Como é típico nos períodos de crise política, os apaniguados do sistema agitam-se em promessas e boas intenções, quando nada fizeram antes,
ou atacam-se uns aos outros na ânsia de se colocarem ao serviço das cúpulas dirigentes, neste caso da UE, como salvadores do sistema.
Mas a UE colapsa. Em praticamente todos os países da UE há protestos contra as políticas de austeridade permanente a favor de uma oligarquia financeira predadora,
corrupta, rentista, manifestações que a comunicação social esconde ou desvaloriza.
Indiferença e hostilidade perante o que é a UE é o que sondagens e a taxa de abstenção evidenciam.
Movimentos contra a burocracia federalista da UE
cresceram e tornaram-se governo em vários países. São a extrema-direita levada ao poder (embora o neoliberalismo vigente seja também um neofascismo) onde o que já tinha sido esquerda faltou
aos seus compromissos. Recordemos o “eurocomunismo” (?!) e os profetas que agoiravam o “caixote do lixo da História” para quem não o seguisse. Eis os resultados.
A UE necessita de relações pacíficas nas suas fronteiras, porém alinhou em todas as manobras de agressão e sanções, visando garantir
a supremacia do dólar e o domínio imperialista sobre as fontes de matérias primas.
A Rússia, a Venezuela, Cuba, o Irão, a Síria, a Líbia, o Sudão, o Iémen, a Jugoslávia, etc., nunca constituíram qualquer ameaça
aos países da UE. Quanto a direitos humanos, se fossem sinceros olhariam primeiro para os aliados como a Arábia Saudita, Israel, Colômbia, etc., ou para os próprios EUA ou a França da repressão
aos “coletes amarelos”.
Os “europeístas” queriam a política externa a “uma só voz” e assim a têm: a política externa da UE é a ditada pela NATO
(no essencial também a interna) e pelos vistos sentem felizes e de boa consciência caluniando a Rússia, a Venezuela, o Irão, etc.
Mas as sanções prejudicam em absoluto os países da UE, especialmente os economicamente mais frágeis, como Portugal que teria todo o interesse em manter e
desenvolver as relações designadamente com a Venezuela.
Pobreza, estagnação, mentiras, corrupção, decadência política, económica e social é o que a UE tem para oferecer, tudo isto mascarado
com a propaganda dos “europeístas” tão confusa como inútil, limitando-se a semear ilusões Se houvesse informação
isenta há muito que o esclarecimento estava feito sobre a UE, incapaz de resolver qualquer dos seus problemas, a não ser dar mais dinheiro à finança.
Como disse Ortega y Gasset: “a burocracia é fautora de guerra civil”. A UE vive uma guerra civil, não militar, social. E por muito que os “europeístas”
apregoem democracia, paz e direitos humanos, tudo isto se esgota na submissão ao imperialismo e à finança.
A soberania de cada Estado, subvertida por Tratados aprovados à revelia dos cidadãos, é um inimigo que os “europeístas” querem abater. Mas sem
soberania não há nem nunca houve democracia.
“A UE não é a Europa”, como escreveu no seu livro João Ferreira. Os povos europeus têm de se libertar das cúpulas burocráticas da
UE, criando um espaço de cooperação, paz e respeito pelas soberanias, entre si e com os vizinhos. É este o significado que pode ter a luta eleitoral para o PE: um esforço de esclarecimento
contra os dogmas do federalismo e do neoliberalismo.
1 comentário:
Merecia maior divulgação
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