Tal
como no tempo do fascismo salazarento “os estudantes são para
estudar”, “os trabalhadores são para trabalhar”. Portanto
greves, reivindicações, nunca são “oportunas”. Tudo o que têm
que fazer é trabalhar o mais possível para a minoria oligárquica
fique cada vez mais rica – ao serviço da qual esteve o Teixeira
dos Santos e agora está de serviço o gaguejante Gaspar.
Claro
que fazer greve é legal! Têm o cuidado de repetir, mas não sei se
estão a ver a contradição: é legal, mas não se deve fazer. Claro
que nem tudo o que é legal é ético – seria preciso que as leis o
fossem. Só banqueiros podem fazer coisas ilegais e imorais, que fica
tudo bem e nós pagamos. Podem mesmo continuar a fazer parte do
Conselho de Estado, escolhidos pela nulidade de Belém, em acentuada
competição neste domínio, com o fascista Tomás,que o 25 de ABRIL
correu de lá para fora.
O
caso dos estivadores é exemplar de como agem os neoliberais: aqui o
“menos Estado” deixa cair a tanga e o governo prepara-se para decretar serviços
mínimos se não se fizer a vontade à troika. Sim, porque isto
estava previsto: O “governo tem
de assegurar a moderação salarial” e uma das medidas
para o sector dos portos seria o fim dos direitos que os
trabalhadores portuários possam ter para além da Lei geral. (p.114
do IMF
Country Report No. 12/77 - 2012 April 4, 2012)
(1) Para a troika, em nome dos “mercados”, o governo
não deve
interferir “no livre movimento de capitais”, porém deve
introduzir reformas no processo de discussão coletiva de salários”
(collective
wage bargaining).
E aqui estão os
“superiores interesses da nação” ao jeito fascista defendidos
pelo PSD e CDS. Lá dizia o sr. Pires de Lima que devia ser a troika
a obrigar os partidos a mudarem a Constituição. Eis como lhes cai a
máscara liberal e democrata cristã, quando toca a música da
oligarquia. Faz-lhes falta uma Constituição que torne ilegais, tal
como no fascismo, as liberdades da própria Constituição, que
ficarvam sempre “de acordo com o expresso na lei”.
Mas recordemos outro
aspetos aos preocupados as greves, mas que acham que se deve
colaborar com uma economia que põe no desemprego mais de 500
trabalhadores por dia. Nos países capitalistas mais ricos nos
anos onde houve aumentos do nível de vida, crescimento económico,
emprego, conquista de regalias sociais, progresso social e cultural,
foram anos de grandes e muitas lutas sociais e greves.
Como disse Arménio
Carlos: esta greve não foi apenas de protesto, foi também de
propostas. Na realidade, a verdadeira e mais profunda natureza de uma
greve é não apenas lutar por menos exploração, mas ter como
horizonte o fim da exploração.
1
– Ver: Representantes do Império em inspeção a uma província:
“IMF country report nº 12/77 – odiario.info - 26.abr.12
Sem comentários:
Enviar um comentário