Depois como se vê, o desemprego vai atingir taxas inaceitáveis e o investimento apresenta também quebras muito significativas.
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30 de novembro de 2011
Diziam eles que a Islândia entraria no caos...
Depois como se vê, o desemprego vai atingir taxas inaceitáveis e o investimento apresenta também quebras muito significativas.
29 de novembro de 2011
O PEQUENO DICIONÁRIO CRÍTICO – 37 - PRECARIEDADE E “EMPREGO PARA A VIDA”
26 de novembro de 2011
TRÊS NOTAS SOBRE A GREVE GERAL
24 de novembro de 2011
Viva a greve geral
2-O Directório das grandes potências reune-se para ver se limam as contadições e ganham algum tempo pois o fogo também já os ameaça.
Notícias da parte francesa.
CE : Berlin pourrait être forcé de revoir sa position
L'Allemagne reste opposée à laisser la BCE intervenir massivement. Mais sa position pourrait s'infléchir. La crise financière commence à la toucher et la récession menace. Nicolas Sarkozy accueille ce midi Angela Merkel et Mario Monti pour un nouveau mini-sommet de crise.
O Lixo dos bancos
Cecile C.
Mais uma etapa para o afundamento
Os bancos europeus vão mal, não é segredo para ninguém. Mas porquè? Porque têm no cofre activos que só valem amendoins. Nesta altura fala-se muito de obrigações soberanas – as instituições bancárias são efectivamente grandes compradoras de dívidas soberanas – se bem que quase se esquece que não são os únicos activos tóxicos que possuem.
Os bancos europeus continuam com efeito carregados de pedaços de "A" "tóxicos" e de produtos derivados, estes os mesmos que engendraram a crise de 2008. Na verdade, agora isso parecia bem longe, mas os bancos nunca conseguiram apagar da sua contabilidade essas perdas latentes.
A acumulação dessas más compras é fatal para os bancos europeus. A cada nova degradação de um Estado, os bancos que detêm essas obrigações perdem valor e sancionados pelos mercados.
O coração do problema: o financiamento
O principal problema para os bancos é hoje refinanciarem-se. Porque os bancos mais não fazem que emprestar, eles pedem emprestado também (para emprestar de novo...). Ora desde há vários meses, os empréstimos inter-bancários estão em ponto morto. Como repetimos várias vezes, quem melhor que um banco para conhecer a saúde de um outro banco. Os banqueiros não são (completamente) descerebrados: têm plena consciência que emprestar aos seus colegas não é boa ideia.
Os bancos europeus têm pois de encontrar outras fontes de financiamento. Até ao presente, podiam contar com o apoio de fundos americanos. Mas desde há alguns dias, estes fogem.
O exemplo do UniCredit
O caso do banco italiano UniCredit é revelador. Ele detém mais de 1.200 biliões de euros de activos (os créditos que possui, etc.). Mas apenas possui 74 biliões de fundos próprios (isto é, a sua reserva). O que nos dá um ratio de 24/1. Ora, segundo as regras fixadas por Basileia II, os fundos próprios de um banco devem normalmente atingir 8% dos activos. UniCredit está bem abaixo das regras com 4,1% de fundos próprios.
Uma perda de 4% do valor dos seus activos significa pois a falência do UniCredit. Uma baixa de 10% dos seus activos – o que é fortemente provável dado que a Itália é o terceiro maior emissor de dívida soberana no mundo e que os bancos italianos são os principais detentores desta dívida – implicaria perdas potenciais de mais de 100 biliões de euros.
Mas o problema não pára aqui. De todos os grandes bancos europeus, UniCredit é o que mais terá de refinanciar-se em 2012. Terá que encontrar 51 biliões de euros. Junto de quem obterá esse dinheiro? Não do Estado italiano que já está sob o fogo cruzado dos mercados e da União Europeia por causa do seu endividamento. UniCredit deve pois emitir obrigações... e encontrar compradores, que se fazem desejar. Actualmente, ele obtém emprestado a uma taxa bem superior à sua A2 (qualidade média superior) oficial de acordada pela Moody's. Na prática, ele obtém emprestado como se tivesse a nota B1 (muito especulativo).
Com um tal custo de empréstimo, UniCredit não pode verdadeiramente esperar fazer lucros. Aliás, a banca italiana já registou perdas de 14,3 biliões de euros no último trimestre.
Itália, Europa, o mesmo combate
O exemplo do UniCredit é característico mão não é único. Entre os bancos a quem hoje se aponta do dedo como perigosos pelos analistas e agências de notação, encontram-se vários grandes bancos franceses como a Société Générale, Crédit Agricole ainda BNP Paribas.
Como para o UniCredit, a questão do seu financiamento é crucial. Les Echos nos revelam que os bancos franceses tiveram que fazer apelo à ajuda do BCE em Outubro: "Segundo as últimas estatísticas do Banco de França, [os bancos franceses] tiveram de pedir emprestado 100 biliões ao Banco central em Outubro, ou seja mais de três vezes mais do que há dois meses ou que há um ano (36 biliões em Agosto, e 33 biliões em Outubro 2010). O recurso à liquiditêz da BCE ultrapassou mesmo o dos bancos espanhóis". Ora conhecemos o estado de saúde catastrófico dos bancos espanhóis...
O contágio ao sistema mundial
Ao nível mundial, é tudo igualmente inquietante. Os bancos europeus detêm 55.000 biliões de euros de activos. É tanto quanto o total da dívida americana (do Estado, dos particulares e das empresas reunidas). O sistema bancário europeu é quatro vezes maior que o seu equivalente americano.
Os Estados Unidos estão largamente expostos ao risco bancário europeu. Em Setembro, 37% dos 1.500 biliões de dólares detidos pelos fundos monetários americanos estavam investidos em obrigações bancárias europeias e nos CDS (os seguros contra o risco de falência) destes bancos.
Pensam que os Estados Unidos se podem permitir perder estes 500 biliões de dólares investidos na Europa ?...
23 de novembro de 2011
O PEQUENO DICIONÁRIO CRÍTICO –36 - ENGENHARIA FINANCEIRA
Notas sobre o Inquérito ao Emprego do 3º trimestre de 2011
· 689 600 desempregados em sentido restrito (12,4%),
· desemprego jovem atinge os 30%,
· 94 300 licenciados desempregados,
· Só no último trimestre perderam-se 39 300 empregos e desde o início do ano 95 100 empregos;
· Pelo menos 30,9% dos trabalhadores por conta de outrem são precários.
1. O INE divulgou há alguns dias os dados do Inquérito ao emprego do 3º trimestre de 2011. A taxa de desemprego voltou a atingir o valor recorde de 12,4% do 1º trimestre e o nº de desempregados em sentido restrito atingiu o seu valor mais elevado de sempre, 689 600 desempregados.
2. Em sentido lato, incluindo os inactivos disponíveis e o subemprego visível, o desemprego atingiu no final do 3º trimestre 1 042 600 desempregados, ou seja, a taxa de desemprego em sentido lato é agora de 18,2%.
3. A esta taxa de desemprego de 12,4% em sentido restrito corresponde, uma taxa de desemprego das mulheres de 12,9% e dos jovens de 30,0%. São já 138 300 os jovens que fazendo parte da população activa se encontram desempregados.
4. A propósito do desemprego jovem vale a pena referir a taxa de desemprego das mulheres jovens desempregadas, que neste 3º trimestre atingiu a taxa de 32,5%, ou seja, uma em cada 3 jovens em idade activa encontra-se hoje desempregada.
5. Os trabalhadores desempregados há mais de um ano são já 356 400 e representam 51,7% do total dos desempregados em sentido restrito.
6. Os trabalhadores licenciados desempregados são 94 300, o que corresponde a uma taxa de desemprego destes trabalhadores de 9,4%, a mais elevada de sempre.
7. A esta taxa de desemprego a nível nacional de 12,4% no 3º trimestre, corresponde uma taxa de desemprego por regiões que atinge os seus valores mais elevados na região de Lisboa, com 14.6%, na região da Madeira com 14.3%, no Algarve com 13,3% e na região do Porto, com 12,7%.
8. Ao mesmo tempo que a taxa de desemprego bateu todos os seus recordes, o emprego continua a evoluir negativamente de tal forma que no final do 3º trimestre o emprego em Portugal era de 4 853 700 indivíduos, valor inferior ao registado em 2000 no 3º trimestre, que era de 5 052 800. Temos hoje menos cerca de 200 000 empregos do que no início do século.
9. Em relação ao 2º trimestre do corrente ano, o nº de empregos reduziu-se em 39 300 e em relação ao 3º trimestre do ano passado temos menos 109 900 empregos.
10. Ao mesmo tempo que o emprego se reduz, o trabalho precário atinge 1 185 900 trabalhadores, dos quais 871 900 são trabalhadores por conta de outrem. Em termos percentuais podemos dizer que 24,4% do emprego total é precário e que o nº de trabalhadores com vínculo precário representa 30,9% dos trabalhadores por conta de outrem.
11. A divulgação destes dados sobre o emprego e o desemprego coincide com a discussão na Assembleia da República do OE para 2012. A taxa de desemprego no 3º trimestre fica 0,1 pontos percentuais abaixo da estimativa que o Governo apresenta para 2011 (12,5%). Tudo leva a crer que o impacto de muitas das medidas recessivas já em vigor se farão sentir ainda mais no actual 4º trimestre fazendo subir ainda mais a taxa de desemprego em 2011.
12. Num ano (2012) em que a taxa de desemprego com grande probabilidade irá ultrapassar em sentido restrito os 13,5% e em sentido lato os 18,5%, em que os desempregados de longa duração ultrapassarão os 400 mil, dos quais mais de 250 mil desempregados estarão desempregados há mais de 2 anos, constitui um autêntico crime social, reduzir os apoios aos desempregados, reduzir os apoios sociais em mais de mil e seiscentos milhões de euros e as despesas com funções sociais em quase 3 mil milhões de euros, como o actual Governo de direita (PSD/CDS) se prepara para fazer, ao aprovar este OE para 2012, com a abstenção violenta (!) do PS.
Notas sobre o crédito concedido às famílias pelo sector financeiro
1. No final do 3º trimestre de 2011, o montante de empréstimos concedidos às famílias era de 151 204 milhões de euros, tendo caído 1,4% em relação ao trimestre homólogo de 2010.
2. Deste montante total de empréstimos às famílias, 119 468 milhões (79% do total) dizem respeito a empréstimos à habitação e também eles caíram 0,2% em termos homólogos. O nº de famílias a que correspondia este montante total de empréstimos à habitação, no final do 3º trimestre de 2011, era de 2 463 985.
3. O montante de empréstimos às famílias para consumo era no final do 3º trimestre de 2011 de 31 736 milhões de euros, ou seja, 21% do total. Em termos homólogos o montante de empréstimos ao consumo caiu 5,9%. O nº de famílias a que correspondia este montante total de empréstimos para consumo, no final do 3º trimestre de 2011, era de 3 797 459.
4. O rácio de crédito vencido das famílias era no final do 3º trimestre de 3,7%, ou seja, do total de crédito concedido às famílias, 3,7% desse montante encontrava-se nesta altura em incumprimento. Desdobrando este incumprimento, pelo crédito à habitação e ao consumo verifica-se que ele é de 2,0% e 10,1% respectivamente.
5. O nº de famílias com crédito vencido (famílias em incumprimento) atingiu no final do 3º trimestre de 2011 os 668 874, destes 140 447 são famílias com crédito vencido à habitação.
6. Em conclusão estes dados provam que se é verdade que grande parte das famílias portuguesas se encontram hoje endividadas, também é verdade que isso se deve fundamentalmente ao facto de o terem feito para poderem ter acesso à habitação. Só desta forma milhões de famílias tiveram acesso a esse direito consagrado na Constituição da República. O endividamento das famílias resultou do facto de o Estado ter colocado a resolução das necessidades de habitação dos portugueses nas mãos de construtores civis, imobiliárias e sector financeiro, que aproveitaram essa oportunidade para acumular lucros sobre lucros ao longo das últimas décadas, ao mesmo tempo que em contrapartida as famílias se endividavam para o presente e para o futuro.
A gatunagem e os robalos do Vara
Descapilizam a segurança social e depios vêm dizer que o problema é da esperança de vida e que ,por isso ,no futuro os reformados só ficarão com 60% do salário que tinham no activo!
As negociatas dos fundos de pensões que têm sido transferidos para a segurança social são um escândalo´
Agora é a transferência do fundo de pensões dos bancários no respeitante aos bancários já reformados que vai ser transferido e que está significativamente descapitalizado. Até os títulos de dívida pública são avaliados pelo valor nominal e não ao preço de mercado! Um caso de polícia.
Ao pé desta negociata os" robalos" do Vara são meros amendoins ou tremoços conforme o gosto!!!
Agora até o Barroso defende as euro-obrigações para mostrar que está vivo
22 de novembro de 2011
As bolsas cairam pela 5ª sessão consecutiva
Les Bourses sombrent, déprimées par les dettes publiques
Le CAC 40 a chuté de plus de 3%. Des commentaires de Moody's sur la France ont jeté un nouveau froid sur les marchés européens. Les investisseurs s'inquiétaient aussi du blocage politique sur la question de la dette à Washington.
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21 de novembro de 2011
A vigarice à solta
A habilidade bancária para contribuinte ver.
19 de novembro de 2011
60% ou 30%
Sem falar com os banqueiros o governo apresentou na Assembleia da República um diploma sobre a capitalização da banca. Como era uma proposta e lei favorável aos banqueiros no seguimento da desvergonhada declaração pública do primeiro ministro de que o governo entrava com o dinheiro público mas que não interferia na gestão, pensaram que ela seria acolhida favoravelmente .
Mas os banqueiros querem tudo e como sabem que este é o seu governo resolveram esticar a corda reivindicando mesmo aquilo que vai ostensivamente contra os interesses do Estado.
Com toda a artilharia da comunicação social que dominam até chegaram a dizer que o governo queria nacionalizar a banca, que queria introduzir golen shares e outras malfeitorias que dariam para rir se o caso não fosse sério. A banca vítima deste governo!!!
Como era de esperar o governo acolheu as reclamações e prepara- se para ir ao encontro dos interesses dos banqueiros mesmo no que é claramente uma negociata contra o interesse público.
O ministro das finanças que quando fala soletra já veio dizer ,atente-se na forma, que o doploma vai sofrer uma "evolução significativa"...Uma evolução!,si-gni-fi-cati-va.!
Por sua vez o banqueiro Ulrich passando a mão pelo lombo do dito declarou comentando uma entrevista da Troika :"gostei muito de ouvir o ministro dsas Finanças,acho que é mais brilhante e competente e até tem mais sentido de humor que os senhores da troika" As palavras do ministro para o banqueiro são musica celestial !
Quais são as propostas dos banqueiros:
Que o Estado entre mudo e saia calado, que os títulos do Estado não diluam a posição dos restantes accionistas, que o prazo do apoio estatal seja superior aos três anos que constava do diploma ,que a entrada de capitais se faça não ao valor do mercado mas ao valor contabilistico, ao valor que os bancos têm contabilizado os seus títulos...Agora o mercado já não serve....
O que é que está em jogo?
se o Estado entrar entrar no capital dos três principais bancos cotados em bolsa , tomando como referência o valor do mercado dos bancos, o Estado fica com 60% dos bancos,se entrar por via de acções ordinárias,com direitos especiais , ao preço contabilistico dos seus activos, como querem os banqueiros no montante previsto pela toika, o Estado ,ficaria a controlar em média cerca de 1/3 do capital dos três bancos...
E quem pagará a negociata ? As gorduras do estado , isto é os salários e os subsídios de natal e férias do ZÉ !
18 de novembro de 2011
O PEQUENO DICIONÁRIO CRÍTICO –35.2- COMPETITIVIDADE- I I
17 de novembro de 2011
Agora a Espanha
O que diz a imprensa financeira:
L'Espagne s'endette à 7%, du jamais vu depuis 1997
L'Espagne, où se tiennent des élections législatives ce dimanche, a dû concéder un taux d'intérêt proche de 7% pour placer ses obligations à 10 ans, dans un contexte de contagion généralisée de la zone euro.
« C'est une tragédie nationale. Plus personne ne nous prête », a réagi sur Twitter le directeur du quotidien « El Mundo », Pedro José Ramírez, dans les minutes qui ont suivi la clôture de l'adjudication espagnole.El BCE vuelve a salvar a España de adentrarse en la zona de rescate
La prima de riesgo se modera después de rozar los 500 puntos. El Tesoro coloca 3.562 millones a diez años a un interés del 7,088%
Zapatero exige respuestas al BCE y a la UE
Francia sufre un aumento del coste para financiarse
MIGUEL MORA | París
España, en peligro al pagar su deuda al 7%
El BCE actúa y alivia la prima de riesgo
Notas sobre a evolução do crédito concedido pelo sector financeiro às empresas
A partir dos dados disponibilizados pela central da responsabilidade de crédito do Banco de Portugal, é possível tirar algumas conclusões interessantes.
1. No final do 3º trimestre de 2011 o crédito concedido pelo sector financeiro às empresas atingiu os 118 674 milhões de euros. Este valor reflecte uma queda consecutiva em termos homólogos nos últimos 4 trimestres. Desde 2002, momento em que esta informação começou a ser recolhida pela central da responsabilidade de crédito do Banco de Portugal, apenas nos últimos 4 trimestres se verificou uma variação homóloga negativa.
2. Este crédito às empresas representou 43,6% do total do crédito concedido à economia, os restantes 56,4% correspondem ao crédito concedido a particulares.
3. O endividamento médio das empresas era no final de Setembro passado de 494 500 euros.
4. No final do 3º trimestre de 2011 a percentagem de incumprimento no crédito às empresas atingiu o seu valor mais elevado, 6,1% em termos nacionais. Em número a percentagem de empresas em incumprimento foi de quase ¼ do seu total (23,4%).
5. Analisando o peso do crédito concedido à indústria transformadora no total do crédito concedido às empresas desde 2002, concluímos que a maior percentagem do crédito concedido à indústria transformadora no total do crédito concedido, foi atingida no 1º trimestre de 2003 e foi de apenas 17,3% do crédito concedido. Desde então, não tem parado de baixar esse peso relativo, de tal forma que no final do 3º trimestre de 2011 esse peso era apenas de 13,2%. Vale a pena registar que esta percentagem corresponde em relação ao universo do crédito concedido ao total das empresas e particulares a uma percentagem de apenas 5,8%. A indústria transformadora absorvia pois no final do 3º trimestre de 2011 apenas 5,8% do crédito total do crédito concedido às empresas e particulares.
6. O crédito concedido às actividades imobiliárias ultrapassou, o peso do crédito à indústria, com 13,3% do total do crédito às empresas no final do 3º trimestre de 2011, o mesmo sucedendo com o comércio por grosso e a retalho, que representa hoje 13,8% do total.
7. O sector que desde sempre tem absorvido a maior fatia do crédito concedido às empresas tem sido inequivocamente, o sector da construção. No último trimestre de 2002 era de 21,1% do total, no 3º trimestre de 2011 foi de 20,5%.
8. A leitura do rácio do crédito vencido pelos vários sectores da indústria transformadora, mostra-nos no final do 3º trimestre de 2011 a situação dramática que já hoje enfrentam alguns sectores, com a incapacidade de fazerem face às prestações de crédito que subscreveram. Vejamos os casos mais significativos: na indústria do vestuário a percentagem de incumprimento de crédito no final do 3º trimestre de 2011 era de 16,5%, na indústria da madeira e cortiça, excepto mobiliário era de 14,1%, na indústria de fabricação do mobiliário e de colchões de 12%, na indústria de reparações e instalações de máquinas e equipamento 11,8%, na fabricação de têxteis era de 10,2% e na indústria de couro e dos produtos de couro de 9,8%.
9. A leitura do rácio do crédito vencido concedido pelo sector financeiro e por regiões, chama-nos à atenção para os níveis de incumprimento do volume de crédito concedido às empresas, o qual tendo atingido no 3º trimestre de 2011 o seu nível mais elevado de sempre, 6,1% a nível nacional, atingiu nalgumas regiões níveis de incumprimento bem mais elevados. Vejamos os casos mais significativos: na região de Setúbal o nível de incumprimento atingiu o seu valor mais elevado de sempre, 14,8% do total do crédito concedido às empresas desta região encontrava-se no final do 3º trimestre de 2011 em incumprimento, enquanto na região do Algarve esse nível era de 10,3%, na lezíria do Tejo era de 10,5%, na região Oeste de 9,6%, na região do Ave de 9,0%, em Entre o Douro e Vouga de 8,2%.
10. Por outro lado a análise do crédito vencido concedido às empresas, por escalões de crédito, permite-nos dizer que também neste caso no 3º trimestre de 2011 foi atingido, para qualquer escalão considerado, o nível mais elevado de incumprimento. Vejamos caso a caso a situação registada: no escalão de crédito concedido até 20 mil euros, 16,1% do crédito concedido está em incumprimento, no escalão de 20 mil a 50 mil euros a percentagem de incumprimento é de 13%, de 50 mil a 100 mil a percentagem é de 11,9%, de 100 mil a 200 mil euros a percentagem de incumprimento é de 10,5%, de 200 mil a 400 mil euros é de 9,2%, de 400 mil a 1 milhão de euros a percentagem de incumprimento é de 9,5%, 1 milhão a 5 milhões a percentagem é de 9,3% e acima de 5 milhões de euros essa percentagem de incumprimento é de 4%. Em síntese o nível de incumprimento do crédito concedido às empresas pelo sector financeiro atingiu no final do 3º trimestre o seu valor mais elevado (6,1%), este nível difere no entanto bastante consoante o escalão de crédito concedido. Quanto mais baixo é esse escalão, mais elevado é o nível de incumprimento atingido.
11. A análise do nº de empresas que em cada um dos escalões de crédito se encontrava em incumprimento no final do 3º trimestre de 2011, confirma em 1º lugar que neste trimestre se atingiu o mais elevado nº de empresas em incumprimento (23,4%) e que qualquer que seja o escalão de crédito em que se encontram as empresas, o nº de empresas em incumprimento é sempre superior a 21%, atingido a percentagem mais elevada de 25,4% nas empresas situadas no escalão de crédito inferior a 20 mil euros.
12. Sintetizando num parágrafo a leitura que é possível fazer dos dados disponibilizados pela central da responsabilidade de crédito do Banco de Portugal, pode dizer-se que apenas 43,6% do crédito concedido é a empresas, que apenas 5,8% do crédito é concedido a empresas da indústria transformadora e que as empresas atingiram no último trimestre o mais elevado nível de incumprimento no pagamento do crédito obtido junto do sector financeiro – 6,1% do volume de crédito e 23,4% do nº de empresas encontravam-se no final do 3º trimestre de 2011 em incumprimento -. Pode ainda concluir-se que o nível de incumprimento é tanto mais elevado quanto menor é o volume de crédito obtido, o que nos pode levar a concluir que ele afecta fundamentalmente as micro, pequenas e médias empresas.