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5 de março de 2022

Opiniões fora da caixa do terrorismo informativo

1- Contra a escalada na guerra.

Nas nossas sociedades há uma geração que desconhece a barbárie que foi a 2ª Grande Guerra, Hiroshima e Nagasaki. Desconhece, no sentido de que 'conhecimento' é muito mais complexo e global do que 'informação'. 

É essa geração que hoje está receptiva a uma escalada na guerra, justificada pela retórica da "defesa da democracia", uma verborreia hipócrita que sai da boca de lideranças políticas que fazem negócios com a cleptocracia de Putin (Alemanha e outros) e com os corruptos de Kiev (família de Biden).

Está na hora de levantar a voz contra os que na política e nos media começam a convocar para a guerra dizendo que é preciso não deixar os ucranianos sozinhos (depois de os terem incitado a ser intransigentes na questão da pertença à NATO). Neste plano, é deplorável, além de ridículo, que António Costa se ponha em bicos de pés fazendo declarações desafiadoras da Rússia a propósito da Finlândia e da Suécia. Nisto, estou com Viriato Soromenho-Marques: Jorge Bateira

 <<Desde a crise dos mísseis de Cuba que nunca estivemos tão perto de uma situação em que um desaire, um erro de análise, uma ferida narcísica perante a perspectiva de uma derrota convencional, possa fazer descarrilar o conflito para o patamar nuclear. Mais do que nunca é preciso que a lucidez prudente prevaleça sobre a precipitação e o ressentimento.>>
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2-Até a Raquel Varela que morre de amores pelo PC como se sabe!!! escreveu isto que seria de dedicar aos verdes do sistema:  " Os tambores de guerra tocam e a loucura militarista na Europa começou. Houve condenação do PCP mas nem leram a resolução. Aqui fica um excerto da resolução que o PCP votou contra, felizmente, e o BE e o PS a favor - o BE com a desculpa de que só votou parte. Ser contra Putin de forma inequívoca não nos pode levar para o colo da economia de guerra da NATO, com a Alemanha a remilitarizar-se. Nunca apoiei o PCP, mas é evidente que só podia votar contra, esta resolução é um grito de guerra e não de paz. Porque defende a militarização da Europa e sob a bandeira da NATO - um completo desastre. Vi Rui Tavares defender a invasão da Líbia, e agora o BE - que nasceu anti militarista - votar isto. 

Uma nota de humor negro - a resolução aprovada que defende a NATO pede “uma avaliação do impacto ambiental da guerra “. No fundo - um grito de “europeus trabalhadores (que filhos de políticos não vão para o exército ) morram sob a bandeira da NATO…mas sejam vegans”. Vamos fabricar armas de destruição mas utilizando energias “verdes”. É o colapso moral da esquerda que votou esta resolução. Espero que sejam coerentes e mandem os vossos filhos para o exército e deixem os trabalhadores vivos a lutar contra a guerra e seus governos. 

Perguntam-me: que deve exigir quem é de esquerda e humanista? Fim da invasão russa, fim da NATO, autodeterminação dos povos. Três pontos mínimos de um roteiro de paz. 

Tradução de excerto da resolução 2022/2564(RSP) no Parlamento Europeu, com os votos, segundo a imprensa, dos deputados do Bloco de Esquerda e do PS e naturalmente da direita:

"(...) 24. lembra que a NATO constitui o fundamento da defesa colectiva dos Estados membros que são aliados da NATO; congratula-se pela unidade entre a União Europeia, a NATO e outros parceiros democráticos que partilham os mesmos valores face à agressão russa, mas salienta a necessidade de reforçar o seu dispositivo de dissuasão colectiva, a sua preparação e resiliência; anima ao reforço da presença avançada reforçada da NATO nos Estados membros geograficamente mais próximos do agressor russo e do conflito; põe a tónica nas cláusulas de ajuda mútua e de solidariedade da União e reclama o lançamento de exercício militares comuns;
25. salienta que este ataque requer que a União e a NATO se preparem para todas as possibilidades; congratula-se, neste aspecto, pela activação dos planos de defesa da NATO, bem como pela activação das forças de reacção da NATO e sua mobilização parcial, acrescendo à mobilização de tropas provenientes dos aliados da NATO, incluindo o Reino Unido, os Estados Unidos e o Canadá, a fim de reforçar o flanco oriental e dissuadir novas agressões russas; pede uma vez mais aos Estados membros que aumentem as suas despesas em matéria de defesa, garantam a existência de capacidades mais eficazes e tirem todo o partido dos esforços conjuntos de defesa no âmbito europeu, nomeadamente a cooperação estruturada permanente (CSP) e o Fundo Europeu de Defesa, de modo a reforçar o pilar europeu no âmbito da NATO, o que aumentará a segurança dos países da NATO, como a dos Estados membros; (...) 
O “Parlamento Europeu" pede "às instituições da União que avaliem o impacto ambiental da guerra na região". (ponto 50). “
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3 - Sugere se também a leitura de o artigo de opinião de  Carmo Afonso ,ontem no Público

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