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28 de outubro de 2019

O silêncio cúmplice do jornalismo sobre Julian Assange

Cúmplice e criminoso, pois Julian está sendo sujeito a tortura física e psicológica no Reino Unido. O jornalismo que faz o papel de virgem ofendida na sua honra, logo que,mesmo factualmente, a sua parcialidade e independência é posta em causa; que faz birra e amua se não pode escamotear um direito de resposta, mesmo obrigado pata seráfica Entidade Reguladora para a Comunicação Social, ignora totalmente o escandaloso caso contra Assange.
O silêncio cúmplice ou a verborreia colaboracionista dos media, a ausência de posição mesmo de sindicatos de jornalistas na UE. Tudo o que se passou e passa é algo absolutamente inadmissível em qualquer país civilizado.
Julian Assange não é culpado de nenhum crime. Nenhuma acusação foi realizada contra ele. Julian Assange é um prisioneiro político. A sequência dos processos contra ele mostra a dificuldade de Estados que pretendem ser de Direito e pautar-se pela independência dos tribunais têm para conviver com o imperialismo, e vice -versa.
O objetivo, desde o caso sueco, é extraditá-lo para os EUA, onde será acusado de colaboração com o terrorismo e condena-lo a prisão na prática perpétua e fazê-lo morrer no cárcere.
O caso Julian Assange evidencia a própria decadência de UE quanto a valores democráticos, da própria justiça, liberdades e garantias, tão apregoadas quando se trata de defender os interesses do capital. Mostra como a submissão ao imperialismo é como um vírus que destrói a soberania e o direito internacional, envolvendo países antes apresentados como referências do Estado de direito democrático, transformando-os em vassalos ao serviço de uma ordem iníqua.
Desde uma suposta agressão sexual arquivada na Suécia, depois retomada por outro procurador para não o deixar sair de Inglaterra, Assange foi submetido a detenções ilegais e politizadas desde 2010, sem culpa formada, em prisão solitária de alta segurança britânica, residência vigiada e desde 2012 na embaixada do Equador em Londres, donde foi retirado à força pela polícia com invasão permitida pelo Equador do seu território diplomático, a troco de dinheiro do FMI para o traidor Moreno do Equador, agora a braços com total perda de prestígio e massiva contestação popular.
A recente sessão num tribunal inglês (Westminster) assemelha-se às dos Tribunais Plenários da PIDE. Tal como então o juiz (aqui uma juíza) recebia ordens da acusação, recusava-se a ouvir a defesa, nem sequer tentava justificar as suas decisões, mais escandaloso ainda, a acusação recebia ordens diretas de funcionários dos EUA no tribunal. Na realidade, este processo transcende em muito Julian, é a forma de mostrar que os jornalistas e editores têm pressionar a autocensura sobre o que dizem das políticas a ações do imperialismo. (1) Assim vai o mundo do capital.
 
1 - Julian Assange pode não viver até o final do processo de extradição
Ver também: Declaração do Comité WikiJustice Julian Assange
O poder contra a informação: Os casos de extradição de Pinochet e de Assange
“As acusações suecas”. Contestação de Julian Assange em 14/15 novembro de 2016

 

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