A presença da troika para “redefinir as funções do
Estado”, fez cair todas as máscaras da direita, apostada na destruição do
regime constitucional do 25 de ABRIL e na instauração de um neofascismo. Agora
o único mistério é se o PS se irá acomodar e, para além da verborreia eleitoralista,
ceder – como até aqui – à oligarquia deste país.
A intervenção d a “troika” em Portugal ficará como uma das mais negras páginas da História de
Portugal exemplo de submissão a interesses estrangeiros e degradação dos
interesses nacionais. Tratou-se de uma das mais maquiavélicas opções políticas
da nossa História. A preparação
deste verdadeiro golpe de Estado teve a colaboração de um PS rendido ao “paradigma”
neoliberal e a uma acrítica e acéfala sujeição a todos os ditames da UE. O governo Sócrates e Teixeira dos Santos preparou o
caminho e forneceu todos os alibis a esta direita.
A grande burguesia nacional sabia que por si só não
era capaz de destruir o regime democrático do 25 de ABRIL, estruturalmente
antimonopolista. Preparou-se então com a intervenção externa o caminho
revanchista numa encenação de pseudo salvamento, para instituir o seu objetivo
de há muito: “uma democracia musculada” e “partir a espinha” aos sindicatos.
Uma orquestração mediática em grande escala intoxicou
a opinião pública, eliminando vozes discordantes, instituindo analistas
abertamente antirregime constitucional ou promovendo a confusão sobre os seus
fundamentos.
O grande argumento foi sempre não haver dinheiro
para pagar salários e reformas, saúde, etc. O
argumento propagandeado para a intervenção era já de si escandaloso, “ganhar a
confiança dos mercados” ou “não temos dinheiro”. Falso. Em 3 anos os juros da
dívida pública deram um lucro de 3 828 milhões de euros aos bancos nacionais;
no período 2008-2011 foram transferidos para o exterior 74 942 milhões de
euros.
Não havia dinheiro para pagar salários, pensões e
reformas, mas havia para as intocáveis PPP, salvar banqueiros fraudulentos do
BPN, BBP e outros, benefícios fiscais para a banca e grande capital, para
entregar ao desbarato empresas públicas altamente lucrativas (aumentado
portanto o défice do Estado), permitir o “off-shore” da madeira, a saída de
lucros e rendimentos para paraísos fiscais, taxar transações financeiras e
mais-valias mobiliárias, etc., etc.
Recomendamos a
consulta do doc."Propostas da CGTP para outro Orçamento”, podemos aí
verificar, por exemplo, que seria possível poupar em juros de dívida, com
empréstimos à taxa do BCE e não da finança especuladora 6 404 milhões de euros
e com os fim dos benefícios fiscais ao sector financeiro e monopolistas – cerca
de 4 196 milhões de euros. Não há
dinheiro? Para quem?
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