Nota sobre o inquérito ao Emprego do 1ºtrimestre de 2013
1.
Os dados hoje divulgados pelo INE referentes ao
Inquérito ao Emprego do 1º trimestre de 2013, confirmam o aprofundamento do
desemprego - que só não é maior porque dezenas de milhares de trabalhadores desempregados
estão a emigrar - e a destruição do emprego nos últimos anos e, em especial
após a assinatura do Pacto de Agressão no final do 2º trimestre de 2011.
2.
Nos últimos 21 meses, entre o 2º trimestre de
2011 e o 1º trimestre de 2013 foram destruídos em Portugal 459 800 postos de
trabalho, mais 277 200 trabalhadores foram para o desemprego e a taxa de
desemprego em sentido restrito agravou-se 46,3%, passando de 12,1% no 2º
trimestre de 2011 para 17,7% no 1º trimestre de 2013.
3.
No 1º trimestre de 2013 o desemprego em sentido
restrito atingiu os 952 200 trabalhadores, o que corresponde a uma taxa de
desemprego de 17,7% e em sentido lato 1 471 200 trabalhadores, uma taxa de
desemprego de 26,1%. São mais 132 900 os desempregados em relação ao 1º
trimestre do ano passado e mais 29 mil do que no último trimestre de 2012.
4.
Por regiões verifica-se que o desemprego atingiu
no Algarve 20,5%, na Madeira 20%, na região de Lisboa 19,7%, na região Norte 18,6%
e no Alentejo 18,5%. Só as regiões dos Açores com 17,0% e a região Centro com 13,3%
têm taxas de desemprego inferiores à média nacional.
5.
Outros dados impressivos destes resultados agora
divulgados são sem dúvida: o facto de a taxa de desemprego dos jovens, apesar
da sua taxa de actividade ser bem inferior à dos outros grupos etários, ter
atingido no 1º trimestre de 2013 os 42,1% - ultrapassando o anterior record de
40% registado no trimestre anterior -, o facto de 58,9% dos desempregados (560
500) estarem no desemprego há mais de um ano e de 148 100 desempregados serem
licenciados (mais 27.9%) do que no 1º trimestre de 2012.
6.
A
destruição de emprego nos últimos 12 meses foi impressionante. Perderam-se
entre 0 1º trimestre de 2012 e o 1º trimestre do corrente ano 229 300 empregos.
Por sectores essa destruição foi a seguinte, 43 200 postos de trabalho na Agricultura,
61 600 na Industria Transformadora, 74 600 no sector da Construção e 41 300
postos de trabalho no sector dos Serviços.
7.
Dada a destruição de emprego nos últimos 12
meses (-229 300 empregos), a subida do desemprego só não foi de igual montante,
porque a população activa se reduziu em 96 300 indivíduos. Ora dado que a
população inactiva apenas subiu neste mesmo período em 11 000 indivíduos,
estima-se que cerca de 85 300 trabalhadores que perderam o seu emprego tenham
sido forçados a emigrar. Caso estes trabalhadores estivessem no país a
engrossar o desemprego a taxa de desemprego seria no 1º trimestre em sentido
restrito de 19,0%.
8.
Os dados agora divulgados provam que este
Governo é sem dúvida uma verdadeira máquina de destruição de empregos, de
criação de desemprego e de condução de milhares e milhares de trabalhadores e
das suas famílias à miséria, à pobreza e à emigração.
9.
A demissão de Governo e o fim das políticas que
a coberto do Pacto de Agressão têm vindo a ser prosseguidas são cada vez mais
um imperativo nacional, sob pena de o nosso país poder entrar a curto prazo
numa profunda depressão económica e social, com impacto extremamente negativos
na vida dos trabalhadores e do povo.
CAE, 09 de Maio de 2013 (José Alberto Lourenço)
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