De Vitor Vieira no facebook de Coronel Matos Gomes
"Enquanto Portugal viveu sob uma violenta ditadura fascista os sucessivos Governos dos EUA conviveram tranquilamente com isso, seguros que estavam de que os seus interesses estavam defendidos por essa ditadura.
Foi
esse calculismo que os levou a integrar Portugal no “Plano Marshall”
sem o país ter participado na II Guerra e sem ter tido nenhum dano nas
suas infra-estruturas.
Foi
isso também que os levou a convidar Portugal a ser membro fundador da
NATO em 1949 e a instalar aqui o seu “comando ibero-atlântico”
(Comiberlant).
Foi isso
que os levou a facilitar o alegado “desvio” de especificações técnicas
da VBTP “Cadillac Gage Commando”, de forma a serem construídas em
Portugal sob a designação “Chaimite” e empregues no combate contra os
movimentos de libertação das colónias.
Foi
isso que os levou a autorizar a sua protegida Alemanha a deixar que
Portugal produzisse espingardas automáticas HK-21 e HK-G3 para usar na
guerra colonial.
Seguros que estavam da canina obediência dos governos de Salazar e Caetano, foram surpreendidos com a eclosão do 25 de Abril.
Mas depressa reagiram.
Os
telegramas trocados entre a Embaixada dos EUA em Portugal e o seu
Governo refletem bastante bem (ainda que incompletamente porque “o
segredo é a alma do negócio”) a forma como passaram a imiscuir-se nos
assuntos internos de Portugal.
Em boa hora o site noticioso “AbrilAbril” entendeu publicar, de forma comentada, esses telegramas.
Depois
do primeiro volume, publicado em Julho e abrangendo a fase inicial da
Revolução, de 25 de Abril à queda do I Governo Provisório, foi agora
publicado o segundo volume, que abrange a vigência do II Governo
Provisório, de 18 de Julho à tentativa golpista do “28 de Setembro” e
até 7 de Outubro de 1974, já com o III Governo Provisório em funções.
Conhecer bem de onde vimos permite-nos compreender o presente e perspectivar o futuro. Recomendo a leitura.
Na
foto, Melo Antunes, o militar do MFA que se prontificou a ser o “homem
de confiança” dos EUA, traindo os seus camaradas do Movimento e
facilitando a recuperação do Poder pelas “elites” que viveram
tranquilamente sob a asa protectora do regime fascista deposto em Abril."
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