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12 de setembro de 2018

Lewis Eisenberg era o presidente do Porto de New York que vendeu o World Trade Center precisamente antes dos atentados do 11de Setembro a fim de que eles podessem ser organizados aí. Hoje, é o Embaixador dos Estadis Unidos em Roma, e transforma a peninsula num arsenal USA.
No dia 8 de Agosto de 2018 fez escala no porto de Livorno, o navio Liberty Passion (Paixão pela Liberdade) e no dia 2 de Setembro, o Liberty Promise (Promessa de Liberdade), que serão secundados, no dia 9 de Outubro, pelo Liberty Pride(Orgulho da Liberdade). Os três navios regressarão a Livorno, sucessivamente, nos dias 10 de Novembro, 15 de Dezembro e 12 de Janeiro de 2019. São navios Ro-Ro enormes, com 200 metros de comprimento e 12 pontes, cada um capaz de transportar 6500 automóveis. Mas eles não carregam carros, mas tanques. Fazem parte de uma frota norte-americana de 63 navios pertencentes a empresas privadas que, por conta do Pentágono, transportam armas continuamente num circuito mundial entre os portos dos EUA, do Mediterrâneo, do Médio Oriente e da Ásia. A escala principal do Mediterrâneo é Livorno, porque o seu porto está ligado à base americana limítrofe de Camp Darby.
Qual é a importância da base foi recordado pelo coronel Erik Berdy, comandante da guarnição do Exército dos EUA em Itália, numa visita recente ao jornal "La Nazione" em Florença. A base logística, situada entre Pisa e Livorno, é o maior arsenal dos EUA fora da pátria. O coronel não especificou o conteúdo dos 125 bunkers em Camp Darby. Pode ser estimado em mais de um milhão de projécteis de artilharia, bombas para aviões e mísseis, além de milhares de tanques, veículos e outros materiais militares. Não pode ser descartado que, no futuro, nessa base estiveram, estão ou podem ter estado bombas nucleares.
Camp Darby - sublinhou o coronel - desempenha um papel fundamental, reabastecendo as forças terrestres e as áreas dos EUA num espaço de tempo muito mais curto do que seria necessário se elas fossem abastecidas directamente pelos USA. A base forneceu a maioria das armas para as guerras contra o Iraque, Jugoslávia, Líbia e Afeganistão. Desde Março de 2017, com os grandes navios que param mensalmente em Livorno, as armas de Camp Darby são constantemente transportadas para os portos de Aqaba na Jordânia, Jeddah na Arábia Saudita e outros portos do Médio Oriente para serem usados pelas forças americanas e pelas forças aliadas nas guerras na Síria, no Iraque e no Iémen.
Na sua viagem inaugural, o Liberty Passiondesembarcou 250 veículos militares e outros materiais em Aqaba, em Abril de 2017. Entre as armas que são transportadas por mar todos os meses, de Camp Darby a Gedda, certamente há também bombas americanas para aviões que a aviação saudita emprega (como evidenciado por provas fotográficas) para matar civis no Iémen. Há também sérios indícios de que, na ligação mensal entre Livorno e Gedda, os grandes navios também transportam bombas aéreas fornecidas pela RWM Itália (Radioactive Waste Management) de Domusnovas (Sardenha), à Arábia Saudita para a guerra no Iémen.
Como resultado do aumento do trânsito de armas de Camp Darby, a ligação por canal e estrada, da base com o porto de Livorno e o aeroporto de Pisa, já não é suficiente. Uma reorganização maciça da infraestrutura foi decidida (confirmada pelo Coronel Berdy), incluindo uma via férrea nova. O plano envolve o abate de 1.000 árvores numa área protegida, mas já foi aprovado pelas autoridades italianas. Tudo isto não basta. O Presidente do Conselho Regional da Toscana, Giani (Pd), ao receber o coronel Berdy, prometeu “promover a integração entre a base militar dos EUA de Camp Darby e a comunidade que a circunda”. Posição substancialmente partilhada pelo prefeito de Pisa, Conti (Lega) e de Livorno, Nogarin (M5S). Este último, recebendo o coronel Berdy e depois o Embaixador americano Eisenberg, içou a bandeira de estrelas e riscas, na Câmara Municipal.

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