Durante a cerimónia de abertura do ano lectivo da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, o governador do BdP, Carlos Costa, disse acreditar que a crise que vivemos é uma oportunidade para delinear uma estratégia de desenvolvimento para o país.
“Temos que ter o sangue frio para perceber como é que se processa o processo de ajustamento e como é que evolui a trajectória de sustentabilidade das finanças públicas”, uma vez que “o facto de os multiplicadores orçamentais serem superiores ao habitual conduz a um agravamento do rácio da divida pública na fase inicial do processo de ajustamento orçamental que tende a criar a ideia da inutilidade do esforço”, disse Carlos Costa.
Para o governado do BdP, o efeito “contraintuitivo e indesejável” que se reflecte no começo do processo “só será invertido por via do ajustamento acumulado do saldo primário, da redução da taxa de juro” e por via do crescimento da economia.
Pois bem.
Como é que se consegue com doses cavalares de austeridade essa quadratura do circulo ?
Como se consegue crescimento económico com algum significado com brutais medidas de austeridade ?
É uma ilusão pensar-se que as exportações compensarão a queda do consumo interno , ainda por cima com a Espanha , a União Europeia, e a economia mundial em contracção.
As medidas de austeridade vão levar ao afundamento da economia e este à espiral de medidas de austeridade .
O governador do Banco de Portugal esquece-se que se se admite que o multiplicador orçamental é susceptível de mudar de valor em função da amplitude dos ajustamentos orçamentais , então torna-se necessário rever todos os modelos de previsões incluindo os do FMI.
E mesmo os do FMI o que nos dizem é que quando o multiplicador é superior a 1 os efeitos das medidas de contracção são mais que proporcionais.
É o que está a acontecer no nosso caso . Com tal política um beco sem saída.
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NB: multiplicador : procura medir o efeito da redução do défice orçamental no PIB
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NB: multiplicador : procura medir o efeito da redução do défice orçamental no PIB
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