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26 de novembro de 2011

TRÊS NOTAS SOBRE A GREVE GERAL

Que são também de solidariedade com todos que participaram tendo em vista um futuro melhor, pelo seu sacrifício, determinação e, em muitos casos, coragem em nome de todos os que não puderam participar, ficaram indiferentes e até dos que se opuseram.
1 – AS MENTIRAS DO GOVERNO
No seu estado de negação da realidade desta vez a mentira atingiu proporções idênticas às que o fascismo exprimia para ocultar e denegrir o movimento democrático e popular.
Este facto aliado às tentativas de a tornar um acontecimento espúrio revela o seu carácter fascizante, e obscurantista, mas também a fragilidade do seu poder e o sentimento de crescente impopularidade. Lembremo-nos que obtiveram a maioria através da mentira.
2 – A AUSÊNCIA DO PS
Quer na Assembleia da Republica quer nas intervenções do seu secretário-geral e de altos dirigentes a greve não existiu. O PS há muito se alheou dos anseios dos trabalhadores, do “mundo do trabalho” como era uso dizerem para evitar referir “movimento sindical”, como se ser trabalhador fosse uma coisa do “outro mundo”. Na realidade, assim vai sendo face ao desemprego e precariedade existentes, para o que bastante contribuíram e contribuem.
3 – OS COMENTADORES DO JORNALISMO SOB CONTROLO
Oscilaram entre colocar trabalhadores do Estado contra os das empresas privadas; jovens precários contra gerações anteriores com contratos de trabalho; desempregados contra sindicalizados.
Além disto, antes, durante e após, até serem mandados calar por quem manda, questionaram exaustivamente “para que serviu a greve?”, ou se “vai resolver alguma coisa?”.
Quanto a isto recordemos apenas duas frases. J.J. Rouseau, dizia referindo-se aos defensores do absolutismo: “são pagos pelos fortes para pregar aos fracos”.
W. Churchill, após a derrota dos nazis em El-Alamein, disse: “não, não foi o fim, nem sequer o princípio do fim, mas foi seguramente o fim do princípio”.
Também esta greve geral não foi o fim da luta contra a atual ditadura dos especuladores e usurários, mas foi um passo decisivo para o fim do princípio dos desmandos deste governo de direita e extrema direita que, como os de antes do 25 de Abril, está a destruir o país, aceleradamente.

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