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19 de maio de 2022

O admirável mundo da "democracia liberal"

 O mundo enfrenta ainda uma crise pandémica, mais uma guerra na qual países da NATO e UE "investem" dezenas de milhares de milhões de dólares, em consequência o encarecimento e escassez de matérias primas, do petróleo aos cereais, está a reduzir o nível de vida e a aumentar a pobreza nos países de maior PIB prevendo-se desencadear mais fome nos países mais pobres. Isto sem falar nos riscos de uma guerra global que a potência que se pretende hegemónica desenha.

As regras da UE vergam-se em obediência ao "atlantismo" para permitir a entrada da Ucrânia nazificada e corrupta. Os EUA querem a todo o custo que a UE sustente financeiramente aquele país, um buraco negro económico. A Ucrânia era mesmo antes de 2014, considerada pelo Banco Mundial, todas as agências, o país mais corrupto da Europa.

A von der Leyen, foi mandada ao Japão para no fundo dizer ao governo: façam como nós, obedeçam, acabem com os problemas quanto a ter armas atómicas no vosso território: Moscovo "é hoje a ameaça mais direta à ordem mundial com a guerra bárbara contra a Ucrânia e o perturbador pacto com a China", disse, depois de um encontro com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida. Das conversações resultou ainda uma mensagem à China, de defesa de um "Indo-Pacífico livre e aberto" contra a ascensão militar de Pequim na região.

Mas tudo isto é a bem da democracia... liberal. As ações das empresas de armamento sobem em flecha e a oligarquia sabe aproveitar todas as crises e também trata de criá-las sempre que a deixam. Para isso lá estão os grandes media que para serem "livres" estão na mão da oligarquia.

Eis então como como funciona o admirável mundo da "democracia liberal". Diz-nos a OXFAM: a riqueza dos dez homens mais ricos duplicou, enquanto o rendimento de 99% da humanidade se deteriorou.

A cada 26 horas um novo bilionário surge no mundo, enquanto as desigualdades contribuem para a morte de pelo menos uma pessoa a cada quatro segundos. Os dez homens mais ricos do mundo mais que dobraram sua fortuna de 700 mil milhões de dólares para 1,5 milhões de milhões. Atualmente detêm seis vezes mais riqueza do que os 3,1 bilhões de pessoas mais pobres.

No novo relatório da Oxfam As Desigualdades Matam, divulgado por ocasião da "Agenda de Davos" do Fórum Económico Mundial, a organização afirma que as desigualdades contribuem para a morte de pelo menos 21 000 pessoas por dia, ou dito de outra forma, uma pessoa a cada quatro segundos. "Nunca foi tão importante acabar com as desigualdades violentas e obscenas, recuperar o poder e a riqueza extrema que as elites possuem, inclusive por meio de medidas fiscais, para reintegrar esse dinheiro na economia real e salvar vidas". Desde o início da pandemia, os bilionários aumentaram suas fortunas em 5 milhões de milhões, mais do que nos últimos 14 anos. Este é o maior aumento na riqueza dos bilionários desde o início dos registos.

Os bilionários tiveram uma pandemia de luxo. Os bancos centrais injetaram milhões de milhões de dólares nos mercados financeiros para salvar a economia, mas muito disso acabou nos bolsos dos bilionários.

As desigualdades extremas são uma forma de violência económica em que decisões legislativas e políticas que perpetuam a riqueza e o poder de uma elite privilegiada prejudicam diretamente a grande maioria da população mundial e nosso planeta. Nos Estados Unidos, 3,4 milhões de negros estariam vivos hoje se tivessem a mesma expectativa de vida da população branca do país, o que está diretamente ligado ao legado histórico de racismo e colonialismo. (La riqueza de los diez hombres más ricos se ha duplicado, mientras que se estima que los ingresos del 99 % de la humanidad se han deteriorado | Oxfam International)

Não admira portanto que por cá o governo em obediência à oligarquia se recuse a aplicar mesmo um "imposto extraordinário" a "lucros excessivos" obtidos neste período. Somos ou não uma democracia liberal?!

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