Na entrevista a Rui Rio o entrevistador , parente de Dias Loureiro , procurou difundir implicitamente a ideia de que o que conta é saber quem é o partido vencedor das eleições , uma variante dos candidatos a primeiro ministro , na indução da bipolarização , da bipartidarização.
Ora o que conta , não havendo maiorias absolutas , são as maiorias que se podem formar , como se viu no primeiro governo da geringonça . Quem "ganhou as eleições " foi o PSD que ficou à frente do PS, mas foi este partido que formou governo porque na Asssembleia da Republica se formou um maioria à esquerda e a múmia do Cavaco Silva foi constitucionalmente obrigado a dar-lhe posse. O mesmo se passou mais recentemente nos Açores.
Na Alemanha o SPD partido mais votado , mas sem maioria absoluta, conseguiu formar uma maioria no Parlamento depois de largas semanas de negociações, mas o Partido de Merkell disse claramente que tentaria encontrar uma maioria se o SPD falhasse . Por isso o SPD teve de negociar e só agora formou governo
A mistificação do "partido vencedor " visa criar a ideia do "voto útil " . No estilo , vamos votar no PS para o PSD não ganhar as eleições. ocultado que todos os votos à esquerda contam para derrotar a direita e que os votos no partido mais consequente são determinantes para se ter uma política efectivamente de esquerda .
Quanto mais o PS precisar dos votos dos partidos à sua esquerda maior é a pressão e a garantia para se ter uma política ao serviço do País e não ao serviço dos grandes interesses e das negociatas que é invariavelmente a política do Bloco Central.
O segundo governo PS como já foi formado com o PS reforçado nas eleições embora sem a maioria absoluta já se traduziu por parte deste partido numa muito maior intransigência e arrogancia . E quando viu que poderia aspirar a uma maioria absoluta esticou a corada da intransigência fazendo se de vitima . Com o apoio da comunicação social esta ideia fez caminho , mas com o avançar do tempo ficou mais claro quem é que tudo fez para que se chegasse a um acordo mínimo e quem se colocou na postura : não cedemos um milímetro se eles romperem pagarão a factura pois ficarão com as culpas.
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