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27 de janeiro de 2017

O golpe

As taxas de juro no mercado secundário têm aumentado para Portugal em valores superiores aos aumentos verificados para a Itália , Espanha , França .
A direita rejubila , Passos acha natural e a RTP , como habitualmente , dá todo o destaque com Rodrigues dos Santos a sublinhar em gráfico a subida .
Estão outra vez a lançar a campanha do golpe a partir das declarações do presidente do Euro grupo que é um pau mandado do intratável ministro das finanças do governo alemão .
As declarações destes dois são em boa parte responsáveis pela nova especulação dos mercados  sobre a nossa economia .
Esperam , assim , já que o BCE não tirou o tapete ao nosso país através da agência de notação DBRS , fazê-lo indirectamente pela da pressão dos mercados sobre esta agência e o BCE.
A manobra é clara e a direita portuguesa acompanha.
Não há uma palavra de condenação de Passos , Cristas , Portas , Maria Luís às declarações irresponsáveis do Presidente do Euro grupo . Pelo contrário vê-se um contentamento mal disfarçado.
O país que se lixe!
 No entanto todos sabem que o País diminuiu o défice e conseguiu um  muito elevado saldo primário pelo que as razões da nova especulação são em boa parte artificiais e políticas
Esta nova versão do golpe à brasileira , cínico , premeditado e de pantufas  que pretende pôr fim a uma experiência que os tenores do neoliberalismo consideram intolerável , mostra como o país está manietado por ter perdido a sua soberania monetária . 
Neste quadro e sabendo-se que os bancos não têm falta de liquidez interrogamos-nos por que  razão o Estado não se financia mais no mercado interno . 
Para o ministro das finanças alemão uma lição à Grécia e a Portugal seria útil para o seu partido nas eleições de Outubro.
Perante tudo isto os beatos do euro e do europeísmo estão num silêncio inaudível por contraponto ao  "dito silêncio ensurdecedor" que já não se pode ler , nem ouvir.! 
Será que continuam com a ladainha da Europa dos valores , da solidariedade , da igualdade no progresso e tutti quanti ?
C. Carvalhas


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