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2 de novembro de 2012

Pagar mais impostos

1- Pagar mais impostos ou reformar o "Estado Social ", eis o tema da ofensiva ideológica movida por toda a direita e por todos os comentadores e plumitivos que a servem.
Se fossem exactos diriam:" pagar mais impostos ou deixar de pagar o desendividamento do sistema financeiro".
Dos  lucros  obscenos apresentados pela banca neste país em crise podemos dizer que uma elevada percentagem são impostos pagos pelos contribuintes.
Não esquecer que a banca está a financiar-se a 1% no BCE entregando títulos do Estado como garantia sem os quais não conseguiria o financiamento a taxas de juro de 3,5 e 4%. O ganho com a diferença destes pontos percentuais deveria reverter inteiramente ou na sua grande totalidade para o Estado !
Os contribuintes estão assim a financiar a banca com os seus impostos que ainda se gaba de estar a ajudar o Estado quando sem os respectivos títulos a Banca não tinha colaterais , garantias que pudessem ser aceites pelo BCE. Aliás um dos estrangulamentos que se está a verificar neste financiamento por parte do BCE é a escassez de títulos com o mínimo de credibilidade.
Façamos um pequeno exercício : se a banca estivesse toda nacionalizada , o que aconteceria é que estes lucros extraordinários obtidos pelo financiamento do BCE com títulos do Estado reverteria para o Estado a título de dividendos.
Dir-se-à , mas não está! Pois , mas mesmo assim , o conselheiro Acácio que está em Belém  não deveria chamar os senhores Urichs , Salgados e tu ti quanti , publicamente, convidando-os a entregar  estes lucros parasitários !
Acresce que há 7,5 mil milhões ainda não utilizados pela banca e que o governo diz  que os mantém por precaução para acudir a  qualquer banco que venha a precisar . Ora esses juros de cerca de 4% estão a ser pagos pelos contribuintes e deviam estas a ser pagos pela banca  no seu conjunto .
O mesmo se poderia dizer dos benefícios fiscais.
2- Pagar mais impostos ou deixar de continuar a encher a mula ao grande capital, nacional e europeu ?
O seráfico José Manuel Fernandes na sua postura habitual diz hoje no Público que a taxa média dos nossos juros está nos 3,5 % e insurge-se , "pois há quem considere isso usurário e especulativo "
Grande jornalista ! A taxa média do nosso empréstimo financiado pela troika  e é dessa que estamos a falar e não de toda a dívida da Republica é superior a 4%.
Mas mesmo que fosse de 3,5 % não era especulativa , quando o BCE emprestou á banca ilimitadamente a 1% e quando a Alemanha e a França por exemplo se financiam a taxas negativas ou próximas de zero ?
Saberá J.M.F. que taxas de crescimento do PIB Portugal precisava e ter  para pagar a dívida mesmo á taxa de 3,5 % ?
Belmiro pode aplaudir o escrito deste serventuário mas tal não deixa de ser pura mistificação ideológica

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