O ministro das finanças V. Gaspar, ficará na História como o
mais incompetente de todos no período democrático, mas não só. Tão incompetente
como ele – e creio que ao mesmo nível democrático – só Salazar. O “mago das
finanças”, para os monopolistas e latifundiários, à custa de selvática
repressão da policia política, que colocou o país na miséria, emigração em
massa, tuberculose endémica, analfabetismo, destruindo o pouco que de bom a 1ª
república tinha feito pelas classes populares, como a escola pública de 6 anos –
passando-a para 3, generalizando o trabalho infantil, a fome, a habitação em
barracas.
Testemunhei como ainda nos anos 60, estrangeiros visitavam o
nosso país e com um sorriso nos lábios, diziam que valia a pena, pelo Sol, pela
hospitalidade e como exemplo típico dos povos atrasados. Eis o que está agora em
marcha, não com tropa a partir de Braga, mas com a cobertura estratégica a
partir de Belém.
Como Salazar teve Carmona e A. Tomás como espantalhos
políticos, Gaspar tem Coelho e Cavaco, que não se atrevem a contraria-lo.
Mas na Alemanha está satisfeito o ministro Schoebel – o verdadeiro
chanceler, Merkel e o presidente, são os seus espantalhos políticos. Pode de facto estar feliz: “o efeito de financializar a economia é muito semelhante ao
levantamento de um tributo a seguir a uma conquista militar” (Michel Hudson).
Além disto, os países do Norte estão a receber licenciados e doutorados a custo zero para as suas
economias. O odiado “Estado (social) gordo” permitiu-lhes mesmo antes de
nascerem, acesso a cuidados de saúde, assistência médica, educação, facilidades
para jovens. Hoje Portugal, exporta a matéria-prima mais preciosa que tem:
inteligência.
Olhe-se o curriculum de V. Gaspar – ou o de A. Santos
Pereira: teses, doutoramentos, extensa lista de artigos publicados, porém
nenhum deles passou um dia numa empresa da economia real. O falhanço da “ciência
económica contemporânea” vê-se nestes dois eminentes corifeus do
neoliberalismo, incapazes de acertar numa previsão, falhando todos os “desafios”.
Confessam que é muito difícil fazer previsões neste contexto. Falso. A
realidade foi desde sempre desvendada com a devida antecedência para os que a
analisaram a partir do materialismo dialético, não da metafísica neoliberal.
V. Gaspar, faz parte de uma longa lista de incompetências que
ocuparam o ministério das finanças, destacando-se Braga de Macedo (o défice da
BC não interessava, apenas os movimentos de capitais…) a Teixeira dos Santos (disse
que decidia – mal – com as informações que tinha na altura, pelos vistos nada
era capaz de prever corretamente), passando por Catroga (apoiou e colaborou em
tudo que depois classificou, nos outros, como errado).
Valia a pena fazer uma resenha dos disparates, trocadilhos,
contradições que esta gente a disse, para defender sempre os mesmos – os que também
Salazar defendia.
Fica para V. Gaspar o registo – que Salazar poderia também
ter dito em 1928 – “não fui eleito coisíssima nenhuma”, esquecendo que faz
parte de um governo submetido a uma Constituição democrática (que odeiam) que
pode (e deve!) ser demitido democraticamente quanto antes…para fim do pesadelo.
E que se lixe o Schoebel!
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