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4 de novembro de 2024

O Biltre membro do Partido Socialista

 Militante no PS , com lugar cativo no Publico e na Antena Um no pluralismo da Flor Pedroso , defensor da continuação da guerra na Ucrânia , quando um acordo de Paz se discutia na Turquia insurgiu se contra a posição de Guterres .

 De Carlos Coutinho no seu Facebook : " Nada há tão cego como passar e não ver, quando o horror escorre de   um jornal. Na mesma página do “Público” (30.10,.2024), na sua crónica quinzenal, sob a inscrição permanente “O Mundo às Avessas”, um biltre que nasceu em Bissau, foi professor na Universidade Nova de Lisboa, ministro de Sócrates – primeiro na Administração Interna e depois na Defesa Nacional –, querendo hoje passar por historiador, chama-se Nuno Severiano Teixeira, só respira oxigénio da NATO e dá ao seu camarada Guterres uma cornada sem chifres embolados que nem o Ventura, talvez por ser português,  foi, até hoje, capaz de lhe ferrar:

   “Foram dias felizes para Putin, infelizes para Guterres. Putin conseguiu trazer à Rússia 32 delegações e 24 países naquela que foi, certamente, a maior cimeira diplomática organizada em solo russo desde a célebre Conferência de Ialta, que pôs termo à Segunda Guerra em 1945. E de caminho mostrou ao mundo que não está internacionalmente isolado. Tudo com pompa e circunstância. Guterres foi à Rússia e, com sua presença e uma vénia reverencial ao ditador, deitou a perder três anos de defesa firme do direito internacional.”
   Daqui se conclui que os salvadores da Humanidade são os nazis democráticos do Batalhão Azov em que Zelenski se apoia.
   Por baixo, com título “Pela ordem e pela Pátria”, o mantra do Chega, do Nuno Melo, do Severiano de sei lá quantos devotos de Salazar, o cronista Manuel Loff, professor universitário e ex-deputado, regista uma pequena série dos assassínios policiais praticados ao abrigo do sagrado dever de impor a tal ordem a esta nossa acrisolada pátria. 
   Citemos:
   “1987, Fernando Semedo, Queluz; Romão Monteiro, 33 anos, cigano, morto em Matosinhos enquanto estava detido e algemado, 32001; Ângelo Semedo, 17 anos, 2002; António Pereira, 25 anos, operário, membro do Centro Cultural Africano de Setúbal, morto no Bairro da Bela Vista, 2003; Carlos Reis (PTB), 20 anos, morador no Zambujal (o mesmo bairro de Odair Moniz), baleado na cabeça por um agente da PSP durante uma ‘operação stop’, 2004; José Carlos Vicente (“Tete), 16 anos, morador no Bairro 6 de Maio, Amadora, morre no hospital dois dias depois de ter sido identificado na esquadra da Reboleira, 2005; João, 17 anos, morador no Bairro Amarelo, Almada, morto pela GNR, Quinta do Raposo de Cima, Monte da Caparica, 2009; Elson Sanches (“Kuku”), 14 anos, na Quita da Lage, Amadora, abatido à queima-roupa, 2010; McSake (Nuno Rodrigues) rapper, 2013, Diogo Filipe Borges Seidi (“Musso”), 15 anos, Bairro 6 de Maio, morre no Hospital Amadora-Sintra, depois de se queimar e de ter sido torturado pela polícia na esquadra de Alfragide. E, agora, Odair Moniz, 43 anos, Zambujal. Quatro tiros, dois mortais, disparados a curta distância. (E a esta lista falta acrescentar todos os outros afrodescendentes e ciganos que, abordados na rua, em casa, detidos em esquadra, foram espancados, torturados, humilhados com insultos racistas.
   “A retórica do Chega e de vários sindicatos policiais sabe-se bem que não tem motivos para se queixar da magistratura: quando estes agentes foram a tribunal – em muitos casos a justiça decidiu não acusar nenhum membro das forças de segurança –, os agentes policiais foram condenados a penas suspensas ou mesmo absolvidos, o que faz com que, desde há muito, a Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância (ECRI), do Conselho da Europa, denuncie “que os agentes das forças da ordem processados por violências racistas são raramente condenados, (bastando-lhes) invocar a legítima defesa para serem absolvidos” 
   “Em vários casos, o Ministério Público acusou-os de falsificar relatórios e testemunhos e manipular provas. No seu relatório de 3013, a ECRI voltou a (convidar) as autoridades a proceder a um inquérito sobre a possível existência de uma cultura institucional de racismo ou discriminação racial no seio da polícia.”
   Basta de citações. É já insuportável a minha vergonha.

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