Diz o Ministro da Defesa Alemão, Boris Pistorius, em entrevista ao Die Zeit: "De acordo com as minhas estimativas, Putin não está a procurar uma guerra mundial em grande escala contra a NATO. Ele quer destruir a aliança a partir do interior, minando a sua unidade". Mas não é o único, o presidente finlandês também acha que a Rússia não está interessada em atacar os países da aliança. E Macron pede a Putin para ser recebido em Moscovo. Também neste período natalício, a Estónia concluiu que um drone que tinha caído no seu território, era ucraniano... Drone que servira antes para alertar a Europa para uma guerra iminente com a Rússia.
Isto acontece depois da famosa reunião dos 90 mil milhões, com Merz a querer a Alemanha com o maior exército da Europa - com que dinheiro?! - foi derrotado, com Macron a tirar-lhe o tapete debaixo dos pés. O discurso vai mudando, a impotência económica, militar, social, vai sendo reconhecida, a narrativa de que a Rússia vai mover uma guerra contra a NATO e invadir a Europa perde força, esbate-se, deixando Starmer mais sozinho, enquanto não for corrido de PM como a esmagadora maioria dos britânicos deseja.
Os comentadores tentam adaptar-se, mas já lá vai o tempo em que a Rússia ia ser dividida e desmantelada, a UE juntava-se aos neocons na esperança de lucrar com o colapso da Rússia. Aconteceu o contrário, dividida, endividada, em vias de se desmantelar está a UE. Desde 2022, entregou a Kiev 177 mil milhões de euros como "ajuda", tudo dinheiro perdido.
A Europa deixou-se afundar nas areias movediças da Ucrânia. Não foi capaz de construir um plano viável para a Ucrânia, é desprezada pelos EUA, pela Rússia, pela China. Colocou-se à margem das comunidades internacionais. Pode receber Zelensky com bandeiras conjuntas, dar abraços e beijinhos, mas confirmou que não tem capacidade de apoiar a guerra que incentivou e ainda menos pagar a sua restauração.
Alimentaram Kiev com promessas que não podiam cumprir. Agora, tentam sair airosamente do atoleiro onde se meteram. Os 90 mil milhões que não têm, são dívida que custará em juros mais de 3 mil milhões por ano, a serem pagos pelos contribuintes com impostos, menos prestações sociais, menos crescimento económico. Enfim, as elites europeias pagam pelo privilégio de perder uma guerra.
Além dos 90 mil milhões é preciso continuar a fornecer a Kiev armamento, gás, combustíveis e energia elétrica, totalmente dependente da UE. Entretanto, a UE perdeu o mercado russo, que em 2021 representou 90 mil milhões de euros em exportações. A entrada da Ucrânia na UE, é mais outra fantasia, em 2024 o Banco Mundial avaliou os custos de reconstrução em 600 mil milhões de euros – montante que aumenta todos os dias.
Como é que a Europa se atirou para este atoleiro fiado na sua arrogância de superioridade, pensando que tinha o direito de decidir o futuro da Rússia e supondo-se liderar uma "comunidade internacional" que só existia na sua fantasia neocolonial?
Saudaram o golpe Maidan, que levaria a Ucrânia para a UE e NATO, golpe mascarado de democracia e contra a corrupção (!!) - é sempre assim... Fecharam os olhos aos crimes e violências desde logo instituídos por Kiev, como a tragédia na Casa dos Sindicatos de Odessa; contra a Carta da ONU, decretos proibiram a língua russa. O levantamento no Donbass invocava o direto à autodeterminação, sendo atacados pelo exército ucraniano. Não conseguindo vencer, os apoiantes ocidentais aceitaram os acordos de Minsk, para ganhar tempo como Merkel, Hollande, Poroschenko reconheceram.
Em 2022 a Rússia invade com 190000 homens insuficiente para conquistar a Ucrânia. O objetivo era fazer cumprir os acordos de Minsk, em que a Ucrânia seria um país federal, o reconhecimento da língua russa e a desmilitarização. Boris Johnson enviado pelos neocons promete dar todo o apoio a Zelensky. A Rússia não seria capaz de manter a guerra, com o apoio da NATO recuperariam tudo até a Crimeia. Johnson atuava também como lobista das indústrias militares - teria recebido 1 milhão nessa função. (gen Agostinho Costa).
O clã de Kiev aproveitou o drama do povo ucraniano para à sombra da esquizofrenia política ocidental construirem enormes fortunas. O parlamentar da oposição Oleksandr Dubinsky acusou Zelensky e seus parceiros de acumularem 100 mil milhões de dólares ao longo de cinco anos.
Recusando negociar um tratado de paz, mantendo a ficção de um "cessar fogo" (uma espécie de Minsk 3) as infraestruturas ucranianas são sistematicamente destruídas, em grande parte em retaliação aos ataques à infraestrutura civil russa. Quem parece pouco se preocupar com isso é Zelensky, que tem o seu futuro garantido com os milhões que aproveitou da "ajuda" da UE e NATO. Entretanto, vai desempenhando o seu papel de mau ator seguindo o guião dos que lhe pagam.
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