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30 de dezembro de 2024

A Embaixada Americana em Portugal e a revolução de Abril

De Vitor Vieira no facebook de Coronel Matos Gomes

"Enquanto Portugal viveu sob uma violenta ditadura fascista os sucessivos Governos dos EUA conviveram tranquilamente com isso, seguros que estavam de que os seus interesses estavam defendidos por essa ditadura.


Foi esse calculismo que os levou a integrar Portugal no “Plano Marshall” sem o país ter participado na II Guerra e sem ter tido nenhum dano nas suas infra-estruturas.

Foi isso também que os levou a convidar Portugal a ser membro fundador da NATO em 1949 e a instalar aqui o seu “comando ibero-atlântico” (Comiberlant).

Foi isso que os levou a facilitar o alegado “desvio” de especificações técnicas da VBTP “Cadillac Gage Commando”, de forma a serem construídas em Portugal sob a designação “Chaimite” e empregues no combate contra os movimentos de libertação das colónias.

Foi isso que os levou a autorizar a sua protegida Alemanha a deixar que Portugal produzisse espingardas automáticas HK-21 e HK-G3 para usar na guerra colonial.

Seguros que estavam da canina obediência dos governos de Salazar e Caetano, foram surpreendidos com a eclosão do 25 de Abril.

Mas depressa reagiram.

Os telegramas trocados entre a Embaixada dos EUA em Portugal e o seu Governo refletem bastante bem (ainda que incompletamente porque “o segredo é a alma do negócio”) a forma como passaram a imiscuir-se nos assuntos internos de Portugal.

Em boa hora o site noticioso “AbrilAbril” entendeu publicar, de forma comentada, esses telegramas.

Depois do primeiro volume, publicado em Julho e abrangendo a fase inicial da Revolução, de 25 de Abril à queda do I Governo Provisório, foi agora publicado o segundo volume, que abrange a vigência do II Governo Provisório, de 18 de Julho à tentativa golpista do “28 de Setembro” e até 7 de Outubro de 1974, já com o III Governo Provisório em funções.

Conhecer bem de onde vimos permite-nos compreender o presente e perspectivar o futuro. Recomendo a leitura.

Na foto, Melo Antunes, o militar do MFA que se prontificou a ser o “homem de confiança” dos EUA, traindo os seus camaradas do Movimento e facilitando a recuperação do Poder pelas “elites” que viveram tranquilamente sob a asa protectora do regime fascista deposto em Abril."




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