DESIGUALDADES, Coimbra, 07MAI13, AL.docx
Publicamos hoje a intervenção de Agostinho Lopes
DEBATE/COIMBRA/07MAI13
“AS DESIGUALDADES NA SOCIEDADE E NO TERRITÓRIO – dimensões do
desenvolvimento capitalista”
0.Saudações e Agradecimentos
1.INTRODUÇÃO - Afirmar uma política alternativa
A Campanha nacional “Por uma política alternativa, patriótica
e de esquerda” que o PCP lançou neste 1º Semestre, tem 5 objectivos muito
simples. A divulgação da ideia de que não só é necessária, como é possível, uma
alternativa à política de direita em curso. De que essa política existe, que o
país não está condenado ao desastre, mesmo sendo muito difíceis e apertados os
caminho da saída! De que a sua concretização está na sua mão, e que a sua
viabilização reclama a convergência e unidade das forças, sectores e
personalidades democráticas e de todos os patriotas empenhados em romper com a
política de direita. De que essa possibilidade estará tanto mais perto quanto
maior for a luta dos trabalhadores e do povo e a influência política, social e
eleitoral do PCP. De que há uma matriz institucional e política para a sua
elaboração e desenvolvimento: a Constituição da República Portuguesa.
Na concepção da Campanha, em conjunto com muitas outras e
diversificadas iniciativas políticas, consideramos a realização de 4 Debates,
no qual no qual se integra o presente Debate “As desigualdades na sociedade e
no território –dimensões do desenvolvimento capitalista”. Realizamos um debate
sobre o Euro e a dívida, abordando as causas da crise que o país enfrenta e
outro sobre o tema, Produzir mais para dever menos, na consideração de
respondermos ao problema central do endividamento do país. O que hoje queremos
debater são algumas das consequências mais graves da actual política de
direita, o agravamento das desigualdades em Portugal. E fecharemos o ciclo, a
28 de Maio, precisamente, querendo mostrar, que a origem governativa dos nossos
problemas, resulta da continuada violação material da Constituição, e que a
política alternativa que propomos está inscrita nos princípios constitucionais.
2.ÁSPERA BATALHA IDEOLÓGICA
Sem qualquer pretensão a antecipar-me às intervenções, dos
nossos convidados especiais, a quem mais uma vez agradeço a disponibilidade,
três ideias para um registo de algumas questões que estarão no centro do nosso
debate.
A “igualdade” versus “desigualdade” é certamente um tema no centro
de uma áspera batalha ideológica, na história milenar da humanidade. A
igualdade dos seres humanos para lá do clã, da tribo, da cor da pele, do sexo,
das religiões, da classe, foi a base, ponto de partida, para inúmeras utopias e
religiões. Ganhou uma imensa centralidade, quando os agrupamentos humanos se
transformam em sociedades hierarquizadas, de classes, possidentes/proprietários/dominantes/exploradores
e possuídos/produtores/dominados/explorados. Conhecemos o trama desse percurso
histórico cheio de violência, dor, opressão, escravatura, morte, que chegou,
está ainda presente, nas nossas sociedades hoje. Que na história feita da luta
de classes, o sentido do caminho tem sido o da igualdade, mesmo se longas e
largas reversões e regressões tem acontecido. Sabemos dos saltos
civilizacionais, quando a reclamação da igualdade, desceu dos céus, onde a
tinham colocado algumas religiões, para a terra. Sabemos do salto imenso,
quando já bem perto de nós, a revolução Francesa, inscreveu na sua bandeira a
igualdade dos cidadãos, a par da liberdade e da fraternidade. Depois a história
acelerou, veio a Comuna de Paris, veio Outubro e os sovietes, os que queriam
assaltar os céus! Vieram os construtores políticos das sociedades socialistas
tendo o ideal mais longínquo do comunismo. Vieram as guerras da independência
nacional e o princípio do fim do colonialismo. Sabemos também, por dolorosa
experiência, bem visível nos dias que atravessamos, no País, na Europa, no
Mundo, dos golpes fundos no projecto da igualdade, que os acontecimentos no
Leste da Europa, da última década do século XX, causaram! Mas a história e a
luta de classes continuam, e de bandeira na mão, continuamos a batalha pela
igualdade de direitos, de facto, real, dos cidadãos e cidadãs. Por uma
democracia avançada, tendo como farol o socialismo e o comunismo.
A Revolução de Abril, de que acabamos de comemorar 39 anos,
foi um passo gigantesco em direcção à igualdade política e social dos
portugueses. A CRP de 1976, é um marco fundamental nesse caminho. Mas cedo os
exploradores procuram reverter o processo de progresso e desenvolvimento. Cedo
procuraram desmantelar a Constituição de Abril e socavar o seu Artº 13º
“Principio da igualdade”, através da subversão da organização económica e
incumbências prioritários do Estado, consignadas na Parte II do texto
constitucional.
Foi o trabalho sujo dos Governos do PS, PSD e CDS desde 1976,
ao serviço dos interesses do grande capital, do latifúndio, do imperialismo.
Chamou apropriadamente o PCP, a esse “trabalho” “recuperação capitalista”, nas
suas dimensões de recuperação monopolista, latifundista e imperialista.
Esta “recuperação capitalista” foi acompanhada de uma intensa
campanha ideológica, onde quase passou a ser um crime, afirmar na vida politica,
(ou mesmo afirmar em estudos universitários) a igualdade e a justiça social,
como objectivos políticos, não só necessários como a essência de qualquer
política! Colocando no centro das políticas, o mercado, isto é os interesses do
capital, passaram a ser a “competitividade” e a “concorrência” os critérios, os
objectivos, os desígnios das políticas e da sociedade.
A febre, a obsessão, pela avaliação, pelo ranking, pela
medição quantitativa de todas as relações humanas e sociais! A concorrência
entre escolas, entre unidades de saúde, entre trabalhadores, entre regiões. A
competição dos alunos, dos trabalhadores, das profissões! Substituindo a
cooperação e a solidariedade humanas. A desigualdade seria fonte de competição,
logo um bem a preservar! Um nº para medir o desempenho, profissional, politico,
cívico, um nº, de preferência com muitos cifrões, para classificar o cidadão, e
o seu sucesso na vida!
A igualdade de direitos, princípio constitucional, 1º artigo
da Declaração dos Direitos do Homem, foi substituída por uma ambígua e
indefinida “equidade”, na melhor das hipóteses, por uma limitada e redutora
“igualdade de oportunidades”! Em nome de um pretenso combate ao “igualitarismo”
de facto visava-se a liquidação da igualdade de direitos, inscrita na CRP.
Alguma desta gente, que promoveu e teorizou sobre esta
filosofia de vida na “sociedade de mercado”, são alguns dos mesmos que depois
aparecem a perorar, lacrimosos e hipócritas, sobre a perda de “valores” dos
jovens e dos portugueses nos dias lastimosos de hoje!
Este debate ideológico e político, esteve bem recentemente
espelhado, em muitas congeminações e comentários, a propósito do chumbo pelo
Tribunal Constitucional de normas orçamentais, que segundo o Acórdão violavam
princípios de igualdade. Houve quem dissesse, contestando a decisão, que não
sabia o que era a igualdade…
3.A CRISE E O AGRAVAMENTO DAS DESIGUALDADES
Das muitas portas que Abril abriu, uma das mais importantes
foi a do combate às desigualdades entre portugueses, cavadas pelo fascismo. Na
sociedade, no território. Lembremos o salário mínimo, a massificação do ensino
e o acesso de todos os jovens a um tronco único de ensino básico e secundário,
liquidando a divisão classista liceu/escola industrial e comercial, o serviço
nacional de saúde. Lembremos a energia eléctrica e a presença de outras
importantes unidades públicas produtoras de bens e serviços essenciais em todo
o território!
A recuperação capitalista ao longo destas mais de 3 décadas quase
destruiu esse esforço, e as enormes potencialidades abertas para a construção
de um Portugal mais igual, mais justo, mais solidário. Portugal é hoje um dos
países mais desiguais da Europa! Não há estatística que o negue!
É dos livros, marxistas, que a dinâmica do capitalismo produz
desigualdade, nomeadamente desigualdades sociais, e desigualdades entre
territórios, ditas mais frequentemente, assimetrias regionais.
Em sociedades, como a portuguesa, onde o modo de produção
dominante é o capitalismo, estas desigualdades podem ser atenuadas, reduzidas,
limitadas nos seus efeitos mais negativos, por exemplo, elevados níveis de
pobreza. Mas não eliminadas, é da lógica do sistema produzir desigualdade. (Como
não elimina a exploração de classe).
Os instrumentos políticos, económicos e sociais para combater
as desigualdades numa sociedade capitalista são conhecidos.
Através de uma distribuição primária da riqueza produzida,
entre capital e trabalho, que não favoreça de forma maximalista o capital. A
Revolução de Abril foi desse ponto de vista brilhante. Pela criação do salário
mínimo e a revalorização geral dos salários. Três décadas de PS, PSD e CDS,
inverteram completamente a situação. Isto é, fizeram-nos regredir à situação do
tempo da ditadura. Outro instrumento, é a redistribuição feita, da riqueza
captada pelo Estado através dos impostos, na educação, na saúde, na segurança
social – o tal Estado social de que se fala!
A correcção das assimetrias regionais (e que, grandes que
elas são hoje, em Portugal), pode e deveria ser feita através de outras
políticas, nomeadamente económicas, com uma visão integrada do desenvolvimento,
através do OE, com uma redistribuição de investimentos e transferências que
colmatem as carências e menores rendimentos locais. Os próprios fundos
comunitários deveriam ter aqui, e não têm, um papel central no reequilíbrio
regional! (Olhar os mapas da distribuição dos dinheiros dos já 4 QCA, é ver o
mapa da reprodução agravada das desigualdades regionais).
A recuperação capitalista, particularmente, das últimas
década, agravou brutalmente todas estas desigualdades e assimetrias.
O Programa da Troica, do Pacto de Agressão, subscrito por PS,
PSD e CDS e diligentemente posto em execução pelo Governo PSD/CDS, com
cumplicidade activa do PS/Seguro, traduz-se na consolidação estrutural e
estruturante das desigualdades no País. Não há descontinuidades, relativamente
a políticas anteriores a Abril de 2011, nomeadamente à sucessão dos PEC do
Governo PS/Sócrates. Mas há uma qualidade nova, no desenho final, pretendido
para a sociedade portuguesa. É a vingança sobre Abril, com uma forte reversão
das estruturas económicas e sociais do Estado português. É aliás o fito
projectado e desejado pela política dita de austeridade! Não é a consolidação das contas
públicas, que fartinhos estão de o saber, que não é assim, que lá vão…
O que está em curso no plano social é uma brutal queda dos
rendimentos dos trabalhadores e reformados, por via directa, na redução de
salários e pensões, pelo corte de apoios sociais, e pela punção fiscal, e
indirectamente pelos constrangimentos no acesso a bens e serviços essenciais,
da energia ou água, do direito à saúde ou ao ensino. Ninguém tem dúvidas que o
“programa da austeridade”, alarga velhos e cava novos fossos de desigualdades
no património e nos rendimentos, decorrente dos impactos profundamente
assimétricos nos diversos segmentos sociais. Quer pela redução da distribuição
primária da riqueza criada (PIB) quer pelo brutal enfraquecimento do papel
redistributivo do Estado via OE.
Os impactos no território não são menores, aliás convergem e
articulam-se num processo cumulativo de grandes proporções. Quando um dia
destes o Ministério da Saúde ufano tornou público a poupança de 58 milhões de
euros em 2011 e 2012 com o transporte de doentes não urgentes, mais do que a
Troica tinha determinado, ninguém deve ter dúvidas, sobre quem/pessoas e
regiões/populações foram atingidas, no seu direito à igualdade no acesso aos
serviços de saúde. As regiões do interior, o mundo rural profundo. Os dados
evidenciam-no: os campeões da “poupança” são o Alentejo e Trás-os-Montes! Poder-se-ia
falar das restrições no acesso a determinados medicamentos para doenças graves.
(Temos até pudor de imaginar que isto possa estar a acontecer!!!).
Com graves impactos, têm também os processos de
reorganização/redução de unidades de serviços públicos, no SNS e na Escola
Pública, nos aparelhos regionais de diversos ministérios (finanças,
agricultura, economia, etc). Na própria dita “reorganização” dos tribunais,
órgãos de soberania no território. O grosso dos encerramentos previstos está
nos distritos de Viseu e Vila Real. (Quase 50% estão nesses dois distritos mais
Guarda e Bragança). São os graves impactos decorrentes de processos de
privatização de empresas em rede nas comunicações, na energia, provocando o fim
da perequação de custos e a diferenciação tarifária. Na preparação da
privatização dos CTT, não é apenas o encerramento, há muito em curso, de postos
e estações de correios, é agora anunciada descriminação positiva das tarifas
dos serviços postais nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. Em linguagem
clara, os selos passam a ser mais caros em Bragança e na Guarda! É o fecho de
freguesias, sem esquecer, que a liquidação dos municípios, também faz parte das
medidas do Programa da Troika!
Mas fundamentalmente pretende-se consolidar uma alteração
brutal na correlação de força das classes e camadas sociais, que assegure ao
capital e à oligarquia, posições de domínio estáveis para uma exploração
agravada. A fragilidade económica, um elevado nível de dependência económica e
social dos explorados é uma questão central. (A que se procura associar, na
guerra contra o regime democrático e constitucional de Abril, as medidas
correspondentes e consequentes na dimensão política, nomeadamente com as
propostas de alteração da legislação eleitoral e pela descriminação no acesso
ao espaço político-mediático, tentando reduzir as forças políticas alternativas
a uma presença folclórica no sistema político. São claras as intenções e
significativas as medidas na alteração da legislação laboral, enfraquecendo os
instrumentos e organizações de defesa colectiva (contratação colectiva,
sindicatos e CT), facilitando os despedimentos, e criando um volumoso e
estrutural “exército de força de trabalho desempregada”! Fazendo corresponder à
posição desigual face aos meios de produção uma “legalidade” que reforça a
força da parte forte e desprotege a parte fraca, que fortalece a desigualdade!
Ou, as pretensões à criação de um sistema de ensino “dual”! Ou as ideias que
vão sendo conhecidas para o SNS, reduzindo os serviços de saúde a uma rede de
unidades de cuidados primários e diferenciados, certamente “misericordiosa”,
para os pobrezinhos!
4.A DESIGUALDADE É INTRÍNSECA AO CAPITALISMO
Recentemente, um conjunto muito qualificado de nossos
concidadãos, juntos no Grupo Economia e Sociedade, produziram uma importante e
interessante reflexão, sobre as “Desigualdades, Modelo Económico, Democracia”,
que fizeram chegar aos partidos políticos, concretizando-se até, a nosso
pedido, um encontro sobre o mesmo na Assembleia da República. Partilhando
inteiramente, o núcleo central das reflexões e considerações feitas, aliás uma
boa sistematização dos problemas das desigualdades no país, uma anotação
critica.
Assinalando, que a reflexão sobre as desigualdades, “sendo
essencial em democracia” tende a “ser silenciada pelo debate político
corrente”, o que é verdade e não é de estranhar, constata que tal acontece
“porque esse debate “tem sido conduzido a nível governamental de modo a
evidenciar as condicionantes e as restrições de ordem financeira com que
justificam as reformas e a tomar com inevitáveis certos rumos da política
económica negociada com os credores”, afirmam depois: “Tão pouco encontramos
oposições que tenham sido capazes de formular alternativas coerentes nos seus
fins e suficientemente robustas do ponto de vista da respectiva exequibilidade”.
Queremos discordar desta afirmação. Se por “exequibilidade”
se entende a possibilidade de uma “alternativa” encaixada no quadro das opções
e políticas que há muito presidem à governação em Portugal e ao seu
aprofundamento na sequência da intervenção externa da Troika, contidas no dito
Programa de Ajustamento do Pacto de Agressão, não há, nem débil nem robusta,
não há alternativa possível! Qualquer alternativa, para o PCP, começa
exactamente por exigir a ruptura com essas políticas e opções que conduziram
Portugal ao estado de desastre em que se encontra. Mesmo se é uma proposta de
alternativa que choca com o pensamento dominante, e daí parecer pouco exequível.
Mas é a única que pode assegurar a exequibilidade do futuro de Portugal!
As desigualdades são intrínsecas ao capitalismo. Não é
possível eliminá-las sem eliminar o capitalismo. Mas mesmo a sua atenuação, a
sua limitação a níveis compatíveis com a dignidade dos seres humanos (mesmo se
esta consideração de dignidade necessitasse de uma reflexão sobre a sua possível
compatibilidade histórica com situações sistémicas de “exploração” e
“dominação”!), exige um combate numa perspectiva anticapitalista. O socialismo
como etapa histórica e o comunismo como ideal!
Mas na história que hoje nos atravessa e atravessa os dias
dolorosos dos portugueses e portuguesas, começa por ser necessário afirmar a
ruptura com a política de direita e a necessidade absoluta de travar a Troica e
o Pacto de Agressão. A necessidade de romper com as políticas que se traduzem
no afundar do quotidiano dos portugueses e no afogar da esperança do nosso
povo! Necessário também desmontar/afastar as pseudo-alternativas, do que de
facto mais não é senão, a “alternância” governativa, para garantir o essencial
da mesma política de direita. Alternância a funcionar como um seguro de vida do
sistema, e dos seus aproveitadores.
E afirmar a alternativa, que tem no núcleo duro dos seus
eixos estruturantes, por “razões éticas”, por “razões económicas” e sociais e
por “razões políticas”, o combate às desigualdades!
Processo de rejeição, que se contrapõe e confronta com a
exigência da renegociação da dívida de acordo com os interesses nacionais,
desamarrando o país, da submissão e colonização a que está sujeito. Política
alternativa que exige a valorização do trabalho e dos trabalhadores, a
alteração radical das políticas financeiras e fiscal, uma administração e
serviços públicos, garantindo o direito à saúde, à educação e à segurança
social, a recuperação pelo Estado do comando democrático da economia, a
libertação do país das imposições supranacionais de políticas contrárias ao
interesse do país, nomeadamente as decorrentes da UEM.
Tinha e teve razão quando se opôs ao processo de recuperação
capitalista e latifundista. Tinha e teve razão quando se opôs ao processo de
privatização e liberalização e quando combateu a reconstituição renovada e
reforçada dos grupos monopolistas. Tinha e teve razão quando se opôs ao
processo de integração capitalista europeu, da CEE à União Europeia, de
Maastricht ao Euro, de Nice ao Tratado de Lisboa.
Tinha e teve razão quando, de forma insistente e persistente,
se opôs a políticas nacionais e comunitárias de liquidação das nossas pescas,
da nossa agricultura, da nossa indústria, à predação do nosso subsolo. Tinha e
teve razão quando se opôs à expansão desenfreada das áreas comerciais dos
grupos da grande distribuição.
Tinha e teve razão quando se opôs aos processos de
financeirização da economia. Tinha e teve razão quando se opôs a uma gestão
orçamental conforme as imposições do Pacto de Estabilidade. Tinha e teve razão
quando combateu o assalto ao comando de empresas e sectores estratégicos pelo
capital multinacional.
E tinha e teve razão quando se opôs aos PEC do governo PS, e
quando, a 5 de Abril de 2011, avançou com a proposta de renegociação da dívida
junto dos nossos credores. Tinha e teve razão na sua oposição ao Pacto de
Agressão da Troika e à violenta ofensiva levada a cabo pelo actual governo.
O PCP tinha, teve e tem razão quando afirma e sublinha que
não há alternativa sem ruptura com as políticas que nos conduziram ao desastre!
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