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14 de julho de 2013

ENQUANTO A CIDADE DORME…

Enquanto a cidade dorme foi um filme dos anos 40, mostrando como durante a noite a cidade era dominada pelo gangsterismo.
Nos tempos atuais podemos dizer que enquanto a cidadania adormece os “banksters” dominam e controlam as políticas dos países. Banksters é um termo, penso que criado por Paul Craig Roberts, mas utilizado por vários outros economistas progressistas dos EUA, referindo-se à finança predadora, corrupta e fraudulenta, à qual se associam os monopólios e grandes transnacionais.
Na realidade, enquanto a cidadania é adormecida pelas ilusões e “inverdades” dos comentadores e políticos do sistema, “banksters” e a oligarcas dominam o sistema político, são ouvidos sem contestação como seres acima dos demais, uma espécie de senhores feudais aos quais o povo tem de pagar tributo, não escondendo o desprezo pelos “seus” políticos e pelo povo em geral, nem a irritação que a contestação aos seus ilegítimos interesses provoca.
A demissão de V. Gaspar não é o reconhecimento dos seus erros nem ele mudou de ideias ou se converteu a outro modelo de economia-política. Faz-nos lembrar a demissão de Salazar como ministro das finanças, não admitindo a contestação do republicanismo popular nas ruas e fábricas nem ser condicionado pelo republicanismo de direita no governo. Sabia muito bem o que queria: o fascismo, necessário para impor a sua “ordem”.
Muitos “críticos” desmascararam-se ao lamentarem a saída de V. Gaspar, como o sr. J. Gomes Ferreira, que considerou que “é mau, é um sinal de que não vai ser feito aquilo que é preciso”. Mas preciso para quem? Ou seja: cortar salários, pensões, prestações sociais, mas deixar intocados ou juros que este ano representam cerca de 100% do défice do Estado.
O que levou à saída de V. Gaspar (que aspirava ser outro “mago das finanças”) não foi  apenas o fracasso dos seus resultados, mas a contestação popular, o despeito por o governo não dispor de poder absoluto, acima da Constituição, para os seus "ajustamentos estruturais". Uma das poucas verdades que P. Coelho disse antes de ser eleito foi que queria mudar a Constituição.
Enquanto a cidadania adormece, Cavaco Silva, almeja ser outro Carmona, passar por cima da Constituição, impor um governo e uma política oligárquica e totalitária, transformar as eleições numa farsa, à maneira salazarista, nas quais as pessoas (algumas) podiam votar, mas não escolher e decidir a política do país. Agora também para só alguns votarem, Cavaco Silva e a oligarquia contam com o descrédito dos “políticos” fomentado á exaustão pelos comentadores de serviço que fazem prova de "repúdio pelo comunismo e por todas as ideias subversivas" (fórmula fascista para a função pública) como se à esquerda do PS nada democraticamente existisse.
O desejo dos “banksters”/oligarcas que o PR bem interpreta como se fosse o “interesse nacional” é passar do liberalismo oligárquico do PS e parte do PSD, para a ditadura oligárquica que P. Coelho – P. Portas – Gaspar – Maria Luís – C. Moedas,- etc., queriam protagonizar, amarrando o PS nesta deriva. O desentendimento entre eles é o reflexo de que o direito e a Constituição está do lado do povo é este governo que o PR reconduz que se colocou fora da lei e da Constituição.

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