O Maior problema para o controle da pandemia é a falta de vacinas

Como os dogmas neoliberais estão  a obstaculizar o controle da pandemia

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Como indiquei em um artigo recente,  por que não existem vacinas anticoronavírus suficientes para todos? Público, 30/12/20, o maior problema que existe no controle da pandemia hoje no mundo é a falta de vacinas contra o coronavírus, carência que ocorre até em países considerados ricos dos dois lados do Atlântico Norte, o que é um absurdo, porque países ricos ( e, a propósito, um grande número de países pobres tem recursos para produzir tais vacinas). Na realidade, o desenvolvimento da parte mais essencial na produção das vacinas de maior sucesso (Pfizer e Moderna) foram feitas  com fundos públicos, em instituições públicas, em países ricos (e, muito especialmente, nos EUA e na Alemanha). . Isso é reconhecido por todos e até pelo presidente da Federação Internacional de Indústrias Farmacêuticas, Sr. Thomas Cueni, em um artigo publicado no  New York Times há algumas semanas, "The Risk in Suspending Vaccine Patent Rules", 10.12.20, em que afirma que "é verdade que sem fundos públicos de agências [instituições públicas do governo federal dos EUA] como a US Biomedical Advanced Research e Autoridade de Desenvolvimento ou do Ministério Federal Alemão para Educação e Pesquisa, as empresas farmacêuticas globais não teriam sido capazes de desenvolver vacinas COVID-19 tão rapidamente. O Sr. Cueni poderia ter acrescentado que este também é o caso da maioria das vacinas  que estão em produção há muitos anos (veja o artigo citado acima para ver os milhões de dólares públicos e euros investidos). A parte fundamental no desenvolvimento de qualquer vacina é o conhecimento básico, que geralmente é investigado em centros públicos ou com fundos públicos para pesquisas sanitárias . A indústria farmacêutica, que sem essa investigação básica não seria capaz de desenvolver vacinas, utiliza esse conhecimento para avançar na sua dimensão aplicada, ou seja, a produção de vacinas. Mas o que o presidente de tal federação internacional esquece de citar é que, além de utilizarem os conhecimentos básicos que os Estados financiaram, esses mesmos Estados oferecem um grande presente às empresas farmacêuticas, garantindo-lhes o monopólio da venda do produto para muitos. anos, que podem chegar a vinte, o que lhes garante lucros astronômicos (os maiores do setor empresarial de qualquer país). utiliza esse conhecimento para avançar em sua dimensão aplicada, ou seja, a produção de vacinas