Linha de separação


29 de novembro de 2012

AINDA SOBRE BANDIDOS E VIGARISTAS

Acerca de determinado sr. da comunicação social dizer que a Alemanha nos dava dinheiro, mas ele escoava-se pelos bolsos rotos do Estado, vale a pena consultar a intervenção de hoje do deputado António Filipe, sobre a escandalosa negociata das contrapartidas dos submarinos, feita pelo atual ministro Santos Pereira, que transformou um investimento há muito programado de uma empresa alemã ,de 150 M€ num hotel do Algarve - e em seu benefício, claro - numa compensação de 750 M€ devida em contrapartidas para a indústria nacional.
Assim vai este desgoverno, com comentadores numa comunicação social de rastos cada vez mais comparável à de antes do 25 de ABRIL.
Eis a pergunta a fazer: por que é que nunca lá vemos Eugénio Rosa, Octávio Teixeira, Carlos Carvalhas, o prof. Avelãs Nunes, e tantos outros que não se curvam ao fundamentalismo e à hipocrisia vigente?
Para aparecer na TV – ou escrever nos jornais – já pouco mais falta que assinar a velha declaração do “ativo repúdio pelo comunismo e por todas as ideias subversivas” do antigamente. Dantes era censura (e a PIDE) agora é o “critério editorial” e a ameaça de desemprego com “flexibilidade” e sem direitos. O desemprego e a pobreza são outras formas de tortura e prisão.

28 de novembro de 2012

BANDIDOS E VIGARISTAS

A diferença entre o bandido e o vigarista é que o bandido reclama a bolsa ou a vida; o vigarista leva a bolsa procurando convencer que está a fazer um favor ao iludido, pelo processo do cheque sem cobertura (o vigésimo premiado caiu em desuso), o falso anel ou o falso relógio de ouro. Enfim, a imaginação e os truques dos vigaristas são imensos. Uns roubam pela ameaça – como no fascismo – outros procuram seduzir como agora ocorre.
A figura do vigarista não é menos perigosa que a do bandido; ambos apostam no isolamento e na divisão entre as pessoas, dizendo sempre que só procuram o seu bem, porém com um sabe-se com o que se conta, com o outro corre-se o risco de ir de ilusão em ilusão, até nada nos restar.
Na TV – e não só – pululam o que chamamos de vigaristas emplumados, gente que vem fazer propaganda do produto deteriorado que é o neoliberalismo. Falsamente independentes, são escutados atenta e respeitosamente sem contraditório, pelos srs. apresentadores.
Apresentam-se com as plumas de elevados intelectuais, gente profundamente empenhada nos problemas do país e das pessoas. Agora o que está a dar é criticar o governo e o OE, embora sempre reclamassem e aplaudissem o que agora criticam. Um deles foi ao ponto de dizer que a Alemanha dá-nos dinheiro, mas ele vai-se pelos bolsos furados do Estado. Conclusão: repensar (ou “refundar”) o Estado, isto é, mais privatizações, menos prestações sociais e finalmente mudar a Constituição.
Eis o cheque sem cobertura da direita e da extrema-direita que os vigaristas emplumados querem passar. Convencer as pessoas que querem o seu bem (até criticam o governo…) mas que vão abdicando de tudo o que o 25 de ABRIL lhes trouxe – e já não resta assim tanto como isso.
Aqui chegámos com a direita trazida ao colo pelo PS. Aquele PS no dizer do sr. Gaspar, “moderado” e “europeísta”. Bem se ser moderado e europeísta é o que se passa no país, estamos esclarecidos, não podemos ser uma coisa nem outra.
De facto, não sabemos onde pára o PS no meio de tudo isto, também critica, mas propõe o quê? Diga-se que o PS parece hoje o que o PSD parecia quando era oposição. Que ternura pelos “contribuintes” e pelos desempregados então mostrava.
Para já, sabemos bem onde estão o governo e os seus partidos: levam aos portugueses não só a bolsa mas também a vida, aprovam o cheque sem cobertura cobrado e a ser pago portugueses que é o OE de 2013, como foi o de 2012 (como foram os PEC, é bom não esquecer).
Cada qual que tire as suas conclusões.

26 de novembro de 2012

A política de austeridade na Alemanha em 1930/32




As consequências das políticas de austeridade na Alemanha em 1930, não devem ser esquecidas.
A política de deflação salarial do chanceler Bruning reduziu brutalmente o rendimento médio dos trabalhadores, designadamente na indústria (14% de 1929 a 1932). A queda da procura, as falências e o encerramento das empresas levam a que a taxa de desemprego passe de 13% em 1929 para 43% em 1932.

A lógica do chanceler Bruning foi a de baixar substancialmente as prestações sociais para os desempregados (subsídio de desemprego) acompanhado de uma baixa de salários (10%) e de um aumento de impostos e das quotizações sociais.
Mas em 1931, verificou-se que o défice orçamental não se reduziu, pelo contrário.
Todos os salários foram de novo diminuídos (6%), os subsídios de desemprego drasticamente diminuídos.
Estas medidas agravaram consideravelmente a crise e Bruning demitiu-se em 30 de Março de 1932. Mas o mal estava feito e o desastre económico e social permitiram o sucesso eleitoral do NSDAP, o partido de Hitler nas eleições de 1932. (ver Histoire Ecónomique et Social du Monde – guerres et crises, 1914-1947, Paris, Armand Collin, 1972).
A reescrita da história monetária feita pelo Bundesbank, nos anos 1950 e 1960, procuram apresentar a inflação como a verdadeira causa da ascensão de Hitler ao poder não muda a verdade histórica. «Ora é exactamente a repetição destas políticas de austeridade e de deflaçãoaque se reduz a estratégia que os dirigentes da zona euro são capazes de imaginar». Jacques Sapir – Faut-il sortir de l´euro?

23 de novembro de 2012

A ALEMANHA JÁ PERDEU A GUERRA (analogias…)


Perante o repúdio generalizado pela política alemã, os comentadores de serviço têm-se apressado a sair em sua defesa e a criticar os portugueses. Merkel em visita de suserania vem a Portugal. Passos-Gaspar e Cavaco, curvam-se em sinal de obediência. Para eles a Alemanha – entenda-se: a finança alemã - estaria a sacrificar-se por todos nós. Como isto é parecido com os tempos do fascismo na Europa: também os de cá e não só propagandeavam que a Alemanha, agredindo e massacrando outros povos, estava a defender “a civilização do ocidente”. Hoje os argumentos para as agressões imperialistas (Jugoslávia, Iraque, Afeganistão, Líbia, Síria, etc.) não são muito diferentes.
Já foi dito há muito, que quem dominasse Berlim dominava a Europa. O verdadeiro sinal para a 2ª guerra mundial, foi o Anchluss – a anexação da Áustria – tal como a atual guerra económica, financeira, social, cultural, contra os povos da Europa foi desencadeada pela anexação da RDA. Estavam destruídos os equilíbrios europeus; atrás da cegueira anticomunista veio a cegueira neoliberal. Os tratados da UE foram sucessivos Munique, até ao verdadeiro ato de rendição (equivalente ao de Compiégne em 40) perante o poder económico e financeiro da Alemanha, o “Mecanismo Europeu de Estabilidade” (MEE). Nem a França consegue cumprir estes critérios que aplicam penalizações de forma automática sem direito de apelo pelos países. O euro que não é uma moeda comum –nunca foi – tornou-se uma arma de agressão aos povos.
A Alemanha instituiu o seu 4º Reich. Não há nenhum diretório. A França faz o papel de pouco mais que peão, ao sabor dos interesses financeiros dominantes. Há um núcleo duro, Alemanha e seus satélites privilegiados – os mesmos que no passado – Áustria, Holanda, Finlândia. A Itália já se rendeu e o resto dos países está praticamente de rastos, são tratados como protetorados, e o que está em curso, vai torna-los meras colónias. Veja-se o que ocorre com a Grécia, Portugal vai na mesma via.
O BCE desempenha hoje um papel semelhante ao do Reich Bank da 2ª guerra, com uma moeda própria (o reich mark) para circulação entre os países dominados, era o instrumento da espoliação dos recursos destes países em nome da “Gross Deutschland” e da “defesa do ocidente”. Hoje a Alemanha obtém juros à taxa do BCE ou ainda inferiores, os dominados pagam 5, 6, 7 ou mais vezes. Será isto uma UE?
Recordemos ainda que o grande capital dos países dominados pelo fascismo não deixou de lucrar com a guerra, pondo-se ao serviço da agressão alemã. São casos exemplares- entre muitos outros - a Renault em França, o Espirito Santo em Portugal.
Mas a Alemanha tal como no passado já perdeu a guerra. O descalabro que de todos os pontos de vista atinge a UE mostra que a Alemanha não tem capacidade para suportar o euro e para gerir a UE. Os reflexos na sua própria economia e condições sociais são evidentes, de nada serviram ao povo alemão os enormes excedentes acumulados à custa demais “parceiros” (?!) da UE. (1) A austeridade não passa de uma fuga para a frente, semelhante à que anunciavam após a derrota em Estalinegrado: “Sie strarben damit Deutschland lebe“ “Eles morreram para que a Alemanha viva”. Em agosto de 43 – após Kursk -  era evidente a derrota, mas Goebels, vociferava ameaças de “guerra total”.
A austeridade permanente que os tratados impõem, não passa de um grito desesperado para defender o euro, sem o qual a Alemanha se afunda no panorama da competição mundial. Já não há na Europa uma economia para defender o euro. A austeridade era para 2 anos, depois 5, fala-se em 30 e a OCDE diz que salários têm de ser reduzidos de uns 30%.
A persistente irracionalidade e fanatismo de gente como Gaspar-Coelho, Rojoi, Barroso, Monti, Dragi, etc. faz rir do outro lado do Atlântico. Para eles é a História a repetir-se como farsa, para nós a tragédia continua. Até o FMI critica as políticas da UE e Stiglitz diz que não se vai resolver nada, que a Europa mergulha na depressão e na destruição do “capital humano” e que se não resolvendo os atuais problemas resta abandonar o euro. (Visão 08.nov.2012) Para Gaspar- Passos e Portas, porém estamos no” bom caminho”…
Tal como no passado para derrotar esta gente – uma vez o mal feito – foi preciso muita luta e muitos sacrifícios, mas só assim se conseguiu encetar um caminho de progresso. Assim terá de ser.
1 – Em 2008 apenas 18 países da UE eram deficitários; a Alemanha e a Holanda detinham 78% do saldo positivo, que aumentara 51% entre 2003 e 2008; 91% do saldo positivo concentrava-se em mais 5 países todos estreitamente ligados à economia alemã.

22 de novembro de 2012

Israel

A traduzir:




Jimmy Carter: 'Israelis' Policy Is to Confiscate Palestinian Territory' 
By Elisabeth Braw

November 21, 2012 "
Huffingtonpost" --  Israel and Gaza are again attacking each other, Syria is descending into civil war, four American diplomats killed in Libya: the Middle East is more fragile than ever. "Both sides should cease all hostilities," says former US President Jimmy Carter. "Israel should end its blockade of Gaza, and Western countries should work to facilitate reconciliation between Hamas and their Palestinian rival, Fatah. As long as Gaza remains isolated, the situation in and around Gaza will remain volatile."
Israel's leaders don't want a Palestinian state, Carter tells Metro in an exclusive interview with Metro. Carter, who still conducts international negotiations and is now a member The Elders, won the 2002 Nobel Peace Prize. He just returned from a visit to the Middle East.
The chances of a Palestinian state are fading. Whose job is it to fix this situation?
The peace process has been pretty well dormant for the past three years. Of course, in the past we played a key role in being the mediator and conveyer of meetings, but that's not happening either. The first priority would be for the Israelis and Palestinians to take the initiative. But the Israelis have continued with their massive settlement program in the West Bank and East Jerusalem, and the Palestinians say they won't negotiate as long as Israel is continuing to take over their territory, so there's deadlock. The United States is looked upon by the rest of the international community as the primary interlocutor, so the European Union members don't take action. As a result, there's no intermediary who can move things forward and initiate peace talks.
President Obama says he supports a Palestinian state, but even so there's a deadlock. Does it take even more than the support of a US President to get a Palestinian state?
I think the big change is that the Israeli leaders have decided to abandon the two-state solution. Their policy now is to confiscate Palestinian territory, and they've announced publicly that it the Palestinians have to recognize not just Israel but Israel as a Jewish state, even though 20% of the Israeli community are non-Jews. Netanyahu has also decided that even the Jordan valley has to be under Israeli control. So, those factors indicate quite clearly that Netanyahu has decided that the two-state solution is not what he wants. He wants what is being called Greater Israel, Eretz Israel. That's a new development, and I think everyone recognizes this.
The Arab Spring had worldwide support. Now four diplomats have been killed and the region is considered less safe. Are dictators sometimes better than democracy?
A: I don't think so at all. For example, the Egyptian people had a very safe series of elections. As the Carter Center, we monitored several of these elections, and have also monitored the elections in Tunisia and Libya. I don't think there's any doubt that the termination of the dictators has been a major beneficial development. The outside world just tends to be too impatient. The United States declared our independence from Britain in 1776, and it wasn't until 12 years later that we had a constitution. Egypt is going to have a constitution within a year of the President assuming power.
So we're simply too worried about Islamists?
Look at the Muslim Brotherhood. I've known the Muslim Brotherhood leaders for 20 years. They were persecuted by the Mubarak government, imprisoned and so forth, and now they've gone to the people in an honest, fair and safe election. And, of course, they've prevailed because their candidate became President and they have a majority in Parliament. But they're a very moderate group of Islamists, whereas salafists and others are much more radical, at least judging with Western criteria.
The YouTube video defaming Islam caused attacks and huge protests in the Arab world, including possibly the killing of the four American diplomats in Libya. Who's to blame? Is there too much freedom of speech in the US, or are Muslims too sensitive?
First of all, all the evidence now shows that the killings of the four American diplomats in Libya weren't caused by the film but was instead a planned attack by al Qaeda. In the US, Britain, Norway, Sweden and other countries in the West we believe in the right of expression. Western leaders are often criticized in scandalous ways in paintings, words and sculptures, and that criticism is accepted as legitimate. But we deplore when there's a scandalous statement like the ones made in that YouTube film. We regret that it has caused pain to believers in the Islamic faith, but it happens to our own faith as well. But freedom of speech includes freedom of blasphemy.
But isn't it frightening in itself that a deranged YouTube video posted by an obscure individual can undo years of diplomacy?
Yes, it is frightening. I'm a Christian; I teach Bible school every Sunday. I've heard and seen statements made about my own faith that cause me pain. But I don't want the blasphemous person who made the statements put in jail. Yes, it's painful to see the reaction in the Arab world, but I think we have to anticipate it. People in the non-Muslim world who deliberately do this in order to cause Muslims pain underestimate the violence that can erupt from aggrieved Muslims. It's painful and unfortunate, but when you have to choose between that kind of pain and the right of freedom to voice your opinions we come down on the side of freedom.
Speaking of your faith: how do you view the growing role of religion in politics?
In my country, of course, there's a rigid separation of church and state, and our Constitution prohibits religious faith being endorsed by the government. But we have to understand that the governments in Saudi Arabia, Morocco, Jordan and other fairly moderate states are based on sharia law. Then there are some places in certain parts of Sudan, for example, that enforce sharia law with extreme rigidity, like cutting off people's hands and or stoning people to death for adultery. Extreme implementation of sharia law is very bad, but look at Egypt: their constitution says that the principles of sharia law should apply. That's something that we adopt in the United States as well: our money says "in God we trust". We believe in the basic principles of God, and at the same time you can be an atheist if you choose. But in some Muslim countries, if someone says something derogatory about Islam, they can be convicted of blasphemy. That's obviously obnoxious to a Western observer. But each country has a right - depending on whom the voters elect in democratic elections - to impose or not impose the principles of religious law like the sharia

Declaração anti greve

Transcrevemos declaração a circular na net assinada por Alice Vieira - não confundir com a escritora.





DECLARACÃO ANTIGREVE:

Eu,.............................................. , 
NIF . ............................, 
Trabalhador/a da empresa...................................................,

DECLARO:

QUE estou absolutamente contra qualquer coação que limite a minha liberdade de trabalhar.

QUE, por isso, estou contra as greves, piquetes sindicais e qualquer tipo de violência que me impeçam a livre deslocação e acesso ao meu posto de trabalho.

QUE por um exercício de coerência com esta postura, e como mostra da minha total rejeição às violações dessas liberdades,
EXIJO:

1 º. QUE me seja retirado o benefício das 8 horas de trabalho diário, dado que este benefício foi obtido por meio de greves, piquetes e violência, e que me seja aplicada a jornada de 15 horas diárias em vigor antes da injusta obtenção deste benefício.

2 º. QUE me seja retirado o benefício dos dias de descanso semanal, dado que este beneficio foi obtido, por meio de greves, piquetes e violência, e que me seja aplicada a obrigação de trabalhar sem descanso de domingo a domingo.
3 º. QUE me seja retirado o benefício das férias, dado que este benefício foi obtido por meio de greves, piquetes e violência, e me seja aplicada a obrigação de trabalhar sem descanso os 365 dias do ano.

4 º. QUE me seja retirado o benefício dos Subsídios de Férias e de Natal, dado que este benefício foi obtido por meio de greves, piquetes e violência, e me seja aplicada a obrigação de receber apenas 12 salários por ano.

5 º. QUE me sejam retirados os beneficios de Licença de Maternidade, Subsídio de Casamento, Subsídio de Funeral dado que estes benefícios foram obtidos por meio de greves, piquetes e violência, e me seja a plicada a obrigação de trabalhar sem usufruir destes direitos.

6 º. QUE me seja retirado o benefício de Baixa Médica por doença, dado que este benefício foi obtido por meio de greves, piquetes e violência, e me seja aplicada a obrigação de trabalhar mesmo que esteja gravemente doente.

7 º. QUE me seja retirado o direito ao Subsídio de Baixa Médica e de Desemprego, dado que estes benefícios foram obtidos por meio de greves, piquetes e violência. Eu pagarei por qualquer assistência médica e pouparei para quando estiver desempregado/a.

8 º. E, em geral, me sejam retirados todos os beneficios obtidos por meio de greves , piquetes e violência que não estejam comtemplados por escrito.

9 º. DECLARO, também, que renuncio de maneira expressa, completa e permanente a qualquer beneficio atual ou futuro que se consiga por meio da greve do dia 14 de Novembro de 2012.


O mito do bom aluno !


O mito do bom aluno!

Como os gregos têm sido bons alunos a UE e o FMI (a troika lá do sítio) deu-lhes mais dois anos para reduzirem o défice.
Primeiro baixaram-lhe os juros, 1 ponto percentual, do qual Portugal também beneficiou, tal como a Irlanda.
Depois reestruturam-lhe a dívida anulando uma parte e agora foram obrigados a dar-lhe mais dois anos. Tudo porque os gregos têm sido bons alunos!!!
A situação da Grécia é tal que é o FMI que defende uma nova reestruturação da dívida , o que conta com a oposição da Alemanha a entrar em período pré-eleitoral!
Até lá procura-se arranjar 44 milhares de milhão que permitam tapar o buraco no imediato e fazer rolar a dívida grega!
Os principais credores da dívida grega são hoje o BCE, o F.E.E.F e o FMI, o que politicamente cria mais embaraços...
Há ainda a necessidade de recapitalizar os Bancos gregos para evitar que se afundem com pesadas consequências para os seus confrades europeus!
Escrevemos tudo isto para mostrar a farsa da afirmação do governo quando nos diz que tivemos mais uma ano para corrigir o défice porque somos cumpridores (bons alunos...)!
A continuar com a mesma política estamos no bom caminho, para atingirmos a situação grega!

15 de novembro de 2012

CONTRA A GREVE

Os argumentos são os mesmos e antigos: “nunca é oportuna” e “nas atuais condições do país“, blá, blá. Já ouvia isto nos meus tempos de estudante.
Tal como no tempo do fascismo salazarento “os estudantes são para estudar”, “os trabalhadores são para trabalhar”. Portanto greves, reivindicações, nunca são “oportunas”. Tudo o que têm que fazer é trabalhar o mais possível para a minoria oligárquica fique cada vez mais rica – ao serviço da qual esteve o Teixeira dos Santos e agora está de serviço o gaguejante Gaspar.
Claro que fazer greve é legal! Têm o cuidado de repetir, mas não sei se estão a ver a contradição: é legal, mas não se deve fazer. Claro que nem tudo o que é legal é ético – seria preciso que as leis o fossem. Só banqueiros podem fazer coisas ilegais e imorais, que fica tudo bem e nós pagamos. Podem mesmo continuar a fazer parte do Conselho de Estado, escolhidos pela nulidade de Belém, em acentuada competição neste domínio, com o fascista Tomás,que o 25 de ABRIL correu de lá para fora.
O caso dos estivadores é exemplar de como agem os neoliberais: aqui o “menos Estado” deixa cair a tanga e o governo prepara-se para decretar serviços mínimos se não se fizer a vontade à troika. Sim, porque isto estava previsto: O “governo tem de assegurar a moderação salarial” e uma das medidas para o sector dos portos seria o fim dos direitos que os trabalhadores portuários possam ter para além da Lei geral. (p.114 do IMF Country Report No. 12/77 - 2012 April 4, 2012) (1) Para a troika, em nome dos “mercados”, o governo não deve interferir “no livre movimento de capitais”, porém deve introduzir reformas no processo de discussão coletiva de salários” (collective wage bargaining).
E aqui estão os “superiores interesses da nação” ao jeito fascista defendidos pelo PSD e CDS. Lá dizia o sr. Pires de Lima que devia ser a troika a obrigar os partidos a mudarem a Constituição. Eis como lhes cai a máscara liberal e democrata cristã, quando toca a música da oligarquia. Faz-lhes falta uma Constituição que torne ilegais, tal como no fascismo, as liberdades da própria Constituição, que ficarvam sempre “de acordo com o expresso na lei”.
Mas recordemos outro aspetos aos preocupados as greves, mas que acham que se deve colaborar com uma economia que põe no desemprego mais de 500 trabalhadores por dia. Nos países capitalistas mais ricos nos anos onde houve aumentos do nível de vida, crescimento económico, emprego, conquista de regalias sociais, progresso social e cultural, foram anos de grandes e muitas lutas sociais e greves.
Como disse Arménio Carlos: esta greve não foi apenas de protesto, foi também de propostas. Na realidade, a verdadeira e mais profunda natureza de uma greve é não apenas lutar por menos exploração, mas ter como horizonte o fim da exploração.
1 – Ver: Representantes do Império em inspeção a uma província: “IMF country report nº 12/77 – odiario.info - 26.abr.12

9 de novembro de 2012

OS FALSOS DILEMAS


Ensinaram-me há muito, era jovem, que nunca devemos aceitar dilemas. Descobri mais tarde que isto era uma das regras básicas não só de qualquer negociação, mas da própria vida.
Sem argumentos válidos, o governo e as catatuas políticas dos seus deputados, ou se refugiam carpindo culpas ao PS do que sempre apoiaram ou se abstiveram ou ousam a tática do terrorismo emocional com o dilema: ou a troika ou o caos.
Trata-se no entanto de um falso dilema: a troika e este governo, são por si o caos. Em 2013 os encargos com a dívida pública atingem 8,6 mil milhões de euros, algo como 5% do PIB, para os pagar – sem cair no caos – seria necessário que o país crescesse no mínimo dos mínimos 6 ou 7%. Absolutamente impensável, com esta UE e os seus tratados de “estabilidade e crescimento” (!?).
Sabemos que 32% da dívida pública atual foi contraída após a “ajuda” da troika; em 2010, os juros representavam 2,7% do PIB, agora graças à “ajuda” atingem mais de 4% do PIB; o investimento reduziu-se 13% em 2 anos; Portugal é o país europeu com maior crescimento do desemprego e aumento de dívida pública em percentagem do PIB; de menos de 100% do PIB de endividamento do Estado, passaremos em 2013 a mais de 120%.
Estamos no caos económico e social, governados por uma camada da falsários – a começar pelo de Belém - cujo objetivo único é destruir a Constituição, instaurando o caos, pondo o país perante falsos dilemas, procurando vencer resistências pelo cansaço, e instaurar “de jure” uma ditadura oligárquica (passe o pleonasmo), que à semelhança da salazarista, contorne por decretos-leis as liberdades e garantias dos cidadãos.
Fazendo este jogo, comentadores continuam a criticar “os políticos” por não apresentarem alternativas. De facto, são incuráveis cegos e surdos a tudo o que não venha do “arco governamental”, os partidos da troika – PS, PSD CDS – antecipando a sua tão desejada revisão constitucional, que torne o regime saído do 25 de ABRIL uma mascarada de democracia.
As alternativas propostas à esquerda podem parecer-lhes erradas, digam o que quiserem, pois só por exceção falam com contraditório, porém dizer que não existem é ignorância ou má-fé. O que, diga-se, na atual comunicação social, parece passar por virtudes…

Nos E.U.

A redução do défice
Deixando de lado muitas, essenciais e importantes questões sobre a Administração Obama quer no plano interno quer externo - um homem do sistema e que serve o sistema-  é interessante ver que enquanto o  governo dos E.U. quer reduzir ó défice pelo aumento de impostos sobre os que têm mais rendimentos, os Republicanos que têm a maioria  na Câmara dos Representantes querem a redução do défice "com cortes na despesa pública com programas sociais "
O líder da Câmara dos Representantes num "gesto de boa vontade " diz aceitar  algum aumento de impostos , mas não para os americanos com mais rendimentos...

O que diz o CES

O Conselho Económico e Social  disse ontem na A.R. que era necessário renegociar o programa da troika.
 Em causa está segundo o Público pág 19  nomeadamente, a redução dos juros dos empréstimos  e  o prolongamento dos seus prazos de pagamento
Isto tem um nome. Renegociação da  da dívida !
O C .E.S. acrescenta  e bem ," que quanto mais tarde for aberto o processo de negociação, piores condições teremos para o fazer do que se o fizermos já".
Pois é !

7 de novembro de 2012

Banqueiros!


Segunda a imprensa de 7/11/2012, os banqueiros que se reuniram no X Fórum da Banca deixaram uma mensagem aos governantes: é preciso apostar no crescimento económico.
F. Ulrich diz que a banca está disponível para dar crédito e Ricardo salgado afirmou que «é fundamental que o processo de privatização vá até ao fim».
Ulrich disse até que o problema do crédito à economia está na economia, não nos bancos!«Tragam-nos as empresas que querem crédito, eu imploro», rematou!
Grande lata! dizemos nós.
Quanto leva o BPI de spreed em cima do euribor para financiar um projecto? 5% ou mais!
Mas a estas taxas nãohá projecto que vença, a não ser os especulativos!
E é por isso que os empresários e gestores dizem e com razão que não têm acesso a financiamento.
Os Bancos desculpam-se dizendo que não podem conceder crédito «a um preço inferior ao seu próprio financiamento»
Falso.
Foram buscar milhões ao BCE a 1% mas levam de spreed  5% e 6% em cima do euribor Com estas condições não há projecto com rentabilidade que pague tal serviço da dívida.
E o que faz o Governo e o Banco de Portugal? Nada.
 Sem investimento não há crescimento económico nem emprego!
Mas com aplicações usurárias e especulativas o BPI e o Espírito Santo podem apresentar lucros milionários em tempos de crise, miséria e fome
Quanto às privatizações o banqueiro Salgado que olhe para a balança de rendimentos e veja o que sai do país em lucros e dividendos

A sobrevalorização do dólar e a falência da Argentina


A questão do Euro sobrevalorizado na economia portuguesa .
Veja-se o caso da Argentina, com a ligação do peso ao dólar e as consequencias da sua valorização :

“A crise de 2001 e a falência argentina

Para lutar contra a inflação, Carlos Menem atrelou o peso ao dólar dos EUA (currency board). O país, entre 1992 e 1998, beneficiou bastante do dólar fraco, mas entrou em dificuldades com o seu forte aumento em 1998. Menos competitivo, as exportações caíram, daí resultando uma diminuição na circulação de dinheiro e de crédito.

Em 1999, o país chamou o FMI, que impôs novas reduções drásticas nos gastos públicos e cortes de salários públicos e privados. A situação agravou-se, a escassez de dólares e, portanto, de pesos intensificou-se. A recessão atingiu -4%, o desemprego explodiu, os protestos populares tornaram-se cada vez mais fortes. Apareceram muitas moedas locais.


A Argentina entrou então numa espiral deflacionária: o Ministro da Economia Domingo Cavallo bem prometeu aos mercados um deficit zero, os cortes orçamentais apenas tornaram mais deprimida a procura e a actividade económica geral. As receitas fiscais caíram, obrigando a um acréscimo de austeridade. Keynes teria adivinhado a continuação: não podendo nem desvalorizar (currency board), nem usar a impressão de notas, nem dar apoio orçamental à actividade económica (devido ao aumento das taxas de juros cobradas pelos mercados financeiros, limitando o endividamento possível), o governo ficou refém e a economia só pôde bater na parede.

Bastantes esforços fez o país sobre as suas finanças públicas (em 2001, a dívida pública representa "apenas" 54% do PIB e o deficit é de cerca de 3% do PIB – neste mesmo ano de 2011 a dívida pública da Grécia era de 150% e -10% para o défice e 80% e -5% respectivamente para a França), apesar do crescimento e das receitas de privatizações, o serviço da dívida pública tornou-se cada vez mais pesado. Representava 4% do PIB em 1990, mas 9% no final de 1999 (em 2011 os valores respectivos para a Grécia e França foram de 6% e 3%).

Corroeu-se a confiança dos credores internacionais: as taxas de juros excederem no início de 2001 os 10% e os 20% em Outubro de 2001 e os 30% no início de Dezembro ...

A explosão final ocorreu em 1 de Dezembro de 2001, quando, perante a fuga de capitais e a crise de liquidez, o governo implementou o corralito, o que limitou levantamentos bancários para 250 pesos (1 peso = 1 dólar EUA) por semana e a proibição de todas as remessas de fundos para o exterior.

Em 5 de Dezembro, o FMI constata que apesar de um avanço de US $ 8 bilhões acordado no mês de Agosto e da queda de 13% dos salários e pensões no país, o défice orçamental para 2001 se aproximara finalmente dos 4 % do PIB, o dobro do que estava previsto. Ciente de sua insolvência, ele deixa o país, recusando uma nova ajuda.

A Argentina sofreu então uma enorme crise de confiança no seu sistema bancário, uma greve geral em 20 de Dezembro e, finalmente, uma série de protestos violentos, de que resultaram 28 mortes. O presidente renunciou, e seu sucessor anunciou em 23 de Dezembro que o país insolvente, entrara em falência sobre a sua dívida externa (US $ 100 bilhões) e remove a ligação do peso ao dólar para o desvalorizar. Repõe também as ajudas sociais e procede ao relançamento dos gastos públicos. Para limitar as consequências da desvalorização sobre o nível de vida da Argentina, as autoridades decidiram transferir o fardo do ajuste para os bancos e empresas de serviços públicos (estrangeiras na maior parte.)

Os primeiros meses foram muito difíceis: em meados de 2002, com uma recessão de - 12%, a taxa de desemprego chegou aos 23% e a taxa de pobreza aos 57%.
Mas a desvalorização teve um efeito muito positivo sobre as exportações, o que permitiu ao sector do agro negócio reestabelecer rapidamente a sua competitividade. No início de 2003, todas as medidas excepcionais (corralito, etc.) foram removidas, ea taxa de crescimento atingiu os 9%.

Em 2004, as propostas prevendo uma redução do capital social de 75% e mais tarde de 65% foram apresentadas aos representantes dos credores. No final de 2005, 75% dos credores tinham aceitado uma redução total de capital de cerca de - 70%. Em 2010, mais 20% deles aceitaram um acordo com 50% de desconto.”
Roberto Lavagna

6 de novembro de 2012

A semântica da renogociação da dívida


A renegociação da dívida


O PCP, logo que teve conhecimento das condições do empréstimo tutelado pela troika afirmou, que com aqueles juros a dívida era impagável e ia aumentar ano a ano. Por isso, propôs desde logo renegociar a dívida, taxas de juro, montantes, não excluindo a eliminação de parte (hair cut).
O Bloco de Esquerda veio a tomar a mesma posição, enquanto o PS, PSD e CDS, rejeitaram tal solução.
Com o aumento das dificuldades do país e tornando-se agora evidente o falhanço das medidas da troika, o PS veio agora também defender a “reapreciação da dívida”.
Fala em reapreciação para não dar a ideia que se junta aos comunistas e bloquistas na reivindicação da renegociação da dívida.
E Zorrinho, com todo o descaramento diz que a reapreciação não é renegociação porque exclui o corte da dívida.
É uma espécie de renegociação “honrada” como lhe chamava Cadilhe.
Mas tanto Zorrinho como Cadilhe, o que não querem é falar de renegociação para não se conotarem com os comunistas e bloquistas!
Chegaram tarde à conclusão de que com estes juros, com estas condições do empréstimo, Portugal não tem saída.
O PSD e CDS, dando-se conta de que estão a caminho do desfiladeiro também já começam a admitir ser necessário renegociar a dívida.
Como também chegam tarde procurarem disfarçar o que andaram a dizer por duas vias.
A primeira, procurando fazer crer que andam a negociar em segredo.
A segunda, afirmando que é preciso mostrar primeiro que somos cumpridores .
Mas cumpridores em quê ?
Não atingimos o défice, nem as metas de crescimento, nem do desemprego... A cumprir só o pagamento dos juros agiotas
Aqueles que no PSD e no CDS ainda continuam a defender a não renegociação avançam com o caso da Grécia, para dizer: vejam a Grécia renegociou e não resolveu nada!!!
A Grécia, renegociou tarde, já com a corda na garganta, a cair no precipício... Teve o perdão de alguns milhões, reduziu o serviço da dívida mas foi uma renegociação limitada a uma parte da dívida e contra a aceitação de mais um pacote de austeridade que atinge muito negativamente a economia grega.
Será que se quer este caminho para Portugal? Quando chegarmos à conclusão que não há saída é que vamos renegociar, já sem qualquer poder negocial, com uma parte substancial da dívida pública nas mãos de instituições nacionais e no BCE
Quanto mais tarde acordarem pior para o país.

Máfia financeira


As Gorduras estão no sector privado !
Os Bancos

1. O BPN era o Banco do PSD e de Cavaco Silva. Deu no que deu e quem pagou e está a pagar os milhões das falcatruas e prejuízos são os contribuintes, isto é, os trabalhadores com os cortes nos subsídios, nos vencimentos e nos salários.

2. O BPP era o Banco das élites ricas, deu no que deu. Quem pagou a garantia do Estado pelo não cumprimento foi, mais uma vez, o Estado, isto é,os contribuintes , os trabalhadores...

3. O BCP era um Banco do Opus Dei,( PSD, CDS )e depois foi da Maçonaria,( PS) .
    Deu no deu e teve este ano 796 milhões de prejuízo. O empréstimo do Estado pode ficar em incumprimento e quem vai pagar serão os mesmos do costume!!!
Ninguém é preso, julgado ou condenado e o Banco de Portugal cujo presidente também foi funcionário desta instituição assobia para o lado!


3 de novembro de 2012

A sobrevalorização do euro em relação ao dólar tem tido efeitos extremamente negativos para as economias com estruturas exportadoras mais dependentes do preço como é o caso de Portugal


Um estudo De Patrick Artus de Abril do ano passado mostra-nos que a economia portuguesa é uma das que mais  ganha com a desvalorização do euro. Esta questão tem sido silenciada quando nos falam de competitividade

 Uma valorização de 10% em relação à taxa de equilíbrio tem um impacto negativo no PIB estimada em cerca de 1 ponto  percentual



2 de novembro de 2012

Bom aluno ou lambe botas ?

Muitos têm descrito a postura do nosso país na U. E. como a de bom aluno !
Querendo com tal designação dar a ideia de menino cumpridor, que faz os trabalhos de casa , que não faz ondas...
Creio que a postura do nosso país não é a do bom aluno , mas a do aluno subserviente , passivo , engraxador , lambe botas .
De facto o  país não faz ondas , mas também nunca questiona o que se decide em Bruxelas , o que não é caracteristica de um bom aluno.
E quanto ao cumprir , como se sabe , enganou-se nas metas do desemprego , do crescimento económico e até no défice Orçamental.
A postura do país  é nos dada pelo beija mão do ministro das finanças ao seu homologo alemão , pelo relacionamento de Passos Coelho com a senhora Merkel , pelo comportamento do Primeiro Ministro nos Conselhos Europeus : entrar mudo e sair calado !
 É o comportamento de aluno lambe botas e de caniche da senhora Merkel

O multiplicador orçamental



Durante a cerimónia de abertura do ano lectivo da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, o governador do BdP, Carlos Costa, disse acreditar que a crise que vivemos é uma oportunidade para delinear uma estratégia de desenvolvimento para o país.
“Temos que ter o sangue frio para perceber como é que se processa o processo de ajustamento e como é que evolui a trajectória de sustentabilidade das finanças públicas”, uma vez que “o facto de os multiplicadores orçamentais serem superiores ao habitual conduz a um agravamento do rácio da divida pública na fase inicial do processo de ajustamento orçamental que tende a criar a ideia da inutilidade do esforço”, disse Carlos Costa.

Para o governado do BdP, o efeito “contraintuitivo e indesejável” que se reflecte no começo do processo “só será invertido por via do ajustamento acumulado do saldo primário, da redução da taxa de juro” e por via do crescimento da economia.
Pois bem.
Como é que se consegue com doses cavalares de austeridade essa quadratura do circulo ?
Como se consegue crescimento económico com algum significado com brutais medidas de austeridade ? 
É uma ilusão pensar-se que as exportações compensarão a queda do consumo interno , ainda por cima com a Espanha , a União Europeia, e a economia mundial em contracção.
As medidas de austeridade vão levar ao afundamento da economia e este à espiral de medidas de austeridade .
O governador do Banco de Portugal esquece-se que se se admite que o multiplicador orçamental é susceptível de mudar de valor em função da amplitude dos ajustamentos orçamentais , então torna-se necessário rever todos os modelos de previsões incluindo os do FMI.
E mesmo os do FMI o que nos dizem é que quando o multiplicador é superior a 1 os efeitos das medidas de contracção são mais que proporcionais.
É o que está a acontecer no nosso caso .  Com tal política um beco sem saída.
____
NB: multiplicador : procura medir o efeito da redução do défice orçamental no PIB

Pagar mais impostos

1- Pagar mais impostos ou reformar o "Estado Social ", eis o tema da ofensiva ideológica movida por toda a direita e por todos os comentadores e plumitivos que a servem.
Se fossem exactos diriam:" pagar mais impostos ou deixar de pagar o desendividamento do sistema financeiro".
Dos  lucros  obscenos apresentados pela banca neste país em crise podemos dizer que uma elevada percentagem são impostos pagos pelos contribuintes.
Não esquecer que a banca está a financiar-se a 1% no BCE entregando títulos do Estado como garantia sem os quais não conseguiria o financiamento a taxas de juro de 3,5 e 4%. O ganho com a diferença destes pontos percentuais deveria reverter inteiramente ou na sua grande totalidade para o Estado !
Os contribuintes estão assim a financiar a banca com os seus impostos que ainda se gaba de estar a ajudar o Estado quando sem os respectivos títulos a Banca não tinha colaterais , garantias que pudessem ser aceites pelo BCE. Aliás um dos estrangulamentos que se está a verificar neste financiamento por parte do BCE é a escassez de títulos com o mínimo de credibilidade.
Façamos um pequeno exercício : se a banca estivesse toda nacionalizada , o que aconteceria é que estes lucros extraordinários obtidos pelo financiamento do BCE com títulos do Estado reverteria para o Estado a título de dividendos.
Dir-se-à , mas não está! Pois , mas mesmo assim , o conselheiro Acácio que está em Belém  não deveria chamar os senhores Urichs , Salgados e tu ti quanti , publicamente, convidando-os a entregar  estes lucros parasitários !
Acresce que há 7,5 mil milhões ainda não utilizados pela banca e que o governo diz  que os mantém por precaução para acudir a  qualquer banco que venha a precisar . Ora esses juros de cerca de 4% estão a ser pagos pelos contribuintes e deviam estas a ser pagos pela banca  no seu conjunto .
O mesmo se poderia dizer dos benefícios fiscais.
2- Pagar mais impostos ou deixar de continuar a encher a mula ao grande capital, nacional e europeu ?
O seráfico José Manuel Fernandes na sua postura habitual diz hoje no Público que a taxa média dos nossos juros está nos 3,5 % e insurge-se , "pois há quem considere isso usurário e especulativo "
Grande jornalista ! A taxa média do nosso empréstimo financiado pela troika  e é dessa que estamos a falar e não de toda a dívida da Republica é superior a 4%.
Mas mesmo que fosse de 3,5 % não era especulativa , quando o BCE emprestou á banca ilimitadamente a 1% e quando a Alemanha e a França por exemplo se financiam a taxas negativas ou próximas de zero ?
Saberá J.M.F. que taxas de crescimento do PIB Portugal precisava e ter  para pagar a dívida mesmo á taxa de 3,5 % ?
Belmiro pode aplaudir o escrito deste serventuário mas tal não deixa de ser pura mistificação ideológica

MISTÉRIOS, RESTA UM…


A presença da troika para “redefinir as funções do Estado”, fez cair todas as máscaras da direita, apostada na destruição do regime constitucional do 25 de ABRIL e na instauração de um neofascismo. Agora o único mistério é se o PS se irá acomodar e, para além da verborreia eleitoralista, ceder – como até aqui – à oligarquia deste país.
A intervenção d a “troika” em Portugal ficará como uma das mais negras páginas da História de Portugal exemplo de submissão a interesses estrangeiros e degradação dos interesses nacionais. Tratou-se de uma das mais maquiavélicas opções políticas da nossa História. A preparação deste verdadeiro golpe de Estado teve a colaboração de um PS rendido ao “paradigma” neoliberal e a uma acrítica e acéfala sujeição a todos os ditames da UE. O governo Sócrates e Teixeira dos Santos preparou o caminho e forneceu todos os alibis a esta direita.
A grande burguesia nacional sabia que por si só não era capaz de destruir o regime democrático do 25 de ABRIL, estruturalmente antimonopolista. Preparou-se então com a intervenção externa o caminho revanchista numa encenação de pseudo salvamento, para instituir o seu objetivo de há muito: “uma democracia musculada” e “partir a espinha” aos sindicatos.
Uma orquestração mediática em grande escala intoxicou a opinião pública, eliminando vozes discordantes, instituindo analistas abertamente antirregime constitucional ou promovendo a confusão sobre os seus fundamentos.
O grande argumento foi sempre não haver dinheiro para pagar salários e reformas, saúde, etc. O argumento propagandeado para a intervenção era já de si escandaloso, “ganhar a confiança dos mercados” ou “não temos dinheiro”. Falso. Em 3 anos os juros da dívida pública deram um lucro de 3 828 milhões de euros aos bancos nacionais; no período 2008-2011 foram transferidos para o exterior 74 942 milhões de euros.
Não havia dinheiro para pagar salários, pensões e reformas, mas havia para as intocáveis PPP, salvar banqueiros fraudulentos do BPN, BBP e outros, benefícios fiscais para a banca e grande capital, para entregar ao desbarato empresas públicas altamente lucrativas (aumentado portanto o défice do Estado), permitir o “off-shore” da madeira, a saída de lucros e rendimentos para paraísos fiscais, taxar transações financeiras e mais-valias mobiliárias, etc., etc.
Recomendamos a consulta do doc."Propostas da CGTP para outro Orçamento”, podemos aí verificar, por exemplo, que seria possível poupar em juros de dívida, com empréstimos à taxa do BCE e não da finança especuladora 6 404 milhões de euros e com os fim dos benefícios fiscais ao sector financeiro e monopolistas – cerca de 4 196 milhões de euros. Não há dinheiro? Para quem?

1 de novembro de 2012

Cinicos

Os cínicos, os pantomineiros continuam no mesmo caminho e a repetir as mesmas justificações.
Na Reforma agrária as primeiras entregas de terras roubadas às cooperativas e unidades colectivas de produção foram cinicamente apresentadas e justificadas pelo  PS e Mário Soares como necessárias para defender a Reforma Agrária !
As primeiras privatizações  de partes minoritárias de capital também foram apresentadas, pelo PS e Mário Soares como necessárias para reforçar o capital e defender as nacionalizações. Foi o que se viu.
Agora passos Coelho também afirmou com todo  o descaramento que a refundação do Estado , leia-se o desmantelamento  do  " Estado Social ",  tem por objectivo defender o Estado Social.
Cínicos .
Querem dar corpo à máxima neo liberal : "quem quer saúde que a pague, quem quer ensino que o pague  e quem quiser pagar menos impostos que se torne rico" .
 As Seguradoras aplaudem e o capital acha bem.