energias com interrupção requer:
Expansão capacidade produção total (52%)
Redução da taxa de ocupação global de geração (de 100 para 66%) Aumento do custo unitário da eletricidade (64%)
Pagamentos de capacidade ociosa (de 7 a 30%)
Expansão capacidade produção total (52%)
Redução da taxa de ocupação global de geração (de 100 para 66%) Aumento do custo unitário da eletricidade (64%)
Pagamentos de capacidade ociosa (de 7 a 30%)
Cenário 2: Com interrupção aleatória
|
|||||||||||
Custos fixos totais
|
Custos variáveis totais
|
Pagamentos por unidade
|
|||||||||
Taxa utilização
|
Acrescimo
|
||||||||||
Fuel
|
2,800
|
72
|
2,016
|
403,200
|
80,640
|
240
|
1.30
|
||||
Gas natural
|
5,500
|
91
|
5,005
|
792,000
|
250,250
|
208
|
1.07
|
||||
Hidro
|
7,000
|
74
|
5,180
|
252,000
|
51,800
|
59
|
1.27
|
||||
Eolicas
|
6,000
|
30
|
1,800
|
864,000
|
9,000
|
485
|
|||||
Total
|
21,300
|
14,001
|
Total
|
2,311,200
|
391,690
|
193
|
1.64
|
||||
TOTAL custos
|
2,702,890
|
ME
|
9/10/2018 Comissão Inquerito Parlamentar Rendas Eletricidade 10
Até as agências internacionais ignoram os custos de Sistema das
intermitentes!
-
Mesmo com a redução dos custos médios equivalentes (levalized) das
eólicas e solar, por causa dos custos de Sistema (externalidades), estas
ainda estão longe de ser competitivas
-
Evidentemente que, quando a proporção da geração intermitente é
reduzida, por exemplo menos de 10% do total da geração, os custos de
sistema também são baixos
-
Mas estes crescem “exponencialmente” com a proporção das eólicas e
solar
-
O custo total direto e indireto das eólicas é de 140 a 160 Euros por MWh e
não os 90 Euros reportado pela ERSE
-
Nenhuma das agências internacionais (IEA, IRENA) e mesmo bancos de
desenvolvimento (BERD, WB) calcula e chama a atenção para estes custos
de sistema
9/10/2018 Comissão Inquerito Parlamentar Rendas Eletricidade 11
O “monstro” que se criou
-
As políticas do setor eletrico entre 1996 e 2011 criaram um dos sistemas de maior
sobrecusto pago pelo consumidor e de rendas excessivas da UE, sem paralelo a
qualquer outro setor de atividade
-
Criaram um simulacro de “mercado”, totalmente comandado, com preços,
margens e até lucros totais garantidos aos geradores de eletricidade
-
Eliminaram a concorrência entre operadores, fecharam o “Mercado” a novos
operadores, violaram a neutralidade tecnológica e atrasaram a inovação
-
Levaram os operadores a introduzir tecnologias que não estavam ainda
“maduras”, com elevados custos afundados para os consumidores
-
Causando custos finais para a economia de cerca do dobro do custo mínimo e
eficiente, o que representou não só uma perda de bem-estar económico mas do
PIB potencial da economia, distorcendo a sua competitividade
9/10/2018 Comissão Inquerito Parlamentar Rendas Eletricidade 12
Custos Totais Subsidiação Eletricidade
CIEGs
PRE
Outras
Eolicas
CMECs
CAEs
Restantes
Divida Tarifária
Fonte: ERSE
Em Milhões de Euros
(2006-2018)
22,610
12,140
6,847
5,293
2,895
1,575
6,000
4,482
3,000
2,500
2,000
1,500
1,000
500
2,500
2,000
1,500
1,000
500
Rest antes
CAEs
CMECs
Rest renova Eolicas
Rest renova Eolicas
Subsidios ao Setor Eletrico (Milhões Euros)
0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
-500
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
-500
2,800 inef
2,500 exce
Soma simples, a preços correntes
De 2006 a 2018 os consumidores pagaram 22,6 mil milhões de Euros de subsídios à geração de eletricidade
Sendo quase metade da Produção em Regime Especial
De 2006 a 2018 os consumidores pagaram 22,6 mil milhões de Euros de subsídios à geração de eletricidade
Sendo quase metade da Produção em Regime Especial
9/10/2018 Comissão Inquerito Parlamentar Rendas Eletricidade 13
t
s
Subsídios por MWh médios 2006-2018
|
|
€/MWh
|
|
Custos associados à produção eletricidade
|
|
Sobrecusto-diferencial pago
|
|
Produção em Regime Especial
|
61.0
|
Eólicas
|
47.8
|
Cogeração FENR
|
58.1
|
Cogeração FER
|
53.3
|
Hidrica
|
48.8
|
Solar
|
274.6
|
CMECs
|
22.3
|
CAEs
|
33.6
|
Garantia investimento
|
8.1
|
Reserva segurança
|
2.0
|
Subsidio médio total energia
|
41.3
|
Memo:
|
|
Preço medio pago às Eolicas
|
93.1
|
Preço medio (aquisição CUR)
|
52.5
|
Fonte: ERSE. Tarifas e Preços
|
Não há racionalidade nestes subsídios:
Subsidiam-se as renováveis, mas também
se subsidia a energia fossil (incluindo carvão)
Sistema suscetível de manipulação pelos operadores para maximizarem o recebimento de subsídios
Ao preço de aquisição da eletricidade de 52,5 €/MWh da EDP-Ultimo Recurso acrescem 41,3 €/MWh
de custos com CAEs/CMECs e subsídios à PRE
se subsidia a energia fossil (incluindo carvão)
Sistema suscetível de manipulação pelos operadores para maximizarem o recebimento de subsídios
Ao preço de aquisição da eletricidade de 52,5 €/MWh da EDP-Ultimo Recurso acrescem 41,3 €/MWh
de custos com CAEs/CMECs e subsídios à PRE
9/10/2018 Comissão Inquerito Parlamentar Rendas Eletricidade 14
SUMMARY OUTPUT
Regression Statistics
Multiple R
R Square
Adjusted R Square
Standard Error
Observations
ANOVA
0.898474
0.807255
0.768706
121.2712
19
Regression
Residual
Total
df
3
15
18
SS
923918.2
220600.6
1144519
MS
307972.7
14706.7
FS
20.94097
ignificance F
1.28E-05
Intercept
Preço Petroleo
Prod eolica
Grau hidraulicidade
CoefficienStst
-478.514
4.277763
29.74783
0.349817
andard Err
146.3774
1.930325
8.039187
0.129314
r tStat
-3.26904
2.216085
3.700353
2.705178
P-value
0.005177
0.042567
0.002138
0.016289
Lower 95%
-790.51
0.163373
12.61271
0.074191
Upper 95%L
-166.518
8.392153
46.88295
0.625443
ower 95.0U
-790.51
0.163373
12.61271
0.074191
-166.518
8.392153
46.88295
0.625443
o %pper 95.0%
9/10/2018 Comissão Inquerito Parlamentar Rendas Eletricidade
15
A quase totalidade dos pagamentos dos CMECs/CAEs é explicada por três fatores:
Preço do petróleo, produção eólica e variação da hidraulicidade
800
700
600
500
400
300
200
100
700
600
500
400
300
200
100
CMEC/CAE
Preço petroleo
Prod eolica
Indice Hidraulico
Os CAES/CM ECS e os fatores explicativos
0
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
9/10/2018 Comissão Inquerito Parlamentar Rendas Eletricidade 16
Fonte: ERSE, Tarifas e Preços
9/10/2018
Comissão Inquerito Parlamentar Rendas Eletricidade
17
Felizmente, os sobrecustos irão diminuir a partir de 2018
Se não se repetirem os erros que se cometeram
Mas esta projeção apenas respeita a parte dos custos
Mas esta projeção apenas respeita a parte dos custos
Benchmarking
-
O maior mercado integrado dos EUA, no Nordeste do país, o PMJ, com mais de
150 milhões de clientes, tem hoje preços nos mercados grossistas de 16€/MWh
(20 USD/MWh)
-
A média dos preços a retalho nos EUA é de cerca de metade da média na UE, em
2017: 10,8c€/kWh contra 20,5c€/kWh, incluindo todos os impostos e taxas
-
O preço médio da eletricidade a retalho, sem impostos nem sobrecustos, em
2017, foi de 9,6c€/kWh em Portugal, contra 10,1 na UE (Lituania, Hungria,
Bulgaria, Romenia e Eslováquia com valores inferiors a 8 e máximo de 13,7 para
Espanha, e 14,7 para Irlanda)
• Portanto Portugal tem condições para ser um mercado eficiente
-
Porém, com todos os impostos e sobrecustos, em 2017, o preço a retalho em
Portugal foi de 18,3c€/kWh, acima da média na UE com 17,2 (mínimos da
Bulgaria 9,4 e Hungria 10,3 e máximos de Alemanha 25,2 e Dinamarca 28,4)
-
E em PPP, Portugal tem o preço mais elevado 23c€/kWh, a seguir à Alemanha
(23,7) – mas incluindo a divida tarifária seria cerca de 25c€, que é o preço mais
elevado. Os mínimos são dos países nórdicos: Finlândia 9,8 e Suécia 10,9
9/10/2018 Comissão Inquerito Parlamentar Rendas Eletricidade 18
Quem beneficiou das rendas excessivas?
• No caso da PRE, na qual a maior parte foi para as eólicas e cogeração, foram as empresas detentoras dos grupos geradores que beneficiaram à custa dos subsídios pagos pelos consumidores
• Mas uma parte significativa são subsídios à capacidade ociosa para compensar as energias com interrupção
• No caso dos CMECs foi a EDP que beneficiou dos subsídios, mas
• Até 2004 uma grande parte dos CAEs foi apropriada pelo Estado através das
receitas das privatizações (hipótese do mercado de capitais eficiente)
• Depois de 2004, como a quota do Estado era inferior a 25%, apenas uma parte foi transferida para o Estado, tendo as mais valias, por transferência de riscos da EDP para os consumidores, beneficiado em grande parte os acionistas privados
• No caso da PRE, na qual a maior parte foi para as eólicas e cogeração, foram as empresas detentoras dos grupos geradores que beneficiaram à custa dos subsídios pagos pelos consumidores
• Mas uma parte significativa são subsídios à capacidade ociosa para compensar as energias com interrupção
• No caso dos CMECs foi a EDP que beneficiou dos subsídios, mas
• Até 2004 uma grande parte dos CAEs foi apropriada pelo Estado através das
receitas das privatizações (hipótese do mercado de capitais eficiente)
• Depois de 2004, como a quota do Estado era inferior a 25%, apenas uma parte foi transferida para o Estado, tendo as mais valias, por transferência de riscos da EDP para os consumidores, beneficiado em grande parte os acionistas privados
9/10/2018
Comissão Inquerito Parlamentar Rendas Eletricidade 19
Estimativas da CEPA
Estimativa
das
Rendas
Excessivas
Como se compara com os sobrecustos da ERSE? Aqui temos valor atualizado para 2006; aqui usa-se o custo do capital médio
que incorpora equity risk e risco país; problema: não faz simulação geral do sistema
Fonte: Governo de Portugal, SEE, Rents in the Electricity Generation Sector, 31.1.2012
Fonte: Governo de Portugal, SEE, Rents in the Electricity Generation Sector, 31.1.2012
9/10/2018 Comissão Inquerito Parlamentar Rendas Eletricidade 20
9/10/2018 Comissão Inquerito Parlamentar Rendas Eletricidade Fonte: CEPA (2000-2010) 21
Estimativa autor outros anos
URGENTE: Um novo Plano Energético
-
É essencial congregar os recursos científicos e institucionais para elaborar
um Plano Energético para o País para 2020-2040
-
Propomos os seguintes objetivos: (i) construir um sistema eficiente ao
menor custo possível para o utilizador, (ii) assegurar a segurança no
abastecimento, (iii) assegurar o acesso à energia em condições justas a
toda a população, (iv) assegurar uma justa contribuição do País para as
emissões de carbono e outras, e (iv) contribuir para a integração no
Mercado Único Europeu.
-
Este plano deve propor uma reforma dos impostos e subsídios explicitos e
implicitos de forma a racionalizar o Sistema, tomar em conta a evolução
tecnológica futura e assegurar o equilibrio entre uma concorrência e
regulação efetivas
9/10/2018 Comissão Inquerito Parlamentar Rendas Eletricidade 22
Algumas sugestões para políticas energéticas futuras
• Para termos um Mercado concorrencial tem que haver maior diversidade de operadores com quotas semelhantes de Mercado a disputarem fornecimento de eletricidade na margem, ao longo da curva de procura diária. Estará o Governo disposto a reduzir o poder de mercado do operador dominante?
• Moratórias de investimento.
• Leilões virtuais de capacidade
• Enquanto não se reduzir para valores mais razoáveis a proporção da energia intermitente teremos de continuar a suportar elevados custos de Sistema. Como internalizar estes custos?
• É preocupante a perda de bem-estar e de crescimento potencial da privatização de uma empresa em posição dominante: a saída para o Exterior das “rendas excessivas”
• Tribunal de Contas: noutros países que "protegem claramente os seus ativos estratégicos". [o Estado deveria impor] limites às compras de privados vindos de fora da União Europeia. 1/
• 1/ Auditoria do Tribunal de Contas à reprivatização da EDP e REN (2014)
9/10/2018 Comissão Inquerito Parlamentar Rendas Eletricidade 23
• Para termos um Mercado concorrencial tem que haver maior diversidade de operadores com quotas semelhantes de Mercado a disputarem fornecimento de eletricidade na margem, ao longo da curva de procura diária. Estará o Governo disposto a reduzir o poder de mercado do operador dominante?
• Moratórias de investimento.
• Leilões virtuais de capacidade
• Enquanto não se reduzir para valores mais razoáveis a proporção da energia intermitente teremos de continuar a suportar elevados custos de Sistema. Como internalizar estes custos?
• É preocupante a perda de bem-estar e de crescimento potencial da privatização de uma empresa em posição dominante: a saída para o Exterior das “rendas excessivas”
• Tribunal de Contas: noutros países que "protegem claramente os seus ativos estratégicos". [o Estado deveria impor] limites às compras de privados vindos de fora da União Europeia. 1/
• 1/ Auditoria do Tribunal de Contas à reprivatização da EDP e REN (2014)
9/10/2018 Comissão Inquerito Parlamentar Rendas Eletricidade 23
Algumas sugestões para políticas energéticas futuras
• Construção do Mercado Único da Eletricidade: por exemplo, aumentar a interligação com a Espanha e Europa (França)
• Construção do Mercado Único da Eletricidade: por exemplo, aumentar a interligação com a Espanha e Europa (França)
-
Introdução do princípio de neutralidade tecnológica
-
Alteração do sistema de apoio às renováveis para minimizer o custo
de produção de longo prazo: Leilões e Contratos por Diferenças
-
Políticas em vias de aplicação:
• A introdução e generalização da “tarifa social” vai criar outra enorme distorção no Mercado, pela diferenciação que introduz nas tarifas. Há métodos menos distorcionários para ajuda às famílias mais necessitadas
• A redução do IVA não tem qualquer efeito sobre as rendas e estruturas de mercado atuais (já temos um gap do IVA elevado)
9/10/2018 Comissão Inquerito Parlamentar Rendas Eletricidade 24
Quando se irá reduzir o esforço de subsidiação dos portugueses?
-
No setor bancário os contribuintes já foram e serão chamados a contribuir com cerca de
25 MME
-
No setor elétrico os consumidores já suportaram um sobrecusto de cerca de 23 MME
-
Só estes dois setores já custaram cerca de 30% do rendimento dos portugueses nos
últimos anos!
-
E se juntarmos as PPPs rodoviárias temos mais um sobrecusto de cerca de 5 a 7 MME
-
Estes sobrecustos tiveram e continuam a ter um impacto considerável na redução da taxa
de crescimento potencial do PIB português e na redução do bem-estar dos
consumidores!
-
Até quando? É este o desafio que Vós como representantes dos portugueses tendes pela
frente
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