O HTS, anteriormente Al Nusra, o grupo armado que invadiu a Síria em dezembro passado, é um projeto do estado profundo turco e britânico. Al Jolani, foi recrutado e treinado pela inteligência britânica desde 2011, quando o ataque à Síria começou, com o objetivo de recuperar o domínio colonial britânico sobre o país. O maior patrono político de Al Jolani foi, o ex-primeiro-ministro Tony Blair com o seu ex-chefe de gabinete Jonathan Powell.
Chegou a haver uma recompensa de 10 milhões de dólares pela captura de Al-Jolani como terrorista, mas as coisas mudaram... Entretanto, Tony Blair, foi afastado das negociações de paz de Gaza, Trump tirou o papel de liderança na Síria aos britânicos e em 15 de outubro Jolani, visitou Moscovo e depois esteve na Casa Branca.
O embaixador dos EUA na Síria, Tom Barrack, em entrevista, disse que as tensões entre os EUA e Israel em relação à Síria atingiram um ponto de ebulição sem precedentes: "O presidente Trump disse a Netanyahu para recuar, senão..."
Barrack explicou que Israel quer fomentar uma nova guerra na Síria para dividir o país, mantê-lo fraco e sabotar o novo governo, enquanto os Estados Unidos acreditam que manter a paz e a estabilidade na Síria terá repercussões positivas em toda a região. Essa posição enfureceu Israel, razão pela qual o regime agora ataca publicamente o embaixador dos EUA, acusando-o de promover os interesses da Turquia em detrimento da segurança de Israel.
Israel considera que uma Síria unificada na sua fronteira é um dos seus maiores receios, pois representa uma ameaça à ocupação das Colinas de Golã e da Cisjordânia. Eles veem a Síria como uma força capaz de galvanizar movimentos revolucionários em toda a região, especialmente na Jordânia e no Egito.
Um alto oficial da inteligência israelita disse na televisão: "Estamos falando de um mega evento estratégico na região. Precisamos garantir que haja uma zona de proteção entre nós e os Sunitas. Uma zona tampão totalmente protegida pelas FDI.
Até recentemente, o HTS e predecessores nunca demonstraram hostilidade contra Israel, Al Jolani falou abertamente sobre paz e normalização das relações com Israel. Agora, Al Jolani e seu governo abandonaram a máscara de simpatia em relação a Israel. Note-se que Israel realizou mais de 1000 ataques aéreos contra a Síria no período de um ano.
Em 8 de dezembro, o Exército Sírio realizou um desfile no qual tropas entoaram slogans pró-palestinos, expressando solidariedade com Gaza e prometendo libertar o povo palestino. Israel reagiu em força, com um ministro a dizer que a guerra é 'inevitável' após tropas sírias cantarem por Gaza."
No entanto, os ataques à Síria não são mais tolerados por Washington e a administração Trump recentemente emitiu uma forte repreensão, acusando Israel de desestabilizar a Síria. Um alto funcionário da Casa Branca, disse: "Estamos tentando dizer a Netanyahu que ele precisa parar com isso porque, se continuar, ele vai autodestruir-se." Pelo seu lado os media de Israel noticiaram que o enviado dos EUA, Barrack "impôs linhas vermelhas a Netanyahu em relação à Síria." Porém, Israel não está recuando e desafia os Estados Unidos na questão Síria.
Telavive enfrenta crescentes problemas, que também incluem o Hamas, que agora parece ter uma relação próxima com o novo regime sírio. Israel acredita que o Hamas possui cerca de 40 000 combatentes em Gaza, o mesmo número que antes dos ataques. O New York Times citando fontes israelitas diz que "O Hamas foi duramente atingido, mas não foi derrotado. Ele ainda está de pé"
Pior do que isso, a influência do Hamas cresceu nos últimos dois anos posicionando-se com sucesso em outras partes do mundo árabe e muçulmano. Em Israel, o ambiente escureceu: está cercado por forças hostis que parecem ganhar força e confiança, incluindo a Turquia, vista como "uma ameaça estratégica imediata a Israel: possui, o maior exército da região, com um enorme arsenal de armas avançadas, cerca de 300 caças F-16 e milhares de poderosos drones Bayraktar.
Outras más notícias para Israel: o governo Trump pediu ao Paquistão que forneça tropas de manutenção da paz para Gaza, pois quer que venham de países muçulmanos.
O maior inimigo de Israel pode ser o próprio Israel. Ao abrir hostilidades de forma imprudente contra seis potências regionais e recusar-se a parar durante de dois anos, esgotou a sua própria economia e força militar.
Fonte - Mudanças tectónicas no Oriente Médio, Alex Krainer
Sem comentários:
Enviar um comentário