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23 de janeiro de 2013

Ajustamento Orçamental


Por favor, ajudem-me a perceber.
1. Ajustamento orçamental em 2011 e 2012:
“Toda” a gente diz que o ajustamento tem sido feito pela receita e não pela despesa e por isso é preciso cortar mais e definitivamente na despesa (leia-se, protecção social e salários), para cumprir a “regra” dos 1/3_2/3.
Ora bem, e tomando como boas as estimativas do Governo para o final de 2012:
em 2011, face ao ano anterior, as receitas ”normais” aumentaram 1.204 mil milhões e as “extraordinárias” (não repetíveis) 3.847, somando 5.051; as despesas, sem juros, reduziram-se em 5.978;
em 2012, as receitas ”normais” reduziram-se em 2.610; as “extraordinárias” (ANA) ainda se desconhecem, mas para atingir os 5% de défice serão da ordem dos 2.000; as despesas reduziram-se em 8.763.
Ou seja, no conjunto dos dois anos ouve um ajustamento das contas públicas no valor de 19.182:
a receita “normal” reduziu-se em 1.406 (-7% do total);
a receita “extraordinária” aumentou 5.847 (30%);
a despesa (excluindo os juros) reduziu-se 14.741(77%).
Afinal o dito ajustamento tem sido feito basicamente pela receita ou pela despesa?
2. Que futuro nos propõe o FMI (e, logo, o Governo)
No relatório sobre a 6ª avaliação do PAEF, o FMI prevê uma taxa de desemprego de 14,3% em 2017 (para 2012: 15,5%) – para o caso não interessa se está subavaliada ou não.
E na Box 2. How fast can Portugal growth (pag. 20) admite que seja alcançável um crescimento médio anual de 1,9% no período 2018-32. E que esse crescimento decorreria de um aumento da produtividade de 1%, do aumento da qualificação do capital humano de 0,4%, do aumento do capital de 0,5% e do emprego de 0,0%.
Será que isto significa o que parece? Que segundo eles não haverá criação de emprego durante 15 anos? Qual seria a taxa de desemprego em 2032? É para isto que querem fazer a sua reforma do Estado? E ainda há quem diga que não há alternativa?

HELP!
Octávio Teixeira

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