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16 de dezembro de 2016

Alepo - a hipocrisia na UE não tem limites? (I)

A tomada de Alepo pelas forças Sírias representa uma severa derrota para a NATO, a juntar-se a outras. A capacidade desta organização para criar estados falhados (como a Ucrânia, etc.) é impressionante. Ressabiados com a derrota, a propaganda oficial exibe uma vergonhosa campanha de calúnias nos noticiários.  A manipulação de imagens e deturpação dos factos torna-se um insulto à inteligência crítica de quem vê (para os que a têm). Está na linha das provas que Colin Powell apresentou na ONU contra o Iraque.
A Merkel apareceu com o seu rafeiro Hollande pela trela, a proclamar a necessidade de intervenção em Alepo em nome dos “direitos humanos”. Vamos então recordar algo sobre esses direitos de que o imperialismo só se lembra quando está a perder.
A decisão de fazer a guerra à Síria foi tomada por George W Bush numa reunião em Camp David em 15.setembro.2001. Em 2004 a Síria era acusada pelos EUA de possuir armas de destruição maciça (que falta de imaginação!). Em 2005 o assassinato do político libanês Rafik Hariri foi atribuído a ordens de el-Assad e criado um tribunal excecional para o julgar. O caso não avançou perante a evidência da falsidade das acusações.
Em 2006 os EUA criaram o Syria Democracy Program para financiar grupos de oposição pró-ocidental. Em 2007 Israel atacou a Síria. Em 2008 numa reunião do Grupo de Bilderberg foram expostas as vantagens económicas, políticas e militares duma intervenção da NATO na Síria.
Grupos extremistas religiosos financiados pela Arábia Saudita, Qatar e outros, foram criados na Síria, constituindo a base para os grupos armados. Negroponte e Ford (agentes da CIA, currículo na Nicarágua e Iraque) são encarregados de organizar o cenário para aniquilar a resistência Síria usando a Al-Qaeda.
Em 2011 sob a égide da França foi criado o Conselho Nacional Sírio para derrubar el Assad. Na Conferência de Genebra de 30.junho. 2012 a Síria aceita o plano de 6 pontos e uma missão de observadores internacionais. Inútil, o fornecimento de armas, cobertura política e mediática, financiamento, apoio logístico aos bandos armados estava em curso, com o pretexto de instaurar “reformas democráticas”. A paz só poderia ser obtida derrubando Bachar-el-Assad.
Em novembro de 2011, face à campanha de calúnias, a freira Mère Agnes-Mariam de la Croix impressionada com as barbaridades cometidas pelos ditos “rebeldes”, convida cerca de 50 pessoas,  com o apoio da sua Igreja (e acordo do governo Sírio) jornalistas da imprensa católica principalmente, porém apenas 15 aparecem. Do que viram nada transpirou, exceto um ou outro texto em sites alternativos. Nem o Vaticano perante os crimes contra cristãos, expulsão de suas casas, destruição de Igrejas pelos “rebeldes” tomou qualquer posição a não ser raros e inócuos apelos.
Em 4.agosto.2012 o New York Times retratava-se da posição anterior (algo que creio lhe passou depressa) e escrevia que reportagens anteriores afirmavam que o exército Sírio massacrava os cidadãos de Homs,. Não era senão uma mentira que foi repetida nos media. Citava pelo contrário violências cometidas contra população indefesa pelos “rebeldes”. http://www.legrandsoir.info/l-avenir-de-la-syrie-liberee-nettoyage-ethnique-religieux-et-genocide-countercurrents.html
(dados recolhidos principalmente em textos de Thierry Meyssan em voltairenet.org, também John Pilger em odiário.info)

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