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9 de junho de 2011

Chamem-lhe um pífaro

Tradução de artigo anterior

As fórmulas: Renegociar não! Reprofilage Sim!
Já reprofilaste a tua dívida hoje???? Só com humor se pode ler estes senhores
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Dívida grega : o mercado fala de uma «iniciativa de Viena»
Empurrar os bancos europeus a manterem a sua exposição às obrigações gregas. Este cenário que circula no mercado evitaria uma reestruturação nos próximos anos. Foi feito um teste em 2010.

Escrito por Isabelle COUET
Jornalista

Multiplicam-se as chamadas de precaução contra uma reestruturação da dívida grega

«Iniciativa de Viena». Isto soa a nome de código, é com efeito um termo conhecido dos especialistas da dívida. Esta iniciativa, que permitiu evitar a fuga de capitais na Europa central em 2009, consiste a pedir aos credores de um país em dificuldade a não reduzirem a sua exposição à dívida durante algum tempo.

Segundo os observadores dos mercados, é esta a solução que se discute activamente nestas últimas semanas no seio da União Europeia, para tentar resolver o problema grego.

Na Sexta-feira, 27 de Maio na Cimeira do G8, Nicolas Sarkozy afastou aliás a ideia de uma reestruturação da dívida invocando a possibilidade de o sector privado assumir parte do fardo. Na véspera, José Manuel Gonzales Paramo do Banco Central Europeu (BCE) disse claramente em público: «Esta é uma iniciativa positiva porque implicaria o sector privado no refinanciamento da Grécia».

Essa possibilidade foi mencionada mais cedo neste mês por Olli Rehn, o comissário europeu para os assuntos económicos, e figura nos termos do Mecanismo Europeu de Estabilidade (ESM), que deve ver a luz do dia em 2013.

Uma «iniciativa» virá em complemento de uma nova ajuda à Grécia

Segundo toda a verosimilhança, os intervenientes do mercado pensam que não será uma medida exclusiva. Esta «iniciativa» virá sem dúvida em complemento de uma nova ajuda à Grécia (estimada em 60 mil milhões de euros para cobrir os vencimentos obrigacionistas de 2012-2013) e de um engajamento reforçado de Atenas em matéria de privatizações e do aumento das receitas fiscais.

«Os europeus finalmente compreenderam que o cenário idílico segundo o qual a Grécia se safará sem medidas suplementares não é sustentável», afirma Gilles Moec, do Deutsche Bank. «Neste estádio, se se exclui o cenário de uma reestruturação dura, que espante duas possibilidades – não exclusivas uma da outra – desenha-se: um rolamento voluntário das posições dos investidores quando os títulos que detêm atingirem a maturidade e uma “reprofilagem” da dívida, que consiste a alongar a maturidade das obrigações gregas em circulação.”

A primeira opção significa que os investidores deverão reinvestir em títulos gregos os reembolsos que recebem no fim do prazo. «É a solução que cria menos problemas jurídicos: não há o desencadeamento de CDS («credit default swaps») porque isso não é um evento de crédito, trata-se de um gesto voluntário dos credores», sublinha Gilles Moec. Sobre isto a equipa da Axiom Alternative Investments vinca que «a reestruturação forçada, desencadearia os CDS, o que faria recompensar os especuladores.» Com efeito, os detentores de «credit default swaps» são indemnizados em caso de incidente de crédito .«É um cenário vilipendiado pelos dirigentes e reguladores», relembra Axiom.

Oferecer incitamentos aos bancos ?
Várias fontes do mercado indicam que uma «iniciativa de Viena» já foi testada na zona euro no seguimento do plano de resgate da Grécia e do lançamento do programa de compra de títulos gregos pelo BCE: os estabelecimentos bancários alemães e franceses foram empurrados a não venderem as suas obrigações helénicas. O sucesso da operação não foi flagrante.

Como vão as autoridades por conseguinte incitar os bancos a renovar as suas posições sobre a dívida grega? «Fazendo-os implicitamente compreender que não haverá reestruturação dura», sugere Jean-François Robin, da Natixis.

A equipa da Société Générale estima que é também possível oferecer incitações aos bancos, através de garantias parciais, ou uma mecânica do tipo «Brady bonds» (lançados para reestruturar as dívidas latino-americanas no final dos anos 80). «Ser indulgente em matéria de contabilidade, por exemplo não impondo uma valorização ao preço do mercado, poda também ajudar.» Nos corredores, as negociações começaram sem dúvida.

ISABELLE COUET

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