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8 de maio de 2022

Ucrânia: O Conselho de Segurança da ONU adota as posições do PCP sobre o conflito...

O texto do "Conselho de Segurança, que não usa termos como invasão, manifesta "profunda preocupação com a manutenção da paz e da segurança na Ucrânia." Os 15 membros recordam "que todos os Estados-membros devem estar comprometidos, em virtude da Carta das Nações Unidas, com a obrigação de solucionar suas diferenças internacionais por meios pacíficos". Por fim, o texto pede a António Guterres que apresente um relatório sobre a situação.

Em que ficamos srs. "comentadores", mais o clã da direita, que não se incomoda que uma diplomata tente ingerir na política interna do país, para mais defendendo princípios fascistas?

Para os comentadores nada se passou em termos de História Mundial entre 11 de setembro de 2001 e 24 de fevereiro de 2022. De forma que apelar à paz passou a crime, e russos, mesmo cidadãos exemplares, trazem consigo o pecado original do seu país não se submeter ao império.
Boçais, grotescos ou dissertando sobre sofismas gerados nas centrais de desinformação, a narrativa dos media é linear como as das histórias para crianças do passado. Há a fada boa e a fada má que mete criancinhas no caldeirão. A visão que dão do mundo e dos conflitos é tão abstrata como isto. Para as criancinhas serem obedientes falava-se na fada má ou no "papão" que os castigava. A lógica não se entendia, mas as crianças obedeciam a quem mandava. Neste caso, o Tio Sam.
Passemos ao esclarecimento com algumas notas de um texto de Andrei Martianov. (1)
Os EUA e aliados passaram 8 anos a construir o poder militar da Ucrânia. O resultado deixa muito a desejar. Não conseguiram impedir que a Rússia dominasse o campo de batalha no Donbass, deixando as forças ucranianas isoladas, cercadas e sistematicamente destruídas.
A situação no terreno alterou-se, a partir do momento em a NATO procedeu a massivos envios de armamento e mercenários. Neste momento a Rússia está a remover a capacidade ucraniana de combate mais rapidamente que a Ucrânia e a NATO podem substituí-la.
Para "provar" que a Rússia está a perder a guerra é dito que falhou em tomar Kiev e foi obrigada a retirar. Nunca foi dito por parte da Rússia ser este o objetivo. Trata-se de mais uma narrativa dos "analistas" e "comentadores", que quase sem exceções, têm zero de formação académica militar já não falando da compreensão do conflito.
A Rússia tal como os EUA são os únicos países a dispor de um avançado sistema ISR que permite a partir do espaço detetar objetivos no solo, orientando os meios de ataque, por meio de sensores electro-ópticos e infravermelhos para vigilância e reconhecimento em missões táticas. Assim, as munições e armamento que chegam à Ucrânia são destruídos. Se os EUA e os seus caniches da NATO pensam que podem alimentar com armas o regime nazi de Kiev, a Rússia corta-lhes as "linhas de comunicação", incluindo transportes. Um MIG-31 leva no máximo 17 minutos desde descolar até atingir qualquer ponto a cerca de 1000 quilómetros.
A guerra para "enfraquecer a Rússia" está a correr mal para o ocidente e os EUA pouco podem fazer para o alterar. As exportações de produtos energéticos da Rússia já não têm o peso de há 20 anos. A paragem de importação destes produtos por parte da UE, é um inconveniente para a Rússia, mas para a UE é mortal. Enquanto os EUA continuam mesmo a aumentar as importações da Rússia, a UE está á beira da inanição quer em sentido figurado quer literal.
O ocidente foi apanhado na armadilha que criou para a Rússia, as sanções e o aprofundar do conflito, levaram ao aumento dos preços de matérias primas e energia, que aliás se traduzem em maiores rendimentos para a Rússia apesar de diminuir as exportações. Outro paradoxo: apesar da Rússia ser impedida de usar as principais linhas financeiras mundiais, a cotação do rublo aumentou devido à intervenção estatal.
A inflação no ocidente, a queda do nível de vida significam perturbações sociais para os países que aplicam sanções. A "fadiga ucraniana" vai começar a sentir-se e o ocidente tem poucas saídas a não ser negociar com Putin para acabar com o conflito, como disse Javier Solana, ex-SG da NATO. (por que raio não caluniam também este - ou o Papa - como fazem com o PCP. Que nome lhes dar? Ignorantes? Zombies políticos?) Para além do que Biden e os "thick-tanks" dizem ou acreditam, a realidade no terreno tem os seus argumentos e quem não os entendem estão destinados a falhar.

1 - Andrei Martyanov, trabalha e vive nos EUA. Nasceu em 1963 em Baku, URSS, foi graduado na academia naval Kirov, servindo na marinha soviética até 1990. No texto de que selecionámos algumas parte, esclarece que não podem acusa-lo de blá-blá russo, tudo o que foi escrito usou fontes dos EUA. Texto completo em: Reminiscence of the Future... (smoothiex12.blogspot.com)

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