Isto mostra o nível de “solidariedade” e “europeísmo” na UE e
em particular na zona euro. A UE pode afundar-se na recessão, no desemprego, na
pobreza, que já atinge hoje a França, na decadência económica e social, não
falando na cultural, que para o sr. Schauble, isso só vale na medida em que for
útil ou prejudicial para a “Alemanha” (leia-se o grande capital alemão). É o
mesmo estado de espírito que levava Goering a dizer: “se 10 000 mulheres russas
morrem de inanição ao cavar uma trincheira anti-tanque, isso só nos importa se
for a favor ou contra a Alemanha”.
Vem isto também a propósito de uma proposta do sr. José
Seguro, na qual as dívidas dos Estados acima de 60% do PIB deviam ser por assim
dizer mutualizadas por mecanismos da UE. A ideia, como todas ou quase dos
“europeístas”, não é “estúpida” nem é “inteligente”, entra naquele tipo de
raciocínio teológico, isto é, em que a “salvação” virá sempre de fora.
Face a isto, como classificar o acordo (dantes era consenso)
entre PS, PSD, CDS, para a “salvação nacional”? Um acordo na base das ideias
“inteligentes” do sr. Schauble – quem não pensa como ele é estúpido e deve ser
remetido para a categoria dos “sub-humanos” – defendida pelo PSD-governo ou um
acordo feito na base dos raciocínios teológicos europeístas do PS?
O PSD e o CDS pretendem mais austeridade, á maneira
salazarista, “rapidamente e em força”, o PS o mesmo modelo de austeridade mas
“assim assim”. Ou seja, até ver, para os partidos da troika, quanto mais o país for destruído mais se garante a
“confiança dos mercados”.
Querer um acordo de “salvação nacional”, entre o PS, o PSD e
o CDS é não só descabido, mas uma ideia “estúpida”: na troika já nem o FMI, a CE
e o BCE se entendem, no governo nem o PSD e o CDS se entendem, dentro do
próprio PS não se entendem quanto à margem de acordo. Entretanto a vacuidade do PR diz que: "tem confiança"...
Uma lei básica das negociações é que só há acordos estáveis a
prazo se todos forem ganhadores. Eis o que está para além do entendimento do
PR: a instabilidade política não deriva de não haver “acordos” ou “consensos” no
“arco governamental”, mas de soluções que só favorecem uma das partes: capital
contra trabalho, finança especuladora contra os Estados e seus povos.
Quanto à UE, as ambições hegemónicas da Alemanha, por muito
que custe aos “europeístas” levaram mais uma vez a Europa à desgraça. Sob a égide da Alenaha a única
proposta parece ser: empobreçam mais para que as oligarquias enriqueçam mais.
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