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27 de abril de 2020

Remendos no quadro do sistema

Com a actual crise  é uma evidência que se vão agravar  e acentuar as desigualdades sociais e que do ponto de vista do Estado vão aumentar as despesas , diminuir as receitas e aumentar o endividamento .
No quadro actual da UE ,  apenas  com o que já foi decidido , suspensão de regras,  como as Orçamentais e de  acréscimos de injecções de liquidez  por parte  do BCE esta crise  vai agudizar contradições , aumentar as forças centrifugas ,  as desigualdades entre Estados e vai impor, de facto , novas regras e medidas . Dependerá da sua extensão e da resposta efectiva aos problemas , mas também   da aceitação e da  capacidade de resposta das massas populares o  saber, se  serão suficientes para conter "a ordem vigente ".
Até agora o que na prática tem dado oxigénio à UE tem sido o B.C.E .
 Investidores fazem pressão para que este  ultrapasse o quadro da sua actuação e que siga os exemplos da Fed e do Japão , comprando nomeadamente obrigações de empresas seja qual for a notação. Há cada vez mais cepticismo sobre o plano de relançamento da Comissão. 
As dívidas designadamente da Itália , Portugal   Grécia ... vão aumentar  e não são pagáveis . Irão rolando com a bengala do BCE.
O crescimento vai ser fraco e o arranque não será simultâneo . Sem crescimento e com tendências deflacionistas a dívida vai ser um garrote insuportável.  O arranque vai ser alicerçado em empréstimos e défices Orçamentais . As regras do pacto orçamental que estão suspensas  terão de ser revistas dizem uns... outros que "deverão ser esquecidas pura e simplesmente. " No rolamento da dívida a sua maturidade terá que ser também  alongada o mais possível , já que quem manda -Alemanha e satélites- não aceita as obrigações perpétuas , a dívida perpétua . Pela pressão dos acontecimentos o BCE  poderá ver- se obrigado a ultrapassar a interdição de comprar obrigações cuja maturidade ultrapasse os 30 anos . O Banco Central poderá ser um elemento essencial nesta estratégia .
Com o objectivo de reduzir os custos os governos poderão também recorrer aos empréstimos internos desde que ponham na ordem a banca..
Mas tudo isto serão remendos e tentativas de colmatar uma efectiva política de solidariedade e de resposta à crise assente no investimento , na justiça fiscal e social e no alargamento do mercado interno , no aumento da produção e re -industrialização , com o corte na dívida externa (hair cut) e o retomar da soberania monetária e Orçamental e no controlo do sistema financeiro e do movimento de capitais... 





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