Nos tempos atuais podemos dizer que enquanto a cidadania
adormece os “banksters” dominam e controlam as políticas dos países. Banksters
é um termo, penso que criado por Paul Craig Roberts, mas utilizado por vários
outros economistas progressistas dos EUA, referindo-se à finança predadora,
corrupta e fraudulenta, à qual se associam os monopólios e grandes
transnacionais.
Na realidade, enquanto a cidadania é adormecida pelas ilusões
e “inverdades” dos comentadores e políticos do sistema, “banksters” e a
oligarcas dominam o sistema político, são ouvidos sem contestação como seres
acima dos demais, uma espécie de senhores feudais aos quais o povo tem de pagar
tributo, não escondendo o desprezo pelos “seus” políticos e pelo povo em geral,
nem a irritação que a contestação aos seus ilegítimos interesses provoca.
A demissão de V. Gaspar não é o reconhecimento dos seus erros
nem ele mudou de ideias ou se converteu a outro modelo de economia-política.
Faz-nos lembrar a demissão de Salazar como ministro das finanças, não admitindo
a contestação do republicanismo popular nas ruas e fábricas nem ser
condicionado pelo republicanismo de direita no governo. Sabia muito bem o que
queria: o fascismo, necessário para impor a sua “ordem”.
Muitos “críticos” desmascararam-se ao lamentarem a saída de
V. Gaspar, como o sr. J. Gomes Ferreira, que considerou que “é mau, é um sinal
de que não vai ser feito aquilo que é preciso”. Mas preciso para quem? Ou seja:
cortar salários, pensões, prestações sociais, mas deixar intocados ou juros que
este ano representam cerca de 100% do défice do Estado.
O que levou à saída de V. Gaspar (que aspirava ser outro
“mago das finanças”) não foi apenas o fracasso dos seus resultados, mas a
contestação popular, o despeito por o governo não dispor de poder absoluto,
acima da Constituição, para os seus "ajustamentos estruturais". Uma das poucas verdades que P. Coelho disse antes de ser
eleito foi que queria mudar a Constituição.
Enquanto a cidadania adormece, Cavaco Silva, almeja
ser outro Carmona, passar por cima da Constituição, impor um governo e uma política
oligárquica e totalitária, transformar as eleições numa farsa, à maneira
salazarista, nas quais as pessoas (algumas) podiam votar, mas não escolher e
decidir a política do país. Agora também para só alguns votarem, Cavaco Silva e
a oligarquia contam com o descrédito dos “políticos” fomentado á exaustão pelos
comentadores de serviço que fazem prova de "repúdio pelo comunismo e por
todas as ideias subversivas" (fórmula fascista para a função pública) como
se à esquerda do PS nada democraticamente existisse.
O desejo dos “banksters”/oligarcas que o PR bem interpreta
como se fosse o “interesse nacional” é passar do liberalismo oligárquico do PS
e parte do PSD, para a ditadura oligárquica que P. Coelho – P. Portas – Gaspar
– Maria Luís – C. Moedas,- etc., queriam protagonizar, amarrando o PS nesta
deriva. O desentendimento entre eles é o reflexo de que o direito
e a Constituição está do lado do povo é este governo que o PR reconduz que se
colocou fora da lei e da Constituição.
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