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16 de dezembro de 2021

As mistificações e manipulações

 Na entrevista a Rui Rio o entrevistador , parente de Dias Loureiro , procurou difundir  implicitamente a ideia de que o que conta  é saber quem é o  partido vencedor das eleições , uma variante dos candidatos a primeiro ministro , na indução da bipolarização , da bipartidarização.

Ora o que conta , não havendo maiorias absolutas , são as maiorias que se podem formar , como se viu no primeiro governo da geringonça . Quem "ganhou as eleições " foi o PSD que ficou à frente do PS, mas   foi este partido que formou governo  porque na Asssembleia da Republica se formou um maioria à esquerda e a múmia do Cavaco Silva foi  constitucionalmente obrigado a dar-lhe posse. O mesmo se passou mais recentemente nos Açores. 

 Na Alemanha o SPD partido mais votado , mas sem maioria absoluta,  conseguiu formar uma maioria no Parlamento depois de largas semanas de negociações, mas o Partido de Merkell disse claramente que tentaria encontrar uma maioria se o SPD falhasse  . Por isso o SPD teve de negociar e só agora formou governo

A mistificação do "partido vencedor " visa criar a ideia do  "voto útil " . No estilo , vamos votar no PS para o PSD não ganhar as eleições. ocultado que todos os votos à esquerda contam para derrotar a direita e que os votos no partido mais consequente são determinantes para se ter uma política efectivamente de esquerda . 

Quanto mais o PS precisar dos votos dos partidos à sua esquerda maior é a  pressão e a garantia  para se ter uma política ao serviço do País e não ao serviço dos grandes interesses e das negociatas que é invariavelmente a política do Bloco Central.

O segundo governo PS como já foi formado com o PS  reforçado nas eleições embora sem a maioria absoluta já se traduziu por parte deste partido numa muito maior intransigência e  arrogancia . E quando viu que poderia aspirar a uma maioria absoluta esticou a corada da intransigência fazendo se de vitima  . Com o apoio da comunicação social esta ideia fez caminho , mas com o avançar do tempo ficou mais claro quem é que tudo fez para que se chegasse a um acordo mínimo e quem se colocou na postura : não cedemos um milímetro se eles romperem pagarão a factura pois ficarão com as culpas.


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